Mulher No Mercado De Trabalho
Casos: Mulher No Mercado De Trabalho. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: fernanda • 3/11/2012 • 1.125 Palavras (5 Páginas) • 1.890 Visualizações
1. O Trabalho e a Mulher; Aspectos históricos
Desde a antiguidade, a mulher cumpre importante papel nas relações de produção, mesmo a sua posição social, jurídica e política fosse inferior ao homem.
Na Idade Média pode-se notar a marginalização da mulher dentro do sistema reprodutivo. Desde está época verifica-se a criação de obstáculos ao acesso da mulher no mercado de trabalho bem como a desvalorização da mão de obra feminina.
Ana Julia Alencar cita o relato de Jean Freville e Madeleine Giubert (ALENCAR, 1998):
Na idade Média a mulher do povo (...) deve-se contentar com um salário extremamente baixo. As corporações se opõem ao trabalho feminino, esforçando-se por suprimir uma concorrência perigosa que elas julgam desleal. Algumas dentre elas obrigam as mulheres a aderir, mas lhe interditam o acesso a maestria. Outras lhe fecham as portas, alegando o caráter muito penoso de suas tarefas. Disso resulta que as mulheres, excluídas das corporações são submetidas às duras condições e aos baixos salários do trabalho a domicilio.
No período da Revolução Industrial, com a consolidação do sistema capitalista inúmeras mudanças ocorreram na produção e na organização do trabalho feminino. Com o desenvolvimento tecnológico e o intenso crescimento de maquinaria, boa parte da mão- de- obra feminina, foi transferida para as fábricas.
As mulheres foram conquistando espaços na força de trabalho e adquirindo alguns benefícios que apesar de algumas falhas no comprometimento destes, foram de grande importância, pois se tratava de um início de grandes vitórias, que ainda estavam por vir:
[...] algumas leis passaram a beneficiar as mulheres. Ficou estabelecido, na Constituição de 32 que “ sem distinção de sexo, a todo trabalho de igual valor correspondente salário igual; veda-se o trabalho feminino das 22 horas às 5 horas da manhã é proibido o trabalho da mulher grávida durante o período de quatro semanas antes do parto e quatro semanas depois, é proibido despedir mulher grávida pelo simples fato da gravidez” Mesmo com essa conquista algumas formas de exploração perduraram durante muito tempo. (PROBST, 2003,P.1).
Contudo, algumas formas de exploração continuaram por muito tempo. Jornadas de 14 e 18 horas e diferenças salariais acentuadas eram comuns. A justificativa desse fato estava centrada no fato de o homem trabalhar e sustentar a mulher. Com o passar dos anos as mulheres passaram a conquistar espaço significativo no mercado de trabalho.
Nos anos 70, a expansão da economia e o ritmo acelerado da industrialização favoreceram a contratação de novos trabalhadores, inclusive do sexo feminino. O país consolidou sua industrialização, modernizou seus instrumentos produtivos e se tornou mais urbano, embora o custo do aumento das desigualdades sociais e concentração de renda. No Brasil no início da década começaram a surgir grupos de mulheres que buscavam a discutir a questão da condição feminina. Em 1975, ano “Internacional das Mulheres” decretado pela ONU ( Organização das Nações Unidas ) impulsionou a organização e aparecimento destes grupos. Ao utilizar essa bandeira de luta, o movimento feminista chama a atenção das mulheres sobre o movimento político da sua opressão vivenciada de forma isolada e individualizada.
Essa bandeira para Carole Potemam:
[...] chamou a atenção das mulheres sobre a maneira como somos levadas a contemplar a vida social em termos pessoais, como se tratasse de uma questão de capacidade ou de sorte individual [...] As feministas fizeram finca-pé em mostrar como as circunstancias pessoais estão estruturadas por fatores públicos, por leis sobre a violação e o aborto, pelo status de “esposa” por políticas relativas ao cuidado de crianças, pela definição de subsídios próprios do estado de bem-estar e pela divisão sexual do trabalho no lar e fora dele. Portanto os problemas “pessoais” só podem ser resolvidos através das ações políticas.(PATEMAN, 1996,p.47)
O movimento significou uma redefinição do poder político e da forma de entender a política ao colocar menos espaços no privado e no doméstico. Sua força está em recolocar a forma de entender a política e o poder, de questionar o conteúdo formal que se atribui ao poder e as formas em que é exercido esse é o seu caráter
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