Tendências E hábitos Alimentares
Pesquisas Acadêmicas: Tendências E hábitos Alimentares. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: cabf • 30/1/2015 • 2.143 Palavras (9 Páginas) • 288 Visualizações
1. Introdução
São inúmeros os fatores que levam uma população a consumir determinados alimentos, tais como a cultura local, história regional e, mais recentemente, a acelerada urbanização, por exemplo. Tudo isso reflete no modo como as pessoas es-colhem, compram, preparam e consomem os alimentos – os chamados hábitos alimentares. Esses hábitos variam em todas as regiões do planeta, e têm características próprias que ao longo do tempo foram moldando gradativamente os costumes alimentares das populações.
A todo o momento, novas tendências alimentares transformam esses hábitos, impulsionadas pelos fatores acima citados, onde as pessoas estão passando a consumir produtos frente às mudanças na sociedade, cultura e estilos de vida.
O presente trabalho pretende analisar os fatores que constantemente influenciam os hábitos alimentares sob uma linha socioeconômica e antropológica, e traçar um panorama das atuais exigências do consumidor, como também, expor o que isso implica na saúde humana e nos aspectos nutritivos da dieta.
2. Hábitos Alimentares
Ao longo do século XX, muitas descobertas técnico-científicas importantes levaram ao progresso e também à modificação dos hábitos alimentares. Como o aparecimento de novos produtos, a renovação de técnicas agrícolas e industriais, a descoberta sobre fermentação, processos técnicos para conservação de alimentos, avanços na genética, dentre outros.
Sempre houve a preocupação com uma produção eficiente de alimentos, delimitada pelo potencial de cada país não só para subsistência, como também que suprisse a demanda de uma indústria em escala global, cada vez mais competitiva e alinhada com fenômenos sociais, como a “entrada” da mulher no mercado de trabalho e a falta de disponibilidade de preparar refeições mais elaboradas e que demandem tempo. Percebemos isso, no crescimento das redes de fast-food e das vendas de alimentos congeladas e pré-cozidos, por exemplo.
Cada vez mais há uma perda das características das sociedades tradicionais, pois se percebe que a alimentação de diferentes culturas está sendo transformada: as refeições feitas em conjunto, com horário determinado e um cardápio planejado, foram se tornando cada vez mais excepcionais. Por exemplo, acontece uma dissolução crescente dos rituais que acompanham o ato alimentar em que a satisfação gerada pela relação de afeto nas refeições em família, inconscientemente parece ser substituída pela quantidade de comida ingerida, o que se objetiva também, não é a confraternização, mas sim, a economia de tempo. O que, em longo prazo, ocasiona o aumento de doenças crônicas como obesidade. Isso tudo, nos induz a pensar que a sabedoria alimentar tradicional não tem conseguido acompanhar o desenvolvimento da sociedade moderna.
Com a globalização, por uma visão, contemplamos o surgimento de uma cultura alimentar padronizada, entretanto, não quer dizer que haveria a destruição de modelos heterogêneos e sim, uma sobreposição de culturas.
A indústria prosperou num sistema em que a ética foi submetida aos interesses do mercado. As compras passaram a ser feitas em supermercados. Essa nova forma de comercializar os alimentos, em grandes áreas, foi utilizada pelas firmas multinacionais e pela agroindústria como a via principal de indução a novos hábitos alimentares, acionando para isso grande arsenal publicitário: Pesquisas apontam que a propaganda aliada ao bom preço tem sido eficaz na mudança de hábitos. Como também, a preferência por produtos associados à imagem de prosperidade econômica e status leva ao consumo de tais produtos, mesmo que sejam pouco nutritivos. Observou-se uma redução de produtos in natura em comparação a industrializados. Com a industrialização, houve maior variabilidade, entretanto isso não significa dizer que houve uma melhora qualitativa da dieta.
2.1 Hábitos no Brasil
Uma pesquisa construiu uma relação das principais refeições do dia no Brasil. Nela, constatou-se que 59% dos entrevistados têm costume de tomar café da manhã em casa, mas é caracterizado por uma rápida refeição e com os familiares dispersos em vários horários; O almoço é a refeição menos feita em casa; E o jantar a mais praticada no ambiente doméstico. Também cita que o ato de sair pra comer fora depende diretamente da condição financeira e social da pessoa, além da frequência que sai e a qualidade do alimento. Ou seja, quanto maior a escolaridade e a renda familiar, mais frequente é seu costume de sair e experimentar diferentes pratos, por exemplo. Demonstrando assim, que o “comer fora” se dá mais por prazer do que necessidade.
Podemos relacionar também que a escolha por alimentos pelo preço ou qualidade, varia com a idade e classe social: na pesquisa, mulheres com mais de 45 anos, por exemplo, muitas, já com filhos criados, outras vivendo sozinhas, a maioria têm ocupação com o próprio lar. Esse segmento demonstra grande preocupação com a saúde, passando a optar por produtos com relação à mesma.
Pessoas de classes mais favorecidas geralmente têm mais informação quanto às propriedades dos ingredientes que compõem seus alimentos, conseguem diferenciar a qualidade de alimentos como margarina e manteiga, produtos nacionais e importados e geralmente se importam mais com a qualidade do que com o preço.
3. Tendências na Alimentação
3.1 Fatores Determinantes
Os fatores que influenciam o consumo de alimentos são peça chave para explicar as tendências. Os principais determinantes da demanda por alimentos na atualidade são o crescimento da população, a aceleração do processo de urbanização de países em desenvolvimento, o crescimento econômico, o nível de escolaridade, o incremento da renda e o envelhecimento da sociedade. Esses e outros movimentos têm um peso impactante na determinação das mudanças no padrão de consumo.
O impacto da urbanização na demanda por alimentos se dá pelo fato de que cada vez mais pessoas estão migrando para os centros urbanos, deixando de produzir seu próprio sustento, elevando imediatamente a demanda por alimentos processados ou industrializados.
Outro fator importante, é que o número de pessoas no planeta vem aumentando consideravelmente. Segundo a ONU, de 1950 até 2009 a população mundial aumentou em 4,3 bilhões de pessoas, o que implica na maior demanda por
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