Violencia Na Escola

OLA OU VIOLÊNCIA DA ESCOLA?

por: Jéssica Limberger

A culpa é de alguém ou a responsabilidade é de todos?

A culpa é de alguém ou a responsabilidade é de todos?

A temática da violência tem sido foco de importantes debates. No que diz respeito à violência escolar, refletir sobre como ela se constitui pode ser o caminho norteador para as intervenções. A violência foi declarada como um problema central de saúde pública já em 1996, na 49ª Assembleia Mundial de Saúde, sendo definida como: o uso intencional de força ou poder físico, sob forma de ameaça ou ação efetiva, contra si mesmo, outra pessoa, grupo ou comunidade, que ocasiona ou tem grandes probabilidades de ocasionar lesão, morte, dano psíquico, alterações de desenvolvimento ou privações.

Uma vez que os danos causados são comprometedores, no ambiente escolar tal questão tem ressonância, onde o ato violento possui diversas causas e gera consequências em todo o sistema escolar. Para Molière, "Não somos responsáveis apenas pelo que fazemos, mas também pelo que deixamos de fazer." Ao falar sobre violência, o que temos feito? E especialmente: o que deixamos de fazer? Assim, pode-se pensar que a violência tem um sentido mais amplo na medida em que passamos a nos responsabilizar também pelo que deixamos de fazer. Sendo a violência um problema que abrange todas as esferas sociais, a escola é uma instituição onde várias formas de interação e também de violência coexistem.

Desta forma, todos estão envolvidos no processo, sendo a responsabilidade de todos. Para Maturana, a responsabilidade ocorre quando se está consciente das consequências das próprias ações e quando se age aceitando-as. Com isso, perceber-se responsável pelo que se faz e pelo que se deixa de fazer traz um diferencial, ao nos reconhecermos como parte do mundo em que vivemos. A violência que se apresenta no meio escolar é de responsabilidade comum. Cabe salientar que a responsabilidade se diferencia da culpa. A culpa paralisa, não oferece possibilidades de ações. Já a responsabilidade imprime um sentido de pertença ao meio em que se convive. E fica o questionamento: todos se sentem pertencentes à escola? à sociedade?

As falas: "A culpa é da família", "A culpa é da sociedade", "A culpa é dos alunos", "A culpa é dos professores", geram círculos viciosos de não responsabilização. Todavia, se as ações forem dirigidas primeiramente para a própria responsabilidade, para depois buscarem corresponsabilidades, há outra visão sobre a realidade. Os atos violentos, quando vistos sem contexto, promovem muitas vezes a culpa, e não a responsabilização. No entanto, quando são analisados no contexto, podem ser percebidos como mensagens, como algo que ao invés de ser falado está sendo colocado em atos. Sendo assim, se percebe que a violência que se apresenta no ambiente escolar tem os reflexos da sociedade uma vez que pertence a ela. A promoção do diálogo e da responsabilização mútua podem ser alternativas diante desta realidade.

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado

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