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Da comunicação de massas à comunicação em rede

Por:   •  26/12/2019  •  Trabalho acadêmico  •  763 Palavras (4 Páginas)  •  292 Visualizações

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Da comunicação de massas à comunicação em rede

Para falarmos da transição da comunicação de massas à comunicação em rede é necessário compreender como se processou a evolução dos modelos comunicativos e a contribuição deste desenvolvimento para esta nova forma de comunicação; também temos de ter presente que a evolução da sociedade e dos seus meios condiciona a criação e uso dos media (Mcquail, 2003) pelo que os avanços de ambos os pontos estão intrinsecamente relacionados. Cronologicamente, estão definidos três modelos de comunicação: (1) comunicação interpessoal (comunicação bidirecional entre duas ou mais pessoas de um só grupo), (2) comunicação um-para-muitos (troca unidirecional de informação onde um individuo envia a mensagem para um grupo de indivíduos) e (3) comunicação de massas (permite apelar a muitos sentidos e é associada a novidade e transição (Mcquail, 2003); este tipo de comunicação é unidirecional e faz uso de tecnologias específicas de mediação para dirigir uma mensagem a uma audiência cuja dimensão é desconhecida – massa) (Cardoso, 2008, 2009; Castells, 2007). Recentemente, têm-se observado o surgimento de um quarto modelo: modelo de comunicação em rede. Este modelo é influenciado pelos processos de globalização mundiais e pelo facto dos meios de comunicação de massa e de comunicação interpessoal se terem interligado em rede (Cardoso, 2008, 2009). Cardoso (2007, p.1) afirma “(...) ultrapassámos o modelo de comunicação baseado na comunicação em massa e encontramo-nos num modelo baseado na comunicação em rede.”.

Falemos então de como se procedeu a passagem do modelo de comunicação de massas e interpessoal para um modelo de comunicação em rede. A comunicação de massas baseia-se numa só mensagem, transmitida através dos mass media, que alcança toda a audiência, mas, a importância crescente dada às formas dinâmicas de como se acede à informação e a influência que os utilizadores têm sobre esta,  levou a uma diferenciação de modelos de notícias consoante o seu auditório (Cardoso, 2009) e a um repensar deste modelo de comunicação. Esta adaptação de mensagens obrigou a uma nova abordagem das empresas perante os modelos comunicativos; tentou-se inicialmente uma convergência de hardware que, tendo fracassado, avançou para uma convergência tecnológica multicamadas (Cardoso, 2008), no entanto a ideia de convergência falhou, deixando como efeito secundário um ambiente de inovação que primava pela experimentação e interação entre os media, as empresas de telecomunicação e os utilizadores finais – aparecimento de novas redes de media e conteúdos (Cardoso, 2008). A comunicação em rede, característica de uma sociedade informativa, surge então, fundindo e articulando os modelos de comunicação interpessoal e em massa, criando novos formatos de informação e facilitando a concessão de poder  (Cardoso, 2009) já que permite a comunicação para massas com um retorno de informação ao emissor. Este modelo apoia-se em volta de dois grandes meios: a televisão e a internet, de baixa e alta interatividade com o utilizador, respetivamente, que comunicam entre si através de inúmeros meios digitais e tecnológicos (Cardoso, 2008) – por exemplo, as televisões, em altura de propaganda política, incentivam a participação da audiência em votações efetuadas a partir de um dispositivo móvel ou de uma página de internet. Assim, dividimos as forças da comunicação em rede em três pontos chave: (1) processos de globalização comunicacional; (2) articulação em rede dos mass media e das relações interpessoais e (3) os diferentes graus de interatividade entre o utilizador e os media (Cardoso, 2009).

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