Teoria E Realidade, De Mario Augusto Bunge - Segundo Capítulo
Dissertações: Teoria E Realidade, De Mario Augusto Bunge - Segundo Capítulo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: hmariz • 2/9/2014 • 583 Palavras (3 Páginas) • 929 Visualizações
O segundo capítulo "modelos na ciência social", do livro Teoria e Realidade (Bunge, Mario Augusto), tem como finalidade retratar as noções teóricas, práticas e diferenças entre o objeto-modelo e do modelo teórico, tanto para ciência natural quanto para social, além de analisar a relação desses conceitos com outros de significados próximos, porém distintos.
O estudo dos objetos-modelos e dos modelos teóricos, nesse capítulo, são delimitados como "esboços hipotéticos de coisas e fatos supostamente reais". O autor vê a necessidade de fazer tal esclarecimento por que a palavra "modelo" aparece corriqueiramente na literatura filosófica e científica com diferentes sentidos.
Um objeto-modelo é a representação de um objeto concreto, ou seja a idealização dele. Essa representação pode acontecer através de formas conceituais ou pictórica, figurativa e até mesmo simbólica. Mas acredito que o que deve ser ressaltado - também condizente com as perspectivas de Bunge - é o fato que o objeto-modelo nunca será uma cópia fiel da realidade, a representação será sempre "parcial e mais ou menos convencional". Pois objetos-modelos acabam deixando passar alguns elementos de seus referentes e inclui até mesmo outros elementos imaginários. Lembrando também que o que faz o objeto modelo funcionar é fato dele ser próximo a um sistema hipotético-dedutivo.
Através de uma fórmula é estabelecida uma relação de modelagem, que segundo o autor "deveria ocorrer explicitamente em qualquer formulação de uma teoria científica que cuidasse do significado físico e psicológicos de seus símbolos". Percebe-se então a fórmula de um modelo não precisa necessariamente partir de um dado intuitivo, mas que deve sempre possuir um referente fatual.
Já quando tratamos de modelos teóricos percebemos que seu conceito e utilização é mais complexo e amplo que os objetos-modelos, mas ambos tem funções relacionadas e que podem se completar. O objeto-modelo precisa ser expandido e encaixado em uma "moldura teórica" e para isso precisa conseguir um modelo teórico, que é a teoria específica de um objeto concreto que pode ser submetido a provas empíricas. Mesmo com toda essa complexidade, um modelo teórico ainda não é suficiente para representar com total fidelidade um determinado objeto concreto, mas consegue maior detalhes do que apenas uma representação das características de um objeto concreto, como é o caso do objeto-modelo.
Um bom exemplo prático para entender como funciona essa relação de diferenças do objeto concreto, com o objeto-modelo e um modelo teórico é quando identificamos o trânsito na hora do rush como o objeto concreto, o fluxo contínuo como objeto-modelo e a teoria matemática do fluxo de tráfego como modelo teórico.
Um modelo teórico tem a possibilidade de ser gerado de duas formas, ou se desenvolve encaixando objetos-modelos em teorias gerais, ou usando o objeto-modelo frequentemente a uma única teoria geral já existente. Mas em qualquer dos meios que ela for gerada, ela nunca deixará de ser de ser "uma teoria genérica juntamente com um objeto-modelo", por que por mais que um modelo teórico seja testado, ele será sempre estará sujeito a ser falsificado, até então apenas algumas de suas consequências comprováveis se mostram o mais próximas da realidade.
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