As Análises dos Discursos
Por: rosana_rozendo • 31/10/2017 • Artigo • 6.875 Palavras (28 Páginas) • 200 Visualizações
Análise do Discurso
Sumário
03
CAPÍTULO 1 – Texto ou discurso?.....................................................................................05
Introdução ....................................................................................................................05
1.1 História da Análise do Discurso..................................................................................06
1.1.1 O tempo das grandes construções (1969 a 1975)...............................................07
1.1.2 Os tateamentos (1976 a 1979)..........................................................................08
1.1.3 A desconstrução domesticada (1980 a 1983)......................................................08
1.2 Principais vertentes da AD e seus estudiosos.................................................................09
1.2.1 Análise do Discurso de linha francesa.................................................................09
1.2.2 Análise do Discurso dialógica............................................................................11
1.3 Principais conceitos e ideias.......................................................................................11
1.4 Análise do Discurso no Brasil......................................................................................17
Síntese...........................................................................................................................20
Referências Bibliográficas.................................................................................................21
Capítulo 1
05
Introdução
Podemos pensar texto e discurso como sinônimos? Para os estudiosos da Linguística Textual, eles
são equivalentes; para outros linguistas, eles se diferem. A partir das ideias de Fiorin (2012), diríamos
que o discurso pode aparecer em diversos tipos de textos, pois os textos são a manifestação
concreta do discurso, e ambos são produtos da enunciação. A partir de uma perspectiva dialógica
do discurso (retomaremos a questão da dialogia no item 1.1), o discurso ganha sentido quando se
relaciona com outros discursos ao citar, parodiar ou discordar; enfim, há uma relação interdiscursiva
e dialógica que os tornam objetos da história. Assim, com essa concepção interdiscursiva, ou
seja, de diálogo entre os discursos, é que a história passa a fazer parte do sentido do texto. Entendemos
aqui a história não somente como a descrição de uma determinada época, mas como o diálogo
dos diferentes discursos que podem estar em confronto, acordo, ou desacordo, por exemplo.
Então, como diferenciamos intertextualidade e interdiscursividade? A intertextualidade acontece
quando a relação entre os discursos é materializada nos textos, portanto, sempre que houver intertextualidade,
haverá uma interdiscursividade; porém nem todo o diálogo entre os discursos serão
intertextuais. Por isso, o mesmo discurso pode ser manifestado em diferentes textos. Observe
a figura a seguir, ela ilustra os discursos como folhas soltas que se materializam em textos, o livro.
Figura 1 – Ilustra o discurso como as páginas que se abrigam no livro.
Fonte: jannoon028, Shutterstock.
Texto ou discurso?
06 Laureate- International Universities
Análise do Discurso
Nesse caminho, várias definições de texto e discurso podem ser encontradas em diferentes linhas
teóricas de estudos da linguagem, mas, aqui, nos deteremos na perspectiva da Análise do Discurso
(AD). Então, como a AD distingue texto e discurso? O discurso é a base que engendra os
vários textos que se materializam e circulam na sociedade, e a Análise do Discurso permite que se
entenda não somente o que o texto diz, mas como ele diz e porque este texto diz o que diz, tudo
isso por meio do que se apreende pelo campo do estudo da língua, da história e da ideologia.
Nesse caminho, podemos pensar que o discurso não é a fala de alguém ou o discursar sobre
um tema como fazem os políticos; o discurso, como objeto da Análise do Discurso, necessita de
elementos linguísticos, de uma existência material, implica uma exterioridade, envolve questões
sociais e ideológicas que estão nas palavras quando elas são ditas. Vejamos um exemplo do cotidiano
encontrado em jornais e revistas no qual podemos observar sujeitos em oposição acerca
de um mesmo tema (FERNANDES, 2008), as posições contrárias revelam lugares socioideológicos
diferentes dos sujeitos envolvidos.
Caso
Enunciado 1: Os Sem-terra ocuparam a propriedade.
Enunciado 2: Os Sem-terra invadiram a propriedade.
Os sujeitos do enunciado 1 são os próprios ou aqueles que apoiam ou defendem a sua causa,
ao selecionar ocuparam, eles entendem que irão se utilizar de uma terra obsoleta. Os sujeitos do
enunciado 2 são os que se opõem aos Sem-Terra e os enxergam como
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