Jornalismo
Por: Liliana Malainho • 13/11/2015 • Trabalho acadêmico • 3.141 Palavras (13 Páginas) • 163 Visualizações
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OS “PROFISSIONAIS DA INFORMAÇÃO”
[pic 2]No âmbito da Unidade Curricular de Atelier de Comunicação e de Informação I - Módulo de Jornalismo
Trabalho elaborado por:
João Miguel Braga, A70941
Liliana Malainho, A73625
Sara Fernandes, A74719
Raquel Araújo, A74889
A docente:
Maria Elsa Sousa Costa Silva
Introdução
No âmbito da Unidade Curricular de Atelier de Informação e Comunicação (módulo de jornalismo), decidimos abordar o tema “Os «profissionais da informação»” que consta no programa da UC.
Este tema despertou-nos algum interesse na medida em que desejavamos que o trabalho nos proporcionasse enriquecimento tanto teórico como também prático. Assim, este tema pareceu-nos bastante atrativo dado que, ao trabalhá-lo, poderíamos “dissecar” esta profissão, conhecendo-a melhor.
Este trabalho fez com que o nosso campo de conhecimento desta profissão alargasse, isto é, com ele desenvolvemos as nossas competências no que diz respeito ao conhecimento desta área. De perto, conhecemos o trabalho de um jornalista no seu dia-a-dia numa redação, assim como algumas das suas vivências proporcionadas pelo seu trabalho diário, quase sempre inesperado. Procuramos, ainda, entender quais as motivações, principais características e dificuldades inerentes a um jornalista ambicionando, com isso, entender esta profissão que pode ser entendida, a nosso ver, como um misto de trabalho com paixão.
Abordagem Teórica
As mutações na profissão jornalística são inúmeras se considerarmos os primórdios do jornalismo, numa época em que só a imprensa escrita existia como meio de comunicação de massa. Assim, verificou-se que a ação jornalística foi observada como um fator de produção cultural, revolucionando a vida social.
“O jornalismo desempenhava na difusão das atitudes inovadoras papel de relevo, condicionado embora pelo analfabetismo generalizado e pelo baixo poder de compra dos possíveis leitores. Mas a imprensa de então é, apesar de tudo, uma realidade cultural de peso (…) só de 1869 a 1871 surgiram em todo o país, 45 novas tentativas. São, sobretudo, folhas políticas, literárias, de anúncios, religiosas, humorísticas, pedagógicas.” (Serrão, 1983, p.67-68)
Surgiram, assim, as agências noticiosas e os jornais passaram a usufruir do auxílio do telégrafo. Com estas melhorias, a circulação da informação tornou-se veloz assim como, consequentemente, a leitura de jornais. Com estas melhorias, a redação, anteriormente ancestral, alargou-se significativamente.
“O progresso das técnicas e o aparecimento de uma imprensa barata, diversificando o seu conteúdo para deixar mais espaço à relação de informações, em vez de se dedicar apenas à expressão de opiniões, permitiram – causa e consequência ao mesmo tempo – a criação das agências.” (Derieux, 1978, p. 11)
Com o passar dos anos, verifica-se uma transformação notória no jornalismo: este abandona o caracter opinativo e torna-se objetivo. É desta forma que surge o jornalismo como “empresa”, ou seja, torna-se uma profissão e os jornalistas procuram a legitimação do seu campo profissional.
“Em lugar do apostolado, do idealismo e da doutrina, surgiu a empresa. A caixa substituiu a tribuna. (…) A personalidade do diretor apagou-se e subalternizou-se; em vez de um tributo ou de um apóstolo, tornou-se antes um chefe de escritório sempre atento às condições e desejos do conselho de administração.” (Saraiva, 1938)
Surge, assim, a hierarquização e a divisão da redação por secções. Definem-se competências técnicas associadas à profissão e torna-se pertinente adequar o vocabulário à mesma, sendo adotado um vocabulário próprio - incisivo, objetivo e coerente. O jornalismo abandona a sua fase romântica em prol da sua fase industrial (séc. XIX e XX). São inúmeras as mutações verificadas, desde a introdução da máquina a vapor na impressão ao modelo estadunidense de jornalismo (lide, objetividade, descrição e serviço).
No entanto, é no século XXI que o jornalismo dá um grande salto graças ao advento das novas tecnologias. A internet consegue o alcance mundial e dá, assim, um vasto campo de oportunidades no jornalismo online. Surgem novas tecnologias e alternativas para o jornalismo, como a imprensa alternativa, as micro empresas e até o twitter. No entanto, observa-se assim a decadência, embora lenta, da redação. Os jornalistas são dispensados, a redação diminui e ser jornalista passa de uma profissão a um verdadeiro desafio. As condições de trabalho dos jornalistas têm-se vindo a degradar. Ainda assim, a paixão pela profissão é o motor de muitos profissionais de informação.
Foi nesse aspeto que procuramos incidir a nossa investigação.
Caso Prático
Num tempo em que se verifica a decadência da profissão jornalística, importamo-nos em entender o que move estes profissionais a cumprirem as suas funções com a mesma vontade – senão mais ainda – de vingar neste meio tão complicado e pressionado quer pela competitividade quer pelas questões sociais como a própria política, por exemplo.
Foi desta forma que entrevistamos Paulo Machado, Sub chefe de Redação do jornal Correio do Minho. Paulo é um apaixonado pela sua profissão. Conta já com vinte anos de carreira, a maior parte dos quais passados nas quatro paredes da redação do Correio do Minho em Braga. Tendo já uma apetência notória para a escrita, o Sub chefe de Redação revelou-nos que se iniciou muito cedo nos jornais do tempo do seu ensino secundário. Percorreu ainda jornais e rádios de Guimarães e, mais tarde, foi convidado a integrar a equipa do Correio do Minho, casa onde se mantém até hoje e diz conhecer como a palma da sua mão.
Paulo Machado deu-nos a conhecer um dia normal na redação do jornal. Através da entrevista e também da visita à redação, entendemos que um jornalista não tem um dia monótono. São muitas as tarefas diárias que um redator tem de ter numa redação de um jornal diário.
“Há dias imprevisíveis e há, contrariamente áquilo que se pode pensar, dias rotineiros (o que se torna mais comum com o passar dos anos de carreira). Eu hoje já estou a preparar o dia de amanhã e até a próxima semana, é verdade! (...) O meu dia-a-dia começa sempre, de manhã, por ver se está tudo a correr conforme o planeado e, claro, fazer a leitura dos jornais diários, estar atento a tudo o que sai. (...) Começo a organizar o meu dia ao final da manhã, sobre aquilo que vou fazer para fechar o jornal. Nós estamos num jornal diário, temos de fechar todos os dias um jornal! Depois, vou trabalhando na informação que tenho para tratar. (...) No final do dia, começamos a ver todos os assuntos de última hora que vão surgindo (...) e a montar a notícia, digamos. Já ao início de noite, acertamos os últimos detalhes daquilo que estavamos a trabalhar, ficando assim fechado. Simultaneamente, vamos também preparando o dia seguinte. É um ciclo!” (Paulo Machado)
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