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Terra Para Rose

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Por:   •  25/11/2014  •  494 Palavras (2 Páginas)  •  481 Visualizações

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TERRA PARA ROSE

O documentário, titulado “Terra para Rose”, de Tetê Moraes (1987), representa a luta dos agricultores sem terra que em 1985 fizeram a primeira ocupação de um latifúndio improdutivo no Rio Grande do Sul, berço do MST. Aborda-se o tema da Reforma Agrária no Brasil por meio do retrato da realidade de 1500 famílias (que integram o MST nos sul do país), que montaram acampamento na fazenda Anoni (Rio Grande do Sul), considerada improdutiva na época.

Década de 80, período de transição política, pós-ditadura militar e início da democracia no país, tem-se um resgate histórico da criação do Movimento Sem Terra (MST), suas dificuldades e ganhos sociais, garantia do direito previsto pelo Estatuto da Terra criado pela Lei 4.504 de 30/11/1964 e posteriormente pelo Decreto Nº 91766, de 10 de outubro de 1985, que aprovou o Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA) sancionado pelo então presidente Jose Sarney.

Assim, discutindo a luta social do MST pela Reforma Agrária, o documentário evidenciou os depoimentos femininos para demonstrar a esperança, dias melhores para tais famílias. Em especial, o sonho que Rose, que almejava a divisão justa de terras, mas em sua luta por um simples direito e, pela própria dignidade, cessou-se no meio do caminho, em um acidente inesperado e inexplicado.

Cabe aqui destacar que a Reforma Agrária o sistema que regula e promove a "justa" divisão de terras em um estado.

No caso do Brasil, especificamente, ela deve atuar com intuito de reparar séculos de uma distribuição fundiária injusta, que perdurou até os dias de hoje, causando uma disparidade muito grande entre detentores de grandes porções de terras (latifundiários) e pessoas que se quer têm onde morar e produzir. Esse processo é realizado pelo Estado, que compra ou desapropria desses latifundiários e distribui lotes de terras para famílias camponesas.

Diante dos conceitos apresentados, é possível afirmar que a Reforma Agrária no Brasil, ainda, é um processo lento e tende a ser ineficaz. Isso por vários motivos, seja pela mecanização do campo, pela economia industrial, pelas destruições de patrimônio privado, pelos interesses políticos do movimento e, até pelos bloqueios das estradas.

O Movimento dos Sem Terra, hoje, perdeu o seu caráter inicial, aquele demonstrado por Rose, visto que as lideranças políticas, corruptas e totalitárias, as invasões de qualquer lote, o desrespeito proporcionaram o descrédito da luta justa. O apoio mascarado do governo, na maioria das vezes, é para a garantia de eleições, evidenciando, assim, o coronelismo moderno.

Há vidas em questão, há famílias que sofrem a desigualdade social, no entanto, o governo tornando eficaz a viabilidade econômica da Reforma, as beneficiariam mais se investisse na qualificação dessas pessoas para o mercado de trabalho urbano, garantindo-lhes a dignidade. A qualificação profissional, a educação são instrumentos para isso. O apoio do Estado proporcionando uma moradia adequada, estudo, lazer, enfim, o básico para que se tenha qualidade de vida e que já é consolidamente previsto, já seria um bom começo. Todos precisam ser amparados e respeitados, pois a igualdade é um direito constitucional.

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