A Indústria Cultural por Trás dos Realitys Shows
Por: luizhenrique19 • 13/3/2016 • Artigo • 584 Palavras (3 Páginas) • 403 Visualizações
A Indústria Cultural por trás dos realitys shows
Que os realitys shows no Brasil e no mundo são um sucesso, todo mundo já sabe, mas talvez ninguém nunca tenha parado para pensar que por trás de programas do gênero existe uma generalização de banalidades. Alguns realitys até podem seguir o estilo padrão sem causar nenhuma consequência nem para que assiste, nem para quem faz parte. Mas com isso, nada de audiência e faturamento.
No Brasil as pessoas dão a vida para entrar em um e ao mesmo tempo para sair do mesmo, aguentar a pressão? Só quem quer se tornar uma celebridade, que no caso vai ser apenas uma subcelebridade, topa passar dias fora de casa, com pessoas desconhecidos, vivendo em situações um tanto quanto desagradáveis, que nunca imaginaria fazer. Homens sarados, mulheres gostosas, a imagem sempre é a mesmo, sendo bonito, já está dentro do casting de futuros confinados.
Se a pressão já é grande aqui fora, imagina lá dentro?! Já vivemos praticamente em um reality show durante todo tempo, afinal se na TV as pessoas cuidam das vidas um do outro, vendo 24 horas por dia o que as mesmas estão fazendo, do lado de fora não é diferente. Já era os tempos onde a privacidade era um caráter de resguardo.
Celebridades desfalcadas na mídia, sem sucesso com o público e com patrocinadores, não pensam duas vezes ao receber uma proposta até então irrecusável para fazerem as malas e deixarem suas vidas antes corriqueiras hoje completamente desfalcadas. Depois do reality show o que acontecesse é inacredital, celebridades viram anônimas, e desconhecidos viram celebridades. É rir pra não chorar no caso das pessoas conhecidas pelo grande público que passam a ser estranhos de um dia para outro.
A Indústria Cultural por trás desses programas podem favorecer muitos, mas também podem destruir uma vida, como exemplo o ex Big Brother Brasil 12 Daniel Saullo. Na época com 31 anos, o modelo foi expulso depois de supostamente ter estuprado uma participante em uma das festas do programa. Mas aí vem a questão, a garota na ocasião realmente não sabia do que estava acontecendo, nem mesmo sentiu nada te tocar? Criaram tantas histórias fora da "tela mágica", que a direção não teve como decidir pela expulsão do participante, (primeira no gênero no Brasil), que foi ligeiramente criticado ao deixar o confinamento, podem a cheque a sua vida após um reality show.
"Sobreviva ou morra tentado" essa frase diz tudo para quem participa de uma barbárie abertamente como essa. Segundo Idem: “Quem resiste só pode sobreviver integrando-se. Uma vez registrado em sua diferença pela Indústria Cultural, ele passa a pertencer a ela..." pág. 123. "Os comportamentos são ditados, você será o nosso produto!" Seria melhor a Indústria Cultural já incluir isso no contrato a suas novas marionetes.
São muitos, se não dizer todos os programas apresentados que passam de forma instantânea sua auto identificação nas massas, os realitys shows também encaixam aqui. O mesmo diz Theodor W. Adorno e Max Horkheimer, em Dialética do Esclarecimento, A Indústria Cultural, pág. 119, “Cada manifestação da Indústria Cultural reproduz as pessoas tais como as modelou a indústria em seu todo".
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