Resumo Do Artigo "Reality Show"

Baseado no reality show Troca de Esposas, criado pelo canal de TV Fox, em que duas famílias, geralmente de diferentes classes sociais, culturas, valores, e estilos, fazem um intercâmbio trocando de integrantes, por uma semana, conclui-se que, quando o líder original volta, costuma ser recebido com alívio pela organização familiar. Mas também traz uma série de aprendizados obtidos na dura rotina alheia.

Partindo deste princípio imagine, por exemplo, se o presidente da natural e o presidente da Ambev trocassem de posto.

Quando consultados sobre a possibilidade da troca de posto, o presidente da Natura, Alessandro Carlucci, acrescenta com entusiasmo, que aceitaria sim, pois aprenderia especialmente quanto à capacidade da Ambev de desenvolver líderes com qualidade, velocidade e consistência. “Ela compra empresas em todo o mundo e manda 20, 30 colaboradores para comandá-las, e todos saem do Brasil”, afirma. “É uma máquina de desenvolvimento de líderes.” E o presidente da Ambev, Castro Neves, afirma que também toparia, pois teria muito a aprender em coisas como, administração da sustentabilidade. A Natura têm um programa invejável, em que 30%, 40%, 50% das vendas vêm de novos produtos). Castro Neves também elogia a imagem que a Natura consegue passar. Isso foi, inclusive, estudado pela Ambev para melhorar a percepção que o público tem dela.

Em ambos os casos, haveria aprendizados valiosos. Mas, assim como no reality show da Fox, é provável que os dois CEOs fossem recebidos com alívio quando voltassem aos seus lugares. “A liderança só é efetiva quando está imersa em uma cultura”, diz Thais Blanco, diretora de gestão de talentos da consultoria Aon Hewitt. “Uma empresa que sabe cultivar talentos e formar lideranças, não tem apenas práticas inovadoras dentro de um programa bem montado. Ela tem isso permeando sua cultura.”

Não quer dizer que uma cultura seja melhor que a outra. Aliás, ambas acabam de empatar em primeiro lugar no ranking das melhores empresas da América Latina em formação de líderes, numa pesquisa realizada no mundo inteiro pela Aon Hewitt (os resultados são publicados nos Estados Unidos pela revista Fortune e no Brasil por Época NEGÓCIOS).

O fato de termos duas companhias com perfis tão diferentes no topo do estudo demonstra que liderança é necessária em todo o tipo de empresa. E que todas as organizações que gerenciam bem a identificação, seleção, desenvolvimento e retenção de líderes, estarão sempre entre as mais bem-sucedidas.

A pesquisa demonstra que o crescimento do Brasil e o destaque obtido pelo país na economia mundial não podem ser vistos isoladamente do processo de desenvolvimento dos recursos humanos. “Sem bons profissionais, não há economia que decole. Sem lideranças, nenhum crescimento é sustentável”, segundo Thais Blanco.