Comentário crítico sobre o artigo "Reflexões sobre as materialidades dos meios: embodiment, afetividade e sensorialidade nas dinâmicas de comunicação das novas mídias", de Vinícius Andrade Pereira

Comentário crítico sobre o artigo "Reflexões sobre as materialidades dos meios: embodiment, afetividade e sensorialidade nas dinâmicas de comunicação das novas mídias", de Vinícius Andrade Pereira

        Já o início do artigo me traz esse insight, de como é incrível nossa área da comunicação. É interessante pensarmos a comunicação como essa interdisciplina, que envolve psicologia, psicanálise, antropologia, sociologia, neurologia e tantas outras áreas fundamentais para entendermos como se dá o processo comunicacional contemporâneo. Sobre isso, o artigo trata dos termos embodiment (ou corporificação), afetividade e sensorialidade, descritos a seguir.

Embodiment, ou Corporificação

Nesse conceito, vemos o corpo como objeto ativo no processo de comunicação para inúmeras questões, como um universo, uma potência, a ser explorada. Para esse corpo é proposto um novo olhar, um corpo como forma de expressão, inserido em uma cultura, e esse mesmo corpo, fisiologicamente falando, está em contato com todas novas tecnologias, que o atravessam e permeiam constantemente.

Para esse corpo, é proposta uma investigação tanto de afetação psicossomática como construção de novas materialidades, quanto como o corpo é referência determinante na criação de tecnologias.

O autor ressalta esse estudo como urgente, e assim concordo. Vejo cada vez mais o corpo das pessoas falando por si só, o aumento dos debates sobre o corpo, sobre as formas do corpo, sobre como tratamos nossos corpos. Saber que autores olham para isso como um tópico urgente a ser estudado certamente me contempla.

Sabemos que para termos uma comunicação, precisamos de nexo entre dois meios, e como ela se dá quando um desses meios é o corpo? Para responder essas questões o autor introduz os termos afetividade e sensorialidade.

Materialidade

Quando se trata de materialidade do corpo, temos um universo de tópicos a serem pensados. O que importa aqui é entendermos como esse corpo funciona no ambiente em que se encontra, ultrapassando o habitual já estudado de forma x conteúdo, uma vez que com as tecnologias atuais, fica difícil às vezes distinguir o que é um e o que é outro. É interessante ver que todos os pontos a serem analisados sobre as materialidades dos corpos variam de acordo com cultura e época e mídias que participam dessas materialidades.

Sensorialidades

O autor se apropria desse termo para entender as produções e alterações das materialidades de um corpo interagindo com diferentes mídias. Além disso, as sensorialidades são responsáveis por entender a construção de sentidos, chamada de signos pela semiótica. Outro ponto interessante aqui é como as sensorialidades mudam de acordo com as mídias que os corpos estão expostos.

Sobre isso, acho interessante ver como cada tópico proposto pelo autor depende um do outro. Para termos essa sensorialidade, essa memória do corpo, precisamos de um corpo, material, mas esses dois nada seria e não criaríamos um processo comunicacional se não produzissem sentido, afinal, a comunicação é dar sentido. Outro ponto interessante aqui é como as sensorialidades mudam de acordo com as mídias que os corpos estão expostos.