SÍNTESE – OS TRÊS TIPOS PUROS DE DOMINAÇÃO LEGÍTIMA – MAX WEBER

UFPI/MESTRADO DE SOCIOLOGIA

TEORIA SOCIOLÓGICA I – ROSSANA MARINHO

RAYANE DE MOURA SANTOS

SÍNTESE – OS TRÊS TIPOS PUROS DE DOMINAÇÃO LEGÍTIMA – MAX WEBER

Weber conceitua a dominação como a probabilidade de encontrar obediência a um determinado mandato (p.128). A dominação pode repousar em diversos motivos e estar sujeito ao que o autor denomina de uma ‘constelação de interesses’, ou mesmo no costume ou afeto, mas, sobretudo, em bases jurídicas, nas quais ela busca a legitimidade. As bases de legitimidade da dominação são três, quais sejam: dominação legal, tradicional e carismática.

Dominação Legal: por meio das leis e em virtude do estatuto. O tipo mais puro é o da dominação burocrática. Qualquer direito pode ser criado e modificado mediante um estatuto sancionado corretamente quanto à forma (p.128). Nesse tipo de dominação, um grupo de indivíduos sujeita-se a um conjugado de regras formalmente definidas e aceitas por todos os integrantes. Essas regras determinam ao mesmo tempo a quem e em que medida as pessoas devem obedecer. A associação dominante é eleita e nomeada e o quadro administrativo é de funcionários nomeados pelo senhor e com formação profissional. O objeto da obediência é a regra estatuída.

Dominação tradicional: em virtude da crença na santidade das ordenações e dos poderes senhoriais há muito existentes (p. 131). Tipo mais puro é o da dominação patriarcal. A associação dominante é comunitária. O que ordena é o senhor, e o conteúdo das ordens é definido pela tradição.  Tipo de dominação em que a obediência se dá em razão dos hábitos, pois um referido comportamento já faz parte dos costumes há muito tempo. É a relação de dominação arraigada na cultura de um determinado grupo social.

Dominação carismática: em virtude de devoção afetiva à pessoa do senhor e a seus dotes sobrenaturais (carisma) e, particularmente: a faculdades mágicas, revelações ou heroísmo, poder intelectual ou de oratória (p.134). Os tipos mais puros são o profeta, o herói guerreiro e o demagogo. A associação dominante também é comunitária, o tipo que manda é o líder e o tipo que obedece o apóstolo. A autoridade carismática funda-se na crença ou reconhecimento do líder por parte dos liderados. Caracteriza-se pela relação social extracotidiana e puramente pessoal, além do que o líder tem a necessidade de provar continuamente seu “poder sobrenatural”. Neste tipo, a relação é sustentada pela convicta crença dos subordinados nos atributos superiores do líder. Pode haver neste tipo de dominação a rotinização de algumas características fundamentais do carisma e o mesmo pode tornar-se legal ou tradicional. Um desafio deste tipo de dominação é a questão da sucessão do poder de carisma do líder, posto que este poder é intransferível, deste modo por mais que haja a sucessão, por diversas formas as quais o autor aponta, o novo líder não possuirá a essência da dominação carismática inicial, o que pode ser chamado de “graça ou vocação divina”.