A Grife Louboutin no Romantismo
Por: Paulo Lisboa • 19/8/2015 • Artigo • 1.898 Palavras (8 Páginas) • 322 Visualizações
A Grife Louboutin no Romantismo[1]
Antônio Carlos Menezes Lisboa[2]
Keize Mayara Carvalho Fontes[3]
Aline Lisboa da Silva[4]
Universidade Federal de Sergipe – UFS
RESUMO
O presente artigo apresenta obras do Romantismo utilizadas no âmbito da Publicidade, em especial, no catálogo Louboutin da Coleção Outono-Inverno 2011/2012, do renomado designer francês Christian Louboutin, lançado apenas na Europa. Inicialmente será retratado um breve histórico sobre o movimento artístico citado e seus principais colaboradores. Em seguida, será dissertado sobre a vida e carreira do designer, e consequentemente, a grife, juntamente com as peças da campanha, com o objetivo de analisar o modo como a arte está inserida na Publicidade e o impacto gerado.
PALAVRAS-CHAVES: Romantismo, Louboutin; Publicidade.
INTRODUÇÃO
O Romantismo é a arte do sonho e fantasia. Valoriza as forças criativas do indivíduo e da imaginação popular. Opõe-se à arte equilibrada dos clássicos e baseia-se na inspiração fugaz dos momentos fortes da vida subjetiva: na fé, no sonho, na paixão, na intuição, na saudade, no sentimento da natureza e na força das lendas nacionais.
Tais características fantasiosas permitem que o indivíduo enxergue a arte com outro olhar, com mais oportunidades de interpretação, fazendo com que a criatividade possa fluir espontaneamente devido ao sentimento que é transmitido pela arte.
Ressalva-se que não foi um estilo unificado em termos de técnica ou temática, houve uma diversidade de contextos nos vários países onde esse movimento se desenvolveu, sendo assim, foram criadas inúmeras escolas regionais cada uma com suas peculiaridades e por vezes focadas em temas ou abordagens específicas.
Desse modo, o romantismo é a reafirmação da verdade pluralista, a ideia de que existem valores e fins de vidas diversos que os homens procuram e, mais ainda, são capazes de criar, enxergar além.
Neste contexto, a grife Louboutin criou releituras de obras renomadas, com o intuito de chamar atenção do seu público-alvo, e consequentemente, o desejo em torno dos famosos calçados da sola vermelha.
1. O ROMANTISMO
Sabe-se que foi um movimento artístico, político e filosófico que surgiu no final do século XVIII na Europa, tendo como principais características: a liberdade de criação e de expressão, nacionalismo, individualismo, egocentrismo, pessimismo e crítica social. Foi dividido em três grandes fases.
Então, a primeira fase era de autores que conservavam traços clássicos, isto é, apego às regras da produção literária. Os principais temas na Europa eram nacionalismo, romance histórico e medievalismo. Já no Brasil, o indianismo era figura marcante nas obras. A segunda foi marcada pelo exagero do subjetivismo e emocionalismo, o tédio, devaneio, sonho, desejo da morte estavam sempre presentes. Enquanto a terceira fase antecipa características da Escola Realista, que substituirá o Romantismo, desse modo, o subjetivismo e o emocionalismo cederão lugar para uma literatura de tom exaltado, baseada nos grandes debates sociais e políticos da época.
Dois acontecimentos históricos ocorreram no período do Romantismo: as Revoluções Industrial e Francesa. Naquela época, a vida social estava dividida entre a burguesia industrial e o surgimento de uma nova classe, o proletariado. A burguesia ganhava poder e o capitalismo se desenvolvia cada vez mais, enquanto os impérios feudais e a aristocracia que dependia deles encontrava-se em situação de calamidade. Logo, era o fim do absolutismo na Europa e o início da industrialização.
No âmbito literário, a fase romântica rompeu com a tradição clássica, imposta pelo período árcade, e apresentou novas concepções literárias, dentre as quais: a observação das condições do estado de alma, das emoções, da liberdade, desabafos sentimentais, valorização do índio, a manifestação do poder de Deus através da natureza, a temática voltada para o amor, saudade e subjetivismo.
2. PRINCIPAIS COLABORADORES
Na pintura, tem-se Francisco de Goya, nascido na Espanha, cujas manifestações artísticas eram bem variadas no que diz respeito ao tema: tragédia, comédia, sátira farsa, deuses, homens, etc. Duas obras muito famosas suas são “La Maja Desnuda” e “La Maja Vestida”, estrelada por Cayetana, a duquesa de Alba, quadros idênticos, a não ser pelo fato de num deles a modelo estar vestida e no outro, desnuda.
Dois artistas franceses influentes da época são Théodore Gericaut e Eugène Delacroix. O primeiro evidenciava em seus quadros a doença, a loucura, e o desespero, usava bastante o efeito do claro-escuro para criar ambientes de sofrimento. Uma das suas obras mais marcantes é “A balsa da Medusa”, exposta no Museu do Louvre, em Paris. O outro exaltava em seus trabalhos as emoções extremas e a natureza em seu aspecto bruto. Seu quadro mais notável é “A Liberdade Guiando o Povo”.
Caspar David Friedrich, pintor e escultor alemão, é mais um grande contribuinte do Romantismo. Suas obras, em sua maioria, retratam paisagens, como praias rochosas, planícies áridas, cadeias infinitas de montanhas e árvores se agigantando em direção ao céu. Um dos seus trabalhos com mais repercussão é “A Cruz na Montanha”, onde recebeu inúmeras críticas negativas, pela utilização gratuita de um elemento religioso.
Dentre os pintores brasileiros, destacam-se Manuel de Araújo Porto-Alegre, Pedro Américo e Victor Meirelles. A temática da pintura Romântica brasileira frisava sempre o nacionalismo, pois funcionava como propaganda de um país civilizado e progressista, como queria aparentar D. Pedro II. A valorização da natureza e dos costumes nativos são características evidentes nos quadros de Manuel de Araújo Porto-Alegre, por exemplo, em “Selva Brasileira”, e nos de Victor Meirelles em “A Primeira Missa no Brasil”. Cenas de batalha também eram muito representadas, como na obra de Pedro Américo “A Batalha do Avaí, 1872-77”.
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