Tatuagem E O Mercado De Trabalho
Artigo: Tatuagem E O Mercado De Trabalho. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: jlmelo • 20/8/2014 • 1.464 Palavras (6 Páginas) • 458 Visualizações
Universidade Federal de Uberlândia – UFU
Ana Carolina Alves Souza; Érica Santos de Oliveira; José Lucas Lara de Melo; Lourenço Pablo Silva Ferreira; Matheus Arantes Quintal
Tatuagem e mercado de trabalho: O fato de uma pessoa ter tatuagem realmente influencia as chances dela no mercado de trabalho, tanto positivamente quanto negativamente?
Projeto de pesquisa apresentado ao curso de graduação em Administração da Universidade Federal de Uberlândia
Uberlândia
2014
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Sumário
Introdução .................................................................................................... 3
Objetivos ...................................................................................................... 5
Referencial Teórico ........................................................................................ 6
Metodologia ................................................................................................ 9
Cronograma ................................................................................................. 10
Referências ................................................................................................... 11
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Introdução
Segundo Lise et al (2010), o termo tatuagem deriva da palavra taitiana “tau” ou “tatau”, que é uma referência ao som produzido pelos instrumentos utilizados pelo povo taitiano para fazer desenhos em seus corpos. O termo vem do taitiano pois a “re-descoberta” da tatuagem pela cultura ocidental está associada às incursões dos marinheiros europeus às ilhas do Pacífico (OSÓRIO, 2006). Após isso, a tatuagem passou a ser também utilizada por alguns artistas circenses, já que o circo era um lugar onde eram expostas coisas raras, e a tatuagem, durante essa época (no início do século XIX), era algo raro, já que era uma prática condenada pelo Catolicismo, pois segundo esta doutrina, a profanação do corpo é a profanação da própria imagem de Deus (VARELA, 2009).
Durante o percurso dos séculos XIX e XX, a tatuagem migrou para os setores marginais da sociedade, como prostitutas e prisioneiros (VARELA, 2009). A tatuagem se tornou tão comum no ambiente carcerário, que popularmente passou a ser conhecida como “flor-do-presídio” (Grognard apud Fonseca, 2003), e mais tarde, a tatuagem passou a ser usada por alguns movimentos de contra-cultura, como o movimento Punk, Hippie e Skinhead, em que a tatuagem era usada como forma de se diferenciar do restante da sociedade e também era uma forma de reivindicar controle sobre o próprio corpo (VARELA, 2009).
Assim, a tatuagem passou a ser estigmatizada como algo pertencente à marginalidade e à rebeldia, de forma que, em muitas vezes, passou a ser mal vista pelas empresas, pois para elas é importante que o corpo seja submisso, porque é através deste que é possível produzir riquezas e gerar mais-valia (VARELA, 2009).
Contudo, com a profissionalização da tatuagem, a qual passou a ser feita por pessoas especializadas, máquias próprias e materiais descartáveis (Le Breton apud Fonseca, 2006), ela se tornou comum não só no ambiente marginal, mas também no ambiente corporativo, com cada dia mais adeptos, o que causa diferentes reações entre diferentes chefes (Jornal Parada Obrigatória, Fevereiro 2005).
Deste modo, tendo em vista esta crescente popularização do uso da tatuagem, um estudo da Pew Research Center (disponível em tatuagem.com) estimou que em 2005 36% da população com idades compreendidas entre os 18 e os 29 anos tinha pelo
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menos uma tatuagem; se torna necessário uma pesquisa que responda à pergunta “O fato de uma pessoa ter tatuagem realmente influencia as chances dela no mercado de trabalho, tanto positivamente quanto negativamente?”.
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Objetivos
Esta pesquisa tem por objetivo analisar se a tatuagem influencia o resultado de uma pessoa no processo seletivo para um emprego e para isso, pretende-se determinar o perfil e as qualificações do profissional que possui tatuagem; delimitar as dimensões físicas da tatuagem; analisar, nos processos seletivos, casos de sucesso e fracasso de quem tem tatuagem; comparar o desempenho de pessoas tatuadas e não tatuadas; e abordar o ponto de vista das empresas.
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Referencial Teórico
O estudo sobre a influência da tatuagem no mercado de trabalho é algo recente, pois a própria prática da tatuagem por pessoas da classe média é algo recente. No ano de 2009 temos a pesquisa de Ana Karolina Varela, que por meio de uma amostra aleatória composta por 18 clientes de um estúdio de tatuagem de Natal, Pernambuco, obteve algumas informações sobre a tatuagem e o mercado de trabalho. Os resultados da pesquisa mostram que: 89% não levou em consideração o emprego na hora de fazer sua tatuagem, como ilustra o comentário de uma das entrevistadas
Acredito que o que deve ser levado em consideração, sobretudo, é a competência e ética da profissão. E desde que fiz a tatuagem, tenho consciência que há leis que nos protegem contra preconceitos no local de trabalho” (Opinião feminina, 21 anos, tatuagem no braço. VARELA, 2009, p.30).
;os lugares preferidos para se fazer tatuagem são, respectivamente, costas, perna e braço; 39% se preocupou em fazer a tatuagem em lugares que não fossem tão expostos, de modo que ela pudesse ser escondida caso fosse necessário; 72% pretende fazer outra tatuagem; para 84% os colegas têm conhecimento sobre as tatuagens; e 72% disseram nunca ter presenciado um comentário do chefe ou dos colegas sobre sua tatuagem. Porém, ao pegar uma amostra pequena, já que em termos de estatística uma amostra inferior a 30 elementos é considerada pequena, Varela não obteve dados realmente representativos da realidade.
Outra pesquisa conduzida também em 2009, mas realizada por Lise et al obteve alguns dados que contrastam com os obtidos por Varela (2009), pois na amostra pesquisada de 42 pessoas, 83,3% disseram que deixariam de fazer a tatuagem
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