Trabalho Sociologia Cleide Bezerra
Por: Luiza Sousa • 28/5/2016 • Trabalho acadêmico • 4.097 Palavras (17 Páginas) • 270 Visualizações
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO DISTRITO FEDERAL
O QUE É SOCIOLOGIA
ESTUDO DIRIGIDO
1 – Explique qual a influência do iluminismo no processo de surgimento da sociologia e mostre o pensamento dos principais filósofos do momento.
Os iluministas atacavam com veemência os fundamentos da sociedade feudal, principalmente por causa das estruturas tradicionais e das regalias auferidas pela classe dominante em detrimento das demais.
Esses pensadores carregavam consigo uma ideologia revolucionária. Rejeitaram convicções egocêntricas do Renascimento e o seu nacionalismo, que culminou nas monarquias absolutistas e na aceitação dos déspotas esclarecidos.
Em oposição à estrutura feudal, propunha-se o liberalismo, em que os seres humanos, dotados de razão, regidos por leis naturais, se ordenariam automaticamente, sem a intervenção estatal exacerbada. No âmbito econômico, por exemplo, tudo regular-se-ia por meio da “lei da oferta e da procura”, uma lei natural, cabendo ao estado um papel mínimo.
Com relação ao estudo social, eles tinham uma visão crítica e negadora da realidade e além de conhecê-la, viam justificativas para abandoná-la. Através do conhecimento, da racionalidade, o homem alcançaria o auge do progresso, a ação racional ordenaria o mundo. Então se fez relevante a criação de uma nova ciência, que pudesse ditar as bases para o comportamento social.
2 – Faça um pequeno resumo e explique sobre a revolução francesa no processo do surgimento da sociologia.
A revolução Francesa visava à erradicação da antiga forma de sociedade, feudal, dividida em estamentos, cujas classes dominantes tem privilégios sobre os demais. A antiga nobreza e o clero foram subjugados em favor da classe que ascendia economicamente, a burguesia. O “sonho iluminista” de transformar radicalmente a sociedade libertando-a das corporações e de laços de tradição social oriundos do sistema feudal foi, em tese, realizado.
A sociologia, nessa conjuntura, serve para tentar compreender a nova estrutura social, a nova realidade. Entretanto, para pensadores como Tocqueville, Durkheim, Saint-Simon, Comte e Le Play, a relevância dos estudos sociológicos se deu por causa da necessidade de racionalizar o estado de “desordem” gerado pela revolução francesa.
3 – Destaque algumas ideias divulgadas pelo iluminismo.
”Um individualismo secular, racionalista e progressista dominava o pensamento esclarecido” (HOBSBAWM, 2007). Esses pensadores diferenciavam-se dos demais, não por que simplesmente propunham mudanças, mas por que tinham ideais de semblante ousado e acreditavam ser imprescindíveis a transfiguração do arranjo feudal.
Os iluministas defenderam ideias considerados revolucionários e atacavam os privilégios da classe dominante oriundos do sistema medieval. Divergem, por exemplo do método dedutivo adotado pela maioria dos pensadores procedentes, e insistiam na adoção metodológica das ciências da natureza, tentando aplicar a “matemática social” ao estudo da sociedade.
O anticlericalismo, combate ao clero e às corporações religiosas, era bastante adotado por esses pensadores, preferencialmente por Voltaire e impactou diretamente no desenvolvimento científico anteriormente oprimido pelos dogmas católicos. Assim como as instituições tradicionais do medievo também sofriam críticas, os iluministas tentavam revolucionar essa ordem estamental e fundamentada na fé.
4 – Quais eram os objetivos (intenção) dos fundadores da sociologia?
Alguns, tais como Comte, Le Play, Tocqueville, Durkheim e Saint-Simon afirmaram a necessidade de racionalizar a nova ordem em busca de um estado de equilíbrio. Saint-Simon alega que a filosofia da revolução francesa pode ter sido revolucionaria, mas que cabe a outra o trabalho de criar uma que seja “reorganizadora”. Já Augusto Comte, em oposição ao pensamento iluminista, diz que a nova teoria sociológica tem o papel de facilitar na atuação da sociedade como ela é.
5 – Destaque o pensamento de cada um:
- Saint-Simon
Saint -Simon acreditava no industrialismo como ferramenta para o progresso da sociedade, sendo que a sua base seria a produção material, a divisão do trabalho e a propriedade. O ócio da nobreza e do clero eram criticados pois, para ele, todos deveriam cooperar em prol da felicidade comum. Seria necessária uma ciência social “positiva”, que definisse leis para a interpretação racional da realidade. Em contrapartida, criticava também as injustiças sociais.
- Augusto Comte
Augusto Comte defende a reorganização do estado caótico gerado pela Revolução Francesa. Criticava o pensamento iluminista por acreditar que este provocava a desunião dos homens e os chamava de “doutores da guilhotina”. Pautou-se na defesa da “filosofia social”, baseada em leis primeiras e gerais, anteriores à Filosofia, que regeriam e preveniriam o comportamento da sociedade. Essa filosofia é estabelecida tomando por modelo os métodos das ciências naturais, almejando tirar da sociedade princípios tão concretos e palpáveis que pudessem prever o comportamento.
Comte foi o primeiro a cunhar o termo Sociologia, cujo objeto de investigação seria os acontecimentos repetitivos da natureza, e foi então considerado o seu patriarca. Foi também um grande divulgador do método positivista. Quanto ao método, acreditava na “física social, mas se viu obrigado a mudar o nome dessa nova ciência, considerando que Quetelet, belga, havia fundado uma outra de mesmo nome, que agora é conhecida por Estatística. Renegava a visão da sociedade como sendo a união de pessoas, em sentido isolado, e acreditava que não existiam indivíduos e sim a Humanidade.
Tal como Saint-Simon, apoia a religião, considerando-a como o altruísmo necessário para equilibrar a sociedade egoísta.
Em busca da “ordem”, deveria-se considerar os movimentos vitais: o estático e o dinâmico. O movimento estático seria responsável pela manutenção estrutural inerente à sociedade e, o dinâmico, aquele que possibilita a complexificação social. A obrigatoriedade de se impedir os movimentos reivindicatórios justificaria muitos regimes ditatoriais, posteriormente, pois o Estado forte poderia intervir da maneira que achasse cabível para a manutenção da estrutura social vigente, como o próprio capitalismo.
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