Teoria Das Representações Sociais
Dissertações: Teoria Das Representações Sociais. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: manueladcv • 20/3/2015 • 2.491 Palavras (10 Páginas) • 486 Visualizações
Ano VI, n. 10 – Outubro/2010
Teoria das representações sociais: uma análise crítica da comunicação de massa e da mídia
Adriana Ferreira GAMA1
Aline Renée Benigno dos SANTOS2
Eduardo FOFONCA3 Resumo O presente artigo abordará o conceito de Representação Social europeu, que nos remete ao conceito epistemológico de representação coletiva do sociólogo alemão Émile Durkhein. Numa releitura crítica do Serge Mascovici para evidenciar as influências da representação social na mídia e na comunicação de massa, transformando e formando as representações sociais. Palavras-chave: Representação Social. Psicologia social. Mídia. Comunicação de massa. Introdução
Inicialmente fazemos uma abordagem histórica para trazer uma reflexão do conceito de origem da expressão Representação Social, que é européia. Para tanto, é necessário nos remeter ao conceito de representação coletiva de Émile Durkheim. Esse conceito foi trazido, novamente, ao meio acadêmico pelo francês Serge Moscovici, que nesta retomada desenvolveu uma teoria das Representações Sociais no campo da Psicologia Social. Serge Moscovici foi quem primeiro mencionou a expressão representação social, apresentada em seu estudo sobre a representação social da psicanálise, na década de 1950. Moscovici apresentou os resultados de sua pesquisa, na qual procurou compreender de que forma a psicanálise, ao sair dos grupos fechados e especializados através de sua divulgação pelos
1 Mestranda em Educação em Ciências e Matemática (UFPR), Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR), Graduada em Ciências Biológicas (UEPG). E-mail: adriana.gama@ifpr.edu.br
2 Mestranda em Lingüística Aplicada (UFSC) e bolsista CAPES. Especialista no Ensino de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira (UTFPR), Graduada em Letras (UEPG). E-mail: alinerenee@gmail.com
3 Mestre em Comunicação e Linguagens (UTP), Especialista no Ensino de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira (UTFPR) e em Educação (UFPR), Graduado em Letras (FAFIPAR). E-mail: eduffk@bol.com.br
Ano VI, n. 10 – Outubro/2010
meios de comunicação, adquiriu uma nova significação para grupos populares. Neste estudo, referente à evolução do conceito de representação social, destaca-se Jodelet, que neste campo das ciências humanas, é a principal divulgadora do trabalho de Moscovici. No Brasil, a publicação dos estudos do conceito de representação social de Serge Moscovici foi feita em 1978 sob o título A representação social da Psicanálise. O autor, nesta obra, mostra como a Psicanálise, enquanto uma teoria científica complexa, ao ser difundido em determinada cultura, transforma-se ao mesmo tempo em que modifica o social, a visão que as pessoas têm de si mesma e do mundo em que vivem. Nessa perspectiva, a Psicanálise, enquanto uma teoria nova sobre o comportamento humano converte-se num componente da realidade cotidiana, um objeto do pensamento social e transforma-se numa representação social autônoma, sem grandes semelhanças com a teoria original. O conceito de Moscovici nasce da releitura crítica feita sobre as noções de representação coletiva da teoria funcional de Durkheim, uma vez que, para o psicólogo francês, as representações coletivas são por demais abrangentes para darem conta da produção do pensamento na sociedade na atualidade. Numa releitura de Moscovici (1978) a representação social refere-se ao posicionamento e localização da consciência subjetiva nos espaços sociais, com o sentido de constituir percepções por parte dos indivíduos. Nesse sentido, as representações de um objeto social passam por um processo de formação entendido como um encadeamento de fenômenos interativos, fruto dos processos sociais no cotidiano do mundo moderno. Desse modo, Moscovici analisou os processos através dos quais os indivíduos elaboraram explicações sobre questões sociais e como isso de alguma forma relaciona-se com a difusão das mensagens pelos veículos de comunicação, dos comportamentos e organização social. Nesse aspecto, o conceito de representação social trabalha com uma gama de elementos que envolvem teorias científicas, ideologias e experiências vivenciadas no cotidiano e também com questões ligadas à Psicologia, à Psicanálise, à Comunicação e à Sociologia.
O que se pode analisar na obra de Moscovici (1978), é que os aspectos conceitual e epistemológico são tomados enquanto formas de explicação e possuem referência à inter-relação entre os sistemas de pensamentos e as práticas sociais, para que seja possível
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compreender os fenômenos complexos do senso comum e a eficácia destas representações na orientação dos comportamentos e na comunicação, entendendo a representação social como sistema de recepção de novas informações sociais. As Representações Sociais, a Mídia e a Comunicação de Massa Moscovici (1978) afirma que o objeto central da Psicologia Social deve ser o estudo de tudo o que se refere à ideologia e à comunicação do ponto de vista da sua estrutura e função. Para os pesquisadores que têm uma concepção de ser humano, historicamente construído, e que enxergam a sociedade como um produto histórico-dialético, a comunicação obrigatoriamente torna-se um problema a ser pesquisado. Ela deve ser estudada como um campo de problemas, na medida em que sua prática requer a superação da própria realidade. Todavia, a preocupação não é mais com o que é comunicado, ou seja, a mensagem, mas a maneira com que se comunica e, nesta relação, o significado que a comunicação tem para os seres humanos. Conforme McLuhan (1969), a comunicação é o processo da troca de experiências para que se torne patrimônio comum. Ela modifica a disposição mental das partes envolvidas e inclui todos os procedimentos por meio dos quais uma mente pode afetar outra. Isso envolve não somente as linguagens oral e escrita, como também a música, as artes plásticas e cênicas, ou seja, todo comportamento humano. Cotidianamente o ser humano é envolvido por informações, através de imagens e sons que, de uma forma ou de outra, tentam criar, mudar ou cristalizar atitudes, persuadir nos indivíduos. Pode-se dizer que este é o efeito dos meios de comunicação de massa nas relações sociais. McLuhan chama-se este fenômeno de mundo retribalizado, onde as pessoas passam a ser constantemente massacradas por inúmeras e variadas informações, vindas de todas as partes do mundo.
Nesse sentido, vê-se como é o foco de abrangência da comunicação de massa: dirigida a um público
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