Análise de pensamentos: felicidade e Clóvis de Barros Filh
Por: Pablo Vinicius • 8/3/2022 • Artigo • 721 Palavras (3 Páginas) • 165 Visualizações
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Análise de pensamentos: felicidade e Clóvis de Barros Filho
Pablo Vinicius Arruda Batista
Rádio, TV e Internet
Universidade Anhembi Morumbi
1 - Resumo
Refletindo de maneira opinativa e articulando ao vídeo “Café Filosófico – Felicidade ou Morte”, disponível no Youtube, com a presença do filósofo Clóvis de Barros e o historiador Leandro Karnal, este artigo de opinião visa a reflexão acerca do significado de “Felicidade”, utilizando como norte a noção subjetiva e singular de “Ética” do escritor, considerando sua vivência e visão de mundo, que baseia-se, também, em pensadores de diversas épocas. Caminhando para uma conclusão, duas premissas são estabelecidas: a não existência de uma “fórmula mágica” para a felicidade e, também, a impossibilidade de sentir-se feliz a todo momento, de maneira integra.
2 - Felicidade
Em uma realidade cada vez mais ditada por uma dicotomia entre os altos casos de depressão e a “ditadura da felicidade” vista nas redes sociais e mídias em geral, são eminentes as dúvidas acerca do que é a felicidade e como alcançá-la. De forma geral, certamente não existem pessoas felizes, mas sim pessoas que vivem a felicidade. Ademais, não há fórmulas para se sentir feliz.
Primeiramente, o filósofo Clóvis de Barros Filho, no “Café Filosófico” sobre felicidade, diz que se considerarmos a felicidade como a permanente satisfação de desejos, chegaremos à conclusão de que ela é impossível, uma vez que o desejo pressupõe a falta, o que o torna cíclico. Por outro lado, considerando a impossibilidade da felicidade constante, podemos assegurar a busca pela felicidade e a aceitação de momentos “não-felizes” ou de hiato, quase no sentido dos filósofos estoicos do período helenístico, aceitando o que não podemos controlar. Nesse sentido, Clóvis comenta, em outro momento, sobre a oscilação da “potência de agir”, baseando-se na teoria de Baruch Spinoza, podendo ser traduzida em motivações, energia, vontade e libido. Dessa forma, é possível considerar a felicidade como ganho de potência, sendo a tristeza, o contrário. Ainda assim, o ganho de potência não se encontra no exagero e recorrência de algo ou momentos que trouxeram felicidade, visto que a fonte desse sentimento está cercada por todo contexto e influências internas e externas, retomando a ideia de que podemos consumir momentos de felicidade e que, posteriormente, teremos momentos de hiato, até que possamos satisfazer novamente outras vontades.
Segundamente, nesse sentido, é inegável dizer que não há fórmula para a felicidade, muito menos de que ela é única para todos. Todavia, nossos desejos estão conectados as nossas convivências em grupo, sendo quase impossível sua negação, o que pode tornar possível a existência de “projetos de felicidade”. Exemplo disso, há empresas que garantem bons benefícios para seus funcionários, alicerçados na ideia de que se eles estiverem felizes, irão trabalhar de forma melhor. Dessa forma, vemos pessoas, sim, felizes com boas casas, bons carros e bons salários, mas isso não cria uma regra. Nesse sentido, o historiador Leandro Karnal, no mesmo “Café Filosófico”, comenta sobre os altos números de suicídio no Japão, em oposição aos baixos números no Haiti. Nesses dois casos, a evidente diferença de poderes aquisitivos de seus cidadãos ilustra a complexidade da busca pela felicidade. Contudo, é importante ressaltar a diferença entre depressão e tristeza e/ou falta de felicidade, sendo, este primeiro, uma doença.
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