USO DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS EM NEGÓCIOS PEQUENOS
Tese: USO DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS EM NEGÓCIOS PEQUENOS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: KMRM • 22/3/2014 • Tese • 4.325 Palavras (18 Páginas) • 347 Visualizações
O USO DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS NA PEQUENA EMPRESA
Introdução
Atualmente todas as pequenas empresas têm o acompanhamento de suas atividades feitas por um profissional da contabilidade. Este acompanhamento pode ser superficial, apenas para atender a interesses fiscais, ou representar um suporte efetivo à tomada de decisão do empresário.
Ocorre, em muitos casos, que estas informações são fornecidas sem o devido esclarecimento e interpretação, de maneira que possam auxiliar na gestão da empresa, ainda mais quando o empresário não possui nenhuma formação específica em administração.
Dada a representatividade da pequena empresa no contexto econômico, há necessidade de se dar uma atenção especial a este segmento, pois, segundo o Banco de Dados do SEBRAE/RS, 80% das pequenas empresas fecham antes de completar um ano de atividades.
As pequenas empresas, no contexto do desenvolvimento regional, têm um papel decisivo. Segundo Banco de Dados do SEBRAE/RS, no Brasil, as pequenas empresas representam 98,3% dos estabelecimentos industriais, comerciais, agrícolas e de serviços:
a) são responsáveis por 59,6% da oferta de empregos;
b) respondem por 42% dos salários pagos;
c) 43,1% da receita sobre o valor bruto da produção na indústria, comércio e serviços.
Fatos como a relevância e a falta de estudos, envolvendo especificamente as pequenas empresas, servem de motivação para desencadear um processo de investigação envolvendo as pequenas empresas.
1 A contabilidade e a informação
A contabilidade surgiu pela necessidade de o homem ter informações econômicas e financeiras a respeito dos seus negócios.
As informações geradas pela contabilidade tiveram uma mudança de “foco”, a partir do momento em que elas privilegiam os seus usuários externos. Esta mudança foi conseqüência da crise de 1929, na Bolsa de Valores nos EUA. Nesta época, surgiram os princípios de contabilidade, que se generalizaram, e que, com pequenas modificações, continuam em vigor até hoje.
O desenvolvimento do comércio, a revolução industrial, entre outros, impuseram modificações à teoria e prática contábil. Atualmente, a revolução da tecnologia, a competitividade, a internacionalização das organizações e da produtividade, tornaram os negócios mais dinâmicos e competitivos. Isso impõe novas e profundas revisões na aplicação da contabilidade e seu reencontro com seus objetivos e seu principal usuário: o gestor da empresa.
A contabilidade tem sido definida, em termos gerais, como sendo “o processo que consiste em identificar, medir e comunicar a informação econômica para permitir julgamentos e decisões bem fundamentadas pelos usuários da informação”(American Accounting Association, 1966, p.1, apud Niswonger & Fess, 1980, p.3).
A contabilidade tem um potencial enorme de informação, pois todos os fatos que são passíveis de expressão monetária podem ser agrupados dentro dessa área , objetivando a uma visão sistêmica da situação da empresa.
Marion (1993, p. 30), quando trata da questão da utilização das informações contábeis para gestão, afirma:
“A função básica do contador é produzir informações úteis aos usuários da Contabilidade para a tomada de decisões. Ressalte-se, entretanto, que, em nosso país, em alguns segmentos da nossa economia, principalmente na pequena empresa, a função do contador foi distorcida (infelizmente), estando voltada exclusivamente para satisfazer às exigências legais”.
O desvio do foco da informação contábil fez com que o contabilista perdesse cada vez mais a noção do que representa a contabilidade. Este desvirtuamento da informação contábil faz com que o contabilista não se preocupe em buscar sistemas tecnologicamente mais avançados e abrangentes para subsidiar a contabilidade, pois, para a maioria dos profissionais, a informação deve ser solicitada e não oferecida. Não basta saber atender pedidos de informações: é necessário saber oferecer informações que possam ser úteis para a gestão da empresa.
Além disso, Marion (1993, p. 29,30) afirma:
“ Observamos com certa freqüência que várias empresas, principalmente as pequenas, têm falido ou enfrentam sérios problemas de sobrevivência. Ouvimos empresários que criticam a carga tributária, os encargos sociais, a falta de recursos, os juros altos, etc., fatores estes que, sem dúvida, contribuem para debilitar a empresa. Entretanto, descendo a fundo nas nossas investigações, constatamos que, muitas vezes, a “célula cancerosa” não repousa naquelas críticas, mas na má gerência, nas decisões tomadas sem respaldo, sem dados confiáveis. Por fim observamos, nesses casos, uma contabilidade irreal, distorcida, em conseqüência de ter sido elaborada única e exclusivamente para atender às exigências fiscais.”
Isto significa que o trabalho de elaboração da escrituração ocorre, a empresa suporta o custo de sua elaboração, porém os benefícios para auxílio na gestão da empresa geralmente não se concretizam.
2 Contabilidade e escrituração
2.1 O que se entende por Contabilidade?
Quando se faz referência à contabilidade, logo a maioria das pessoas remete ao conceito de escrituração contábil, será esse o seu verdadeiro sentido da contabilidade?
Segundo Iudícibus (1997, p.26) a contabilidade pode ser conceituada como sendo: “... o método de identificar, mensurar e comunicar informação econômica, financeira, física e social, a fim de permitir decisões e julgamentos adequados por parte dos usuários da informação.”
Segundo Arend (1996, p.11) “ A Contabilidade registra, estuda e interpreta (analisa) os fatos financeiros e/ou econômicos que afetam a situação patrimonial de determinada pessoa, física ou jurídica.”
De acordo com Basso (1996, p.19) Contabilidade
“...
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