O exercicio do poder e as lutas sociais no e com o espaço
Por: CristinoNaricha • 18/8/2017 • Trabalho acadêmico • 2.355 Palavras (10 Páginas) • 303 Visualizações
O Exercício do Poder e lutas sociais no e com o espaço
Conceitualização do poder
O poder segundo (BARRACHO, 2011: 29), “é um conjunto de meios capazes de levar os indivíduos a realizarem um determinado comportamento.” Por sua vez, LARA apud (BARRACHO, 2011: 28), destacas os seguintes tipos de poder: poder natural e poder carismático e, o poder social e o poder político. O natural ou espontâneo decorre da liderança natural ou espontânea que deriva da chefia exercida por um ou mais líderes emergentes (liderança e gestão de grupos). Por outro lado, o carismático deriva da liderança carismática ou chefia espontânea ou natural exercida por um indivíduo dotado de qualidades de liderança excepcionais e como que sobrenaturais ou de origem divina, que no caso de dominância carismática reveste ainda o carácter obrigatório. Relativamente ao poder social, (CAETANO, 1961; LARA, 1995) apud (BARRACHO, 2011:29), como “uma consequência necessária da organização das «sociedades primárias», sendo a sociedade primária a razão do ser do poder social.” Neste sentido, o poder social será a capacidade de impor aos outros um comportamento decorrente da necessidade da organização interna das sociedades primárias ou imperfeitas, podendo aquele ser exercido indistintamente por todos os membros da colectividade ou ainda representantes, delegados ou mandatários do referido grupo. É caracterizado pela preocupação com objectivos do grupo.
E finalmente, o poder político surge como poder social da sociedade política. É tido como uma autoridade de domínio, quer dizer, que impõe obediência a quantos pertençam a sociedade política, constrangendo-os a observância das normas jurídicas e quebrando eventuais resistências” CAETANO (1961) apud BARRACHO (2011: 29). Este, pode ser exercido através de ordens, de ameaças, da autoridade ou do carisma de um homem ou de um cargo, ou ainda através da combinação de todos eles.
Dimensões do Poder
No que diz respeito às dimensões do poder, destacam-se quatro, sendo peso, domínio, alcance e a finalidade, SILVA (2012:66).
O peso do poder, diz respeito à capacidade de que um Estado dispõe para alterar a probabilidade do desfecho de um determinado processo, ou seja, o seu resultado final.
Neste aspecto, deve ter em conta duas vertentes: dissuasão – capacidade de reduzir as possibilidades de um determinado actor adoptar uma medida que não seja desejada. E persuasão, a capacidade de aumentar a probabilidade de um actor adoptar uma medida desejada. Neste sentido, deve-se ter atenção que quando se procede a mobilização total dos recursos com vista ao alcance de um determinado objectivo, é necessário ter controlo sobre eles de forma a que uma modificação na política não venha ter efeitos desastrosos.
Domínio do poder, implica a identificação daqueles que a ele se encontram sujeitos. Este inclui não somente indivíduos à ele sujeitos, mas também a quantidade e a qualidade de terras, de bens, de capital e de recursos de natureza vária por ele controlados. Entretanto, o domínio do poder pode também ser definido através de três indicadores: população controlada, território controlado e riqueza controlada, SILVA, (2012:67).
Alcance do poder – é a diferença entre a mais alta recompensa e a mais alta punição. Assim poder sumarizar que, tanto maior quanto maior for também a sua capacidade para recompensar e para punir. Mas este não corresponde a uma dimensão no exercício de poder. SILVA, (2012:67).
Finalidade do poder – o conjunto de todos os tipos ou subclasses particulares de relações de comportamento e questões que efectivamente estejam a ele sujeitas. A finalidade do poder resume-se na vontade de controlo do maior número possível de actividades dos indivíduos, encontrando-se naturalmente condicionada pela capacidade destes últimos para estabelecer tipos próprios de comportamento.
Porém, na política internacional, a finalidade do poder tem naturalmente aumentado não só em virtude do crescente número de Estados do próprio sistema, como também do variado tipo de relações que nele se estabelecem, sendo os Estados obrigados a disponibilizar mais recursos para exercer o controlo sobre a sociedade internacional e os comportamentos que nela se desenvolvem. (2012:68).
Distinções no conceito de poder
O poder deve proceder-se a quadro distinções fundamentais:
Poder e influência – a capacidade de um actor, não dispondo dos adequados meios de coação física, fazer outro aceitar (e não impor) a sua vontade;
Poder e força – exercício efectivo da violência física. Quando se torna efectivo numa guerra significa a substituição do poder político pelo poder militar.
Poder utilizável e poder não utilizável – a existência de armas nucleares obriga à distinção entre eles.
Poder legítimo e poder ilegítimo - o legítimo é aquele que pode invocar uma justificação moral ou legal para o seu exercício, é mais efectivo que o poder ilegítimo que não encontra qualquer justificação.
Limites do Poder – quando um Estado datado de um grande poder tem como objectivo último o poder total, estamos perante o risco de uma guerra total. (2012:70).
A irracionalidade de conceber o poder como um fim não se confia ao facto de pôr em causa importante na lógica do poder, é que pode pôr em risco a sobrevivência do próprio Estado agressor.
O exercício do poder está ainda intimamente ligado à questão do prestígio. Pois um Estado poder dar extremamente a imagem de deter um grande poder, o qual não corresponde a realidade.
Factores do poder
Geográfico
Apesar da controvérsia em torno do grau de influência que o meio físico exerce sobre o poder de um Estado, um facto irrefutável é que desde sempre o homem procurou adaptar-se a esse meio e adaptá-lo às suas necessidades.
Qualidade e os recursos do território: clima (influencia na saúde, no modo de vida e nos temperamentos do individuo). Relevo (determina o grau de dificuldade das comunicações do povoamento e do comercio com o exterior). Hidrografia (os rios facilitam a circulação no seio de um Estado, o desenvolvimento das trocas comerciais e os contactos entre povos). Qualidade do solo e do subsolo (desempenha um papel decisivo no desenvolvimento das sociedades, particularmente nos domínios da agrícola e industrial).
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