Espetacularização das mídias Televisivas
Por: suellenc26 • 23/9/2016 • Trabalho acadêmico • 1.449 Palavras (6 Páginas) • 303 Visualizações
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Introdução Aos Estudos Da Comunicação
Espetacularização Da Mídia Televisiva
Ana Clara Matos
Luiza Cunha
Pedro Gonçalves
Prisccila Lucas
Suellen Carvalho
Belo Horizonte, 17 de Maio de 2016.
RESUMO
Este trabalho procura mostrar a forma como a mídia televisiva cada vez mais se apodera da espetacularização em seus telejornais. Tornam-se mídias difíceis de serem enquadradas em categoria de tipo televisivo. Baseamos o trabalho em livros de Guy Debord, Douglas Keliner, Alberto Dines. E programas como Brasil Urgente (Rede Bandeirantes) e Cidade Alerta (Rede Record).
PALAVRAS-CHAVE: jornalismo televisivo, espetacularização midiática, violência.
INTRODUÇÃO:
A televisão é um veiculo de comunicação que além de ser fonte de distração, conhecimento e informação, une pessoas de classes sociais diferentes tonando-se, assim, um vínculo entre elas. A espetacularização é um ingrediente presente inclusive na grade de jornalismo de muitas emissoras, as quais, mesmo de forma sutil, apresentam características semelhantes de um grande show como forma de chamar a atenção do público. Um conjunto de elementos, como dramatizações e especulações sobre a vida particular das pessoas envolvidas nos casos apresentados - mesmo que as informações fornecidas não tenham relação direta com o que está sendo discutido - misturado com itens do jornalismo ocupam constantemente o espaço televisivo, gerando programas de difícil classificação quanto ao gênero.
REFLEXÃO COMO O USO DO ESPETÁCULO E SENSACIONALISMO SE APRESENTAM NOS MEIOS TELEVISIVOS:
Programas jornalísticos estão cada vez mais adotando a apresentação de variedades como integrantes de sua linha editorial. Apresentar quadros de dramaturgia, onde se explora desde as mais cômicas às mais perversas atitudes humanas, é uma atitude constantemente vista em programas com intuitos “jornalísticos”. Com todo seu potencial de entretenimento e quase onipresente nos domicílios, a mídia televisiva leva diariamente informações a grandes massas de audiência, exercendo o poder de educar segmentos sociais que não tem acesso a outros meios de comunicação, corretas ou não. Maria Aparecida Baccega aponta os meios de comunicação como educadores privilegiados:
“Já não se trata mais, portanto, de discutir de devemos ou não utilizar os meios de comunicação no processo educacional ou de procurar estratégias de educação para os meios. Trata-se de constatar que, educadores primeiros, são eles que estão construindo a cidadania.”
Nas salas informatizadas das redações das tevês comerciais, computadores oferecem os resultados da mediação instantânea do IBOPE. Temas que aumentam a audiência passam, assim, a ocupar lugar de destaque na grade de programação. A mídia televisiva cada vez mais se torna escrava de cenas espetaculares, flagrantes de crimes e declarações bombásticas.
Um assunto, ainda que de interesse público, mas sem imagens sensacionais, acabará por ser substituído por quaisquer cenas de forte apelo emocional a que as TV’s tiverem acesso. A escolha sobre que tema abordar e como fazê-lo depende pouco do interesse do publico, ou seja, aquele interesse maior sobre tudo o que diz respeito ao bem-estar da sociedade, que fica em segundo plano, subjugado pelos interesses políticos e econômicos do grupo empresarial responsável pelo veículo de comunicação.
O real projetado pelo espetáculo, as noticias consistem no grotesco, no polemico, no sentimentalismo exacerbado, que transformam os fatos em algo sensacional, extraordinário. O objetivo é trabalhar com a carga emocional do público através do exagero, do escândalo, da apelação e repetição das imagens na cobertura dos fatos jornalísticos. Dessa forma, pretende-se atrair a atenção da audiência.
O sensacionalismo, a busca pelo espetáculo, se transformou em pedra angular de diversos programas televisivos. A onda popular, que mescla reportagens sobre aberrações com entrevistas que desnudam por completo a intimidade alheia, ocupa agora horários cada vez maiores nas grades de programação.
Nas ultimas décadas, a indústria cultural possibilitou a multiplicação dos espetáculos por meio de novos espaços e sites, e o próprio espetáculo está se tornando um dos princípios organizacionais da economia, da politica, da sociedade e da vida cotidiana.
O SENSACIONALISMO NA TV:
“No fundo, a imprensa sensacional trabalha com as emoções, da mesma forma que os regimes totalitários trabalham com o fanatismo, também de natureza profundamente emocional.”
(MARCONDES FILHO, 1986, p.90).
As noticias apresentadas como show, transformam os fatos sociais em diversão, buscando puramente o esvaziamento da critica do jornalismo. Com ele, realiza-se o ato de omitir, de preencher o tempo com nada, de concretizar o esvaziamento cultural.
“[...] o tempo é algo extremamente raro na televisão. E se minutos tão preciosos são empregados para dizer coisas tão fúteis, é que essas coisas tão fúteis são de fato muito importantes na medida em que ocupam coisas preciosas”
(BORDIEU, 1977.p.23).
O ESPETÁCULO COMO FORMA DE ENTRETER
“Movida por essa ideologia de entreter para conquistar maiores níveis de audiência e faturamento, a televisão privilegia a forma de espetáculo”
(REZENDE, 2000,p.35)
Com a crescente disseminação do sensacional e com a tendência de tornar as peculiaridades da vida privada relevantes ao conhecimento social, esse tipo de entretenimento apresentados como “show”, tem espaço cada vez maior dentro da comunicação, artes, literatura e até mesmo igrejas. A constante invasão nas mais variadas áreas da nossa sociedade pela indústria do entretenimento, pode ser considerada um dos maiores fenômenos da era pós-moderna. As pessoas começaram a assumir espaços que não são seus e os verdadeiros papéis se tornaram espetáculos para meios de comunicação. A vida humana tem fornecido os mais variados contextos para a dramaturgia e tem obtido grande sucesso entre os mais variados públicos.
“Toda a vida das sociedades nas quais reinam as modernas condições de produção se apresenta como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era vivido diretamente tornou-se uma representação”
(DEBORD,1977,p.13)
Os programas em que sem exploram os elementos do espetáculo e do sensacionalismo nesse sentido, promovem esse modelo de fácil vendagem e influenciam o esvaziamento dos espaços de critica, de contextualização e de reflexão para os receptores. No momento em que julgam sem analisar o momento histórico, a origem dos problemas e dos indivíduos envolvidos, estimulam o julgamento infundado e vazio de argumentos.
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