SMARTPHONE: UM RECURSO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Por: Lauana Andretti • 3/9/2018 • Artigo • 4.123 Palavras (17 Páginas) • 172 Visualizações
SMARTPHONE: UM RECURSO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
ANDRETTI, Lauana[1]
ARCHER, Cláudia Maria da Costa (orientadora)[2]
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RESUMO
O uso de aparelhos celulares em sala de aula sempre foi motivo de muita discussão entre os educadores e tema de muitos debates na sociedade como um todo, principalmente depois que os smartphones, equipamentos com uma série de recursos como internet e diversos aplicativos, passaram a fazer parte do cotidiano de todas as pessoas. Compreendemos que é impossível pensar a educação sem a presença das novas tecnologias, com destaque aqui para o aparelho celular – ressaltando-se a grande evolução tecnológica dos smartphones, como ferramenta inerente ao nosso cotidiano e com inúmeras possibilidades de utilização. No entanto, ainda encontramos muita resistência no corpo docente das escolas com relação à exploração de novas possibilidades didático-pedagógicas, propiciadas pelas novas tecnologias. Neste sentido, procuramos neste artigo, por meio de breve revisão bibliográfica, encontrar uma possível resposta para a seguinte questão: como essa mediação deve ser feita para que de fato os smartphones, com todos os seus recursos e aplicativos, possam contribuir para facilitar o processo de ensino-aprendizagem?
Palavras chave: Educação. Tecnologia. Smartphone. Recurso didático-pedagógico.
1 INTRODUÇÃO
Ao fazer parte do cotidiano das pessoas, o uso dos aparelhos celulares tornou-se tema frequente entre educadores. Isso vem se intensificando com o desenvolvimento da tecnologia e o surgimento de aplicativos e recursos, até pouco tempo atrás, inimagináveis. Mas, apesar do tema já estar definitivamente incluído no cotidiano das salas de aula, poucos pesquisadores da área da educação têm se debruçado com afinco a este assunto.
Naturalmente, os smartphones passaram a fazer parte da vida de professores e alunos causando, muitas vezes, um transtorno no meio escolar, distraindo os alunos durante as aulas e eventualmente prejudicando a aprendizagem e as atividades pedagógicas. Partindo desta premissa, surgiram diversas leis no Brasil que versam sobre o tema, regulamentando e até proibindo taxativamente o seu uso nas escolas e na sala de aula. Em Santa Catarina temos o exemplo da Lei nº 14.363, de 25 de janeiro de 2008, que simplesmente proíbe o uso do equipamento. Neste ponto, cabe questionar o papel do Poder Legislativo e as leis que afetam diretamente a educação: são propostas de parlamentares, orientados por assessores de áreas diversas, que muitas vezes não possuem nenhum conhecimento na área, mas passam por cima dos planos de educação (nacional, estaduais e municipais) e projetos político-pedagógicos (PPP’s) das escolas, via de regra, sem nenhum diálogo com os conselhos de educação e os profissionais que pesquisam e atuam diretamente na educação.
Apenas tomando como exemplo, o autor do projeto que deu origem à lei de 2008, proibindo o uso do celular nas escolas de Santa Catarina, foi o deputado estadual Antônio Aguiar (PMDB), médico que está no legislativo há cinco mandatos – um parlamentar que não é da área da educação e que, devido à sua condição de legislador, propõe uma lei que não dialoga com a realidade das pessoas diretamente envolvidas, ou seja, com a comunidade escolar.
Embora não seja o cerne da questão proposta neste artigo, cabe (para fins introdutórios) avaliarmos até que ponto estas leis contribuem para que tenhamos de fato uma escola dinâmica e concatenada com a realidade do século XXI. No caso em questão, temos a proibição de algo que, sem sombra de dúvidas, pode e deve ser utilizado como ferramenta didático-pedagógica, com o intuito de fomentar a interação entre alunos, professores e o conteúdo de cada disciplina.
A proibição é motivo de muita controvérsia, pois ao vetar a utilização de algo que faz parte da vida cotidiana da sociedade atual, o espaço escolar deixa de discutir e vivenciar algo que está presente no dia a dia de todos nós. Neste sentido, Guedes (2012) considera que “o cerne da questão não é proibir, mas encontrar uma aplicação para o instrumento em si”. Sendo assim, torna-se fundamental a mediação em sala de aula, dentro do contexto cultural do nosso século, utilizando-se da tecnologia que temos hoje como suporte pedagógico, ou seja, para além de sua finalidade técnica original – voltada, a princípio, exclusivamente para a comunicação e o entretenimento.
Neste contexto, surgem diversas possibilidades didático-pedagógicas que, se trabalhadas de forma crítica e fundamentada, podem transformar os smartphones em um aliado dos professores e dos alunos, tornando as aulas muito mais interessantes, dinâmicas e produtivas.
Inventado no ano de 1973, apenas 10 anos depois o telefone celular ganharia sua primeira versão comercial, o modelo DynaTAC, desenvolvido e fabricado pela empresa Motorola. Mas este equipamento primitivo, outrora considerado como tecnologia de ponta, em nada lembra os smartphones da atualidade, equipamentos que na realidade são centrais multimídia computadorizadas inimagináveis décadas atrás, com um custo acessível para uma grande parcela da população brasileira.
2 O USO DOS CELULARES SMARTPHONES EM SALA DE AULA
A utilização de novas tecnologias em sala de aula é tema de pesquisa em vários países, em um contexto onde tais inovações fazem parte do nosso dia a dia, em um processo que se intensifica cada vez mais. A partir da revisão bibliográfica de autores que discutem o tema, torna-se salutar a discussão sobre a conexão entre a educação e o mundo em que estamos inseridos, com vistas à promoção da mediação entre as práticas didático-pedagógicas e a sociedade contemporânea.
De um lado, algumas iniciativas aproveitam-se dos recursos de aplicação geral disponíveis na rede (e-mail, listas, fóruns, chats, home pages etc.). De outro, surgem diversos softwares gerenciadores de cursos on-line. Outros se aventuram na agregação dos recursos da rede ao dia-a-dia da sala de aula, formando, em conjunto, uma ampla frente experimental que já começa a dar sinais de novas possibilidades. (PRETTO, 2006. p.25)
A conexão entre a educação e o mundo em que estamos inseridos é fundamental para que de fato o processo de ensino-aprendizagem se realize plenamente, considerando-se o contexto tecnológico e o que temos de produção científica no século XXI.
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