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Teoria Geral

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Por:   •  24/9/2013  •  4.461 Palavras (18 Páginas)  •  238 Visualizações

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Subjetividade e comunicação nas relações de trabalho: contribuição aos

estudos interpretativos da comunicação organizacional no Brasil1

Claudia Nociolini Rebechi2

Universidade de São Paulo

Resumo

A discussão sobre a subjetividade do trabalhador em suas relações de trabalho

integra a comunicação como um importante elemento neste contexto. Se por um lado, as

organizações tentam controlar a comunicação em prol de seus interesses corporativos,

por outro, existe a possibilidade da comunicação, como parte integrante da

subjetividade do empregado, ser utilizada por este como forma de experienciar sua

própria existência social. E isso acontece numa disputa de sentidos entre a empresa e o

trabalhador, em que este age como sujeito de uma negociação contínua pelo poder da

comunicação no ambiente de trabalho.

Palavras-chave: comunicação, subjetividade, trabalho.

Introdução

As transformações do sistema produtivo que o capital tem passado implicam

numa necessidade contínua de renovação das práticas e dos processos de gestão da

eficácia do trabalho nas empresas. Trabalho em grupo ou em equipe, polivalência de

funções e total responsabilização por desenvolvimento de produtos e prestação de

serviços são algumas das imposições que os trabalhadores têm enfrentado em seu

ambiente de trabalho na contemporaneidade.

O discurso empresarial solicita que o trabalhador ou o empregado disponibilize

outros esforços que vão além de seus conhecimentos técnicos ou profissionais.

Acredita-se, neste sentido, que o indivíduo precisa saber interagir com o trabalho que

está realizando, respondendo eficientemente às tarefas já preestabelecidas e aos

acontecimentos imprevistos que influenciam o processo produtivo. Dessa forma, as

questões que envolvem a subjetividade do trabalhador aparecem como pauta de

1 Trabalho inscrito para apresentação no GT Abrapcorp 2 - Gestão, processos, políticas e estratégias de

comunicação nas organizações.

2 Graduada em Comunicação Social – habilitação em Relações Públicas pela UNESP e especialista pelo

curso lato sensu “Gestão estratégica de comunicação organizacional e relações públicas” pela Escola de

Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Atualmente é mestranda do Programa de Pós-

Graduação em Ciências da Comunicação pela mesma instituição, sob a orientação da Profa. Dra.

Margarida M. K. Kunsch, e docente do curso de Relações Públicas da Universidade Metodista de São

Paulo.

2

discussão nos campos de estudos sobre o trabalho e também em outras áreas que

dialogam com tal categoria social, como é o caso da Comunicação.

Dentro deste cenário destacam-se duas vertentes passíveis de serem abordadas

quando estudamos o assunto. Encontra-se a idéia de relevância da subjetividade do

trabalhador na realização de seu trabalho, que contempla a comunicação como um

elemento imprescindível para o aumento da produtividade organizacional. Por outro

lado, existe a abordagem de que a comunicação pode apresentar-se como uma

possibilidade do trabalhador utilizar-se de sua subjetividade no trabalho como forma de

experienciar a sua própria existência social. Dessa maneira, a comunicação, entendida

como fluxo de sentidos (experiências de vida, práticas sociais) de seus interlocutores,

apresenta-se como mediadora de uma disputa de forças quanto à manipulação destes

sentidos sob as relações concretas existentes na esfera do trabalho.

O objetivo principal deste paper é propiciar uma discussão que contribua para o

entendimento do processo e das práticas comunicacionais no ambiente de trabalho,

destacando a comunicação como o elemento subjetivo mediador de grande importância

nas relações do trabalhador com seu trabalho e com a organização em que atua.

Para tanto, acreditou-se ser interessante a utilização de um aporte concreto que

pudesse ilustrar toda esta discussão por meio de seus encontros e desencontros com as

possibilidades da comunicação já enunciadas aqui. A escolha refere-se à Aberje –

Associação Brasileira de Comunicação Empresarial - que completou 40 anos de

existência em 2006 e esta preferência deve-se especialmente por dois fatores:

primeiramente porque esta associação é representativa de uma classe social do patronato

brasileiro, já que é composta por mais de 1.000 empresas privadas e estatais que são

associadas, contribuindo financeiramente para a sua sobrevivência; assim supõe-se que

o ponto de vista da Aberje assemelha-se ao de seus associados. E, o outro fator deve-se

à legitimidade que o mercado e a academia tem dado às ações da Aberje enquanto

mediadora dos debates que norteiam a prática

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