A Influência dos Cartazes
Por: Lucas Nash • 10/9/2018 • Artigo • 3.196 Palavras (13 Páginas) • 240 Visualizações
Universidade de Franca
Estratégias Publicitárias Cinematográficas: A influência dos cartazes
Enio Henrick Ribeiro Martins
Lucas Morais Pimenta
Junho 2018
MARTINS, Enio Henrick Ribeiro; PIMENTA, Lucas Morais, Estratégias Publicitárias Cinematográficas: a influência dos cartazes, artigo para a composição da nota parcial de A1 do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade de Franca.
Resumo:
No início do cinema, filmes comerciais e publicidade se assemelhavam tanto na produção quanto no conteúdo dos produtos, tendo uma forma narrativa igual, trabalhando o tempo de forma a prender a atenção do espectador em prejuízo da absorção da narrativa como um todo. As cenas não permitiam as pessoas identificá-las ou até mesmo distingui-las. As novidades das imagens em movimento eram encantadoras e faziam com que as narrativas se mesclassem, adquirindo um novo jeito de ver o cinema e a publicidade. Os filmes a cada tempo que passa se tornaram um mercado lucrativo, com o sucesso econômico o mercado cinematográfico acaba se tornando “saturado” com muitas produções que acabam num fiasco, sendo assim, a ação publicitária precisa ser de alto nível para atingir o máximo de espectadores possíveis para arrecadar lucros. Portanto, as estratégias publicitárias estão se tornando mais sofisticadas para direcionar o público aos filmes, percebe-se isto a partir da elaboração de cartazes com diversos sentidos apresentados em frases de efeito e imagens sugestivas sobre o conteúdo dos filmes, usados frequentemente com inteligência e sofisticação. Com isso, os cartazes ainda hoje são uma das formas mais eficazes de divulgação de um filme.
Palavras-Chave: Propaganda, História do Cinema, Cartazes, Marketing, linguagem visual.
INTRODUÇÃO
História da publicidade no cinema
No início do cinema, filmes comerciais e publicidade se assemelhavam tanto na produção quanto no conteúdo dos produtos, tendo uma forma narrativa igual, trabalhando o tempo de forma a prender a atenção do espectador em prejuízo da absorção da narrativa como um todo. As cenas não permitiam as pessoas identificá-las ou até mesmo distingui-las. As novidades das imagens em movimento eram encantadoras e faziam com que as narrativas se mesclassem, adquirindo um novo jeito de ver o cinema (Ribaric, 2013).
No início do século XX, as salas de cinema exibiam sessões contínuas de filmes cuja duração variava entre os 15 aos 20 minutos a o preço único de 5 centavos, essas salas eram chamadas de “Nickelodeons”. Os filmes tinham pouca duração e não possuíam um alto grau de coerência interna na era pré-nickelodeon. Sendo assim os produtores dependiam então dos exibidores que, usando de palestrantes ou de diálogo acompanhado para fornecer as informações que faltavam aos filmes (Abel, 2005).
No filme The Great Train Robbery de Thomas Edison, dirigido por Edwin S. Porte em 1903, usou a famosa imagem de um ladrão disparando sua pistola diretamente para o público no cartaz de Sam Hoke " Highwayman” para limpador de pó da Gold Dust. Esta imagem foi responsável por associar o filme com uma imagem publicitária, pois intensificou a reação do público, além disso a imagem era controversa por seu suposto poder de hipnotizar quem a olhasse por muito tempo. Portanto o filme Romance dos trilhos (Romance of the Rail) de 1904, Edison adquiriu uma campanha popular de publicidade feita para estrada de Ferro Lackawanna criada pelo famoso redator publicitário Earnest Elmo Calkins. A ferrovia procurava diferenciar seu serviço de transporte de passageiros, usando o slogan "queima limpa", sendo que suas locomotivas à vapor utilizavam o carvão de antracite, enquanto os serviços dos concorrentes usavam carvão betuminoso que produzia umas grandes nuvens de fuligem que se agarravam na roupa dos passageiros. Para personificar a distinção, Calkins criou a personagem Phoebe Snow, cujo vestido e chapéu brancos permaneciam impecáveis ao longo de suas muitas viagens pela estrada de Ferro de Lackawanna, apelidada de "Estrada de antracite". Segundo Klenotic (2005), no filme Romance dos trilhos, Snow e um novo personagem se apaixonam e se casam no percurso de uma viagem única. A marca da Lackawanna aparece com destaque na sala do pretendente e nos vagões baú. No final do filme, dois vagabundos rastejam debaixo de um vagão do trem e repelem um camareiro que tenta escovar suas roupas, um gesto desnecessário na "Estrada de antracite" (Klenotic, 2005; Ribaric, 2013).
Esta pratica publicitária, que unia um filme de entretenimento e uma campanha publicitária, hoje em dia é denominada por advertainment ou branded content (Covaleski, 2010)
As empresas de cinemas se utilizavam da publicidade para obter novas ideias sobre como comercializar o seu filme. Os exibidores exibiam continuamente programações de curta metragens, muitas vezes, trocados diariamente e tinham pouco conhecimento prévio sobre as datas e os conteúdos dos lançamentos de novos filmes. Isso dificultava mais ainda anunciar filmes individuais. No entanto, com o desenvolvimento de um sistema de distribuição confiável, exibidores recebiam mais informações sobre os lançamentos e os produtores do filme começaram a diferenciar suas marcas, fornecendo cartazes e outros materiais para promover a marca de suas empresas e anunciar títulos de filmes. Porém a principal fonte de renda dos exibidores, no início do cinema, eram slides projetados, por meio de lanternas, usados para exibir mensagens publicitárias de grande variedade de bens e serviços. Eles eram usados para fazer a marca dos estúdios, gerar expectativa para os próximos lançamentos e promover as estrelas. Contudo, os produtores de filmes contratavam agências de publicidade para desenvolver campanhas de marketing organizadas. Cartazes de cinema tornaram-se altamente artísticos, como muito da publicidade em geral, porque as agências acreditavam que a beleza dos cartazes e o estilo estimulavam o interesse visual e o desejo do consumidor. O gênero do filme, o espetáculo e o Star System (sistema de estrelas) tornaram-se mais importantes como elementos vinculados a outros produtos como por exemplo marcas de roupas (Ribaric, 2013).
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