Resenha do Livro: O Que é ética?
Por: Nina Cadinelli • 29/6/2016 • Resenha • 1.230 Palavras (5 Páginas) • 261 Visualizações
Resenha do Livro: O que é Ética
O livro de de Álvaro Valls “O que é Ética”, fala da ética de maneira simples e acessível a todos. Quando nós falamos em dela, estamos abrangendo também teorias, filosofia e teologia, mas além disso, falamos da própria vida. Ela está no nosso cotidiano, na família, no trabalho, na escola.. está ligada diretamente ao caráter e a liberdade dos seres humanos. Em tese, é o estudo das ações ou dos costumes, sendo também a própria realização de um tipo de comportamento.
No primeiro capítulo, o autor fala sobre os problemas da ética. De acordo com ele, esses problemas podem ser divididos em: Os problemas gerais e fundamentais (liberdade, consciência, valor, lei) e os específicos (como na ética profissional, política, sexual ou matrimonial). Entretanto, isso só ocorre na teoria, pois na vida real esses problemas vem todos juntos. Para o autor, um comportamento correto eticamente, é um comportamento que segue os costumes correntes, enquanto esses costumes têm força para coagir moralmente/socialmente. Outra questão relevante no que é a ética, seria que os costumes mudam com o passar do tempo e o que é aceito pela sociedade hoje, futuramente poderá ser considerado errado. Da mesma forma como o que uma sociedade considera como errado, outra cultura considera certo. Para dar credibilidade ao estudo, Valls utiliza referências de Dostoievski (que diz que se Deus não existe tudo é permitido), Max Weber (que prega que a ética não é clara, simples e acessível a todos), Immanuel Kant (que diz que age de forma que a máxima da ação se torne lei universal) e Sócrates (o filósofo é uma espécie de pai das ideias maiêutica, ou seja, é o método socrático que consiste na multiplicação de perguntas, induzindo o interlocutor na descoberta de suas próprias verdades).
O capítulo dois fala da ética grega antiga, e tem como exemplos teóricos Sócrates e Aristóteles. O primeiro acreditava que a partir da razão era possível alcançar um ideal de vida ético. Entretanto, como a nossa vida está sempre em constante conflito entre as paixões, os desejos, as emoções e a razão, nem sempre a razão consegue manter o domínio e o controle sobre nossas ações. Já o segundo acreditava em produzir uma ética baseada na virtude. Ele nos diz que devemos exercitá-la para podermos então sermos mais críticos, mais éticos, agirmos de acordo com as nossas reflexões diárias.
No terceiro capítulo o assunto abordado é ética e religião. Nas religiões antigas, as ações humanas eram de acordo com a natureza. Os judeus agiam de acordo com a vontade de Deus, assim como os cristãos, que pregavam o amor ao próximo, mas de uma maneira mais superficial do que o conceito de amor por outras religiões. Valls cita Kant, pois este filósofo acreditava que o ser humano deveria ser um fim, não um meio, o que reforça a idéia do respeito ao ser humano. Já Hegel, Kierkegaard, Marcel e Buber procuraram manter a ética envolvida com a religião. Kiekergaard acreditava que na vivência da ética, praticando tudo o que se aprendia. Marx, diz a respeito da redenção, amor ao próximo, a vinda do Reino de Deus. Feuerbach, acreditava que a religião só estaria ao alcance daqueles com instruição.
No capítulo quatro, o autor fala dos ideais éticos. Segundo Platão, o ideal ético era buscar o conhecimento e fazer o bem. Já Aristóteles, acreditava numa vida regada a virtudes. Os estóicos viviam juntamente da natureza para estar sempre em harmonia com os cosmos (ordem). Os epicuristas viviam para os prazeres. O cristão, vive em função de Deus, e tem o ideal ético no espírito, focado na redenção. No renascimento e no iluminismo, o ideal ético é viver de acordo com o conceito de liberdade que cada um tem. Hegel, já pregava uma vida livre em um Estado livre e de direito.
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