Etapas da mediação
Pesquisas Acadêmicas: Etapas da mediação. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: LUCIOMAR • 25/9/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 3.926 Palavras (16 Páginas) • 169 Visualizações
MEDIAÇÃO
A mediação é processo que busca trabalhar a realidade conflitual: como é visto, descrito o conflito.
O MEDIADOR é um terceiro imparcial que, por meio de uma série de procedimentos próprios, auxilia as partes a identificar os seus conflitos e interesses, e a construir, em conjunto, alternativas de solução visando o consenso e a realização do acordo. O Mediador, no desempenho de suas funções, deve proceder de forma a preservar os princípios éticos.
Se há alto grau de animosidade, existia relação antes do conflito?
Como era a relação?
A mediação é mais usada para conflitos em relações que se pretendem continuar, como os conflitos familiares e os conflitos de vizinhança, por exemplo. Se há fatos anteriores, deverão ser trabalhados no sentido de que ficaram no passado, sem tentar-se resolver neste momento o que ficou mal resolvido no passado. Eventualmente, o mediado pode abrir e reestudar questões passadas, mas o mais indicado é indicar um auxílio psicológico, a menos que dentro de sua alçada.
1Técnicas de mediação:
Se você estivesse no lugar do outro, como se sentiria?
Existe o outro e o outro também tem uma perspectiva de verdade e de realidade.
O conflito é justamente porque as perspectivas não se coadunam – processo comunicacional defasado. A utilização do procedimento de forma adequada por vezes não resolve o problema, mas pode fazer com que as partes reconheçam que a resolução do problema passará pelo outro. Também pode demonstrar que o problema não será resolvido, mas que, ainda assim, a relação possa continuar.
O mediador precisa ser generoso, ter sensibilidade, mas não pode assumir o problema dos outros.
Quem resolve seus problemas são as próprias partes. O mediador é apenas o instrumento. Toda vez que estivermos em dúvida, pensemos: quem pode resolver o conflito? Sou eu? O conflito é meu?
Ajamos com humanidade, mas não assumamos o conflito como nosso, pois, caso contrário, criaremos um problema para nós mesmos que não poderemos resolver.
Se tomar partido por um dos lados, como a pessoa pode ser mediadora?
Como estará contribuindo para o processo comunicacional?
É preciso que as partes se escutem e digam do que eles precisam, além do que eles querem.
Exemplo: quer se separar porque apanha há 25 anos.
Mas do que precisa?
De pensão, de casa, de estrutura emocional, de tratamento psicológico, etc.
Não tem como as partes avançarem para um acordo sem que cada um perceba o outro. Quando a pessoa revela suas necessidades é preciso que ela mesma se escute. Por que ela quer a separação? O que ela espera a partir da separação? Quais as necessidades que busca com a separação? Ou a separação é um pretexto que esconde o que a pessoa realmente necessita?
O processo acaba revelando as posições, que podem ou não refletir os interesses. Na maior parte das vezes, a posição esconde os interesses.
Etapas da mediação
1. Preparação
O primeiro vínculo para verificação dos interesses das partes é a confiança que precisa ser estabelecida entre mediador e partes. Existem diversas técnicas para o estabelecimento da relação de confiança.
Pelo menos duas escolas divergem a respeito da preparação da mediação. A escola Argentina diz que não dever haver contato do mediador com as partes sem que tenha iniciado a mediação; já a escola Espanhola entende que precisa ter esta fase de preparação, em busca de obtenção de informações das partes, relevantes para o estabelecimento de estratégias para a própria mediação.
Exemplo: diferenças culturais entre as partes, diferença de valores entre as partes. Ao ter contato com as partes, o mediador pode constatar que muitas das decisões de uma das partes são tomadas após a ouvida de um terceiro que lhe seja próximo.
A caracterização dessa influência, ao tomar ciência disso na etapa preparatória, o mediador terá que definir se é caso ou não de convidar o terceiro para participar do processo – ou parte do processo de mediação.
É uma forma de trazer pessoas que interfiram no resultado para dentro do processo de mediação, mesmo que o conflito não as envolvam. É melhor que saibam de sua influencia e de como se dá no processo.
Outra questão importante é ter contato com a pessoa em local que ela se sinta à vontade, por facilitar a revelação de aspectos relevantes para a identificação dos interesses das partes.
O mediador tem que dar a entender as partes de que ele é neutro/imparcial. Quando a parte faz relato dos fatos, claro que se toma partido por uma delas, pois uma versão é mais viável ou plausível que a outra. Porém, se si deixa transparecer o posicionamento por um comportamento comissivo, omisso ou ativo, a parte pode entender que o mediador não serve mais para promover a facilitação do processo comunicacional entre elas, pois não estaria mais disposto a ajudar a todos no conflito, mas como alguém que está ali para auxiliar A ou B. Não se deseja a presença de alguém que tome partido, em um processo de mediação.
Outra questão que o mediador deve levar em conta é que, se houve a perda de confiança, pode ser que ele deva colocar fim ao processo de mediação com ele como mediador, já que uma das partes já não deposita expectativas na resolução de um determinado problema.
Para a escola espanhola, a abertura se dá pelo primeiro contato com as partes.
Há alguns aspectos formais.
o Apresentação do mediador. O mediador faz um discurso inicial. Já faz parte da técnica do mediador para ganhar a confiança das partes. Traz aspectos de sua vida e de sua atuação como mediador.
o Apresentação do procedimento.
o Dar a palestra às partes para apresentarem o conflito.
o Escuta ativa. Em alguns casos já revelam necessidades e também do que se chamam hipóteses. As partes têm direito a sua palavra. Pode haver grande escalonamento nas emoções das partes entre as ouvidas – muitas vezes, uma parte não consegue
...