Memorial do Convento Personagens
Por: marianaaa08 • 28/9/2022 • Artigo • 1.347 Palavras (6 Páginas) • 124 Visualizações
Bom dia! Dos temas que nos foram propostos, decidimos apresentar-vos as personagens de “Memorial do Convento”. Temos como objetivo aprofundar o vosso conhecimento acerca deste tópico tão relevante na matéria em estudo.
Seria impossível abordar este tópico sem antes falar do grande autor desta obra - José Saramago.
José Saramago nasceu a 16 de novembro de 1922, na Golegã. Abandonou o
ensino secundário devido a dificuldades económicas mas o seu trabalho de autodidata permitiu-lhe adquirir um saber literário, cultural, filosófico e histórico notável. Exerceu diferentes atividades, dedicando-se, a partir de 1975, exclusivamente à escrita. Em 1998, José Saramago foi o primeiro escritor português a ser galardoado com o Prémio Nobel da Literatura.
Um dos romances mais importantes de Saramago é “Memorial do Convento”. Este título reveste-se de uma grande carga simbólica, sugerindo, tal como a palavra “memorial” indica, a evocação do passado por meio da memória, remetendo para a construção do convento.
Antes de passar à apresentação individual de cada personagem, é importante dizer que nesta obra as personagens dividem-se em referenciais e ficcionais. As referenciais pertencem à História, representam a classe dominante e o alto clero, mas são objeto de sátira. As ficcionais são as personagens criadas pelo autor que interatuam com as reais tornando-as credíveis. São símbolo de contrapoder, do amor, do sonho e da utopia.
A intenção de Saramago é tornar memorável a dor e o sofrimento, a tortura e a tirania exercida sobre milhares de homens que ajudaram na construção do Convento de Mafra. A personagem central do romance é o povo trabalhador, mal tratado e a viver em extrema pobreza. O passado histórico é reinventado pelo narrador que o vai cruzar com o passado ficcional, ao qual o protagonismo é retirado às figuras históricas canónicas e é dado ao povo. Sendo assim, o esforço coletivo foi motor da história.
Passando então para a caracterização individual das principais personagens desta obra, começamos pelas personagens referenciais:
Rei de Portugal de 1706 a 1750, representa o poder real absolutista e prepotente. Mantém com a rainha apenas uma relação de "cumprimento do dever", por acordo político. Megalómano, ou seja, expressa um excesso de ambição e adora tudo aquilo que é grandioso, vaidoso e movido pelo fanatismo religioso, manda construir e depois ampliar o convento de Mafra.
Pretende ser um déspota, pretende dirigir ou governar de modo completamente autoritário.
Apesar de ainda jovem, apresenta-se como um rei absolutista, poderoso, prepotente e caprichoso, características evidentes na maneira como se serve do seu poder para expressar todo o tipo de ordens, sejam elas razoáveis ou não; na forma como impõe a inauguração do convento na data que deseja, ainda que seja alertado para o atraso das obras e no modo como obriga os homens de todo o país a irem trabalhar à força para mafra.
Por outro lado, a sua megalomania (significado: valorização excessiva e patológica de si mesmo), inconsequência e displicência na gestão dos recursos do reino é visível, primeiro, por querer construir em Lisboa uma obra da altura da Basílica de S. Pedro, depois, por ter aumentado a capacidade do convento de 80 para 300 frades, quando viu impossibilitada a sua primeira intenção, ainda que tenha sido alertado para o facto de a situação económica da coroa não ser favorável a empreendimentos desta amplitude.
Por fim, a infantilidade do rei é evidente, por exemplo, no facto de despender longos períodos de tempo na construção de uma réplica em miniatura da basílica de S. Pedro e a sua infidelidade é facilmente constatável devido às diversas relações extraconjugais, das quais resultaram vários filhos bastardos.
D. Maria Ana de Áustria: representa a mulher aristocrata presa às convenções sociais. Princesa austríaca, cuja missão é dar filhos ao rei, mantém uma relação solene com o marido. Caracterizada por mulher virtuosa, submissa e frágil, é impossibilitada de assumir a sua sensibilidade. Sonha com o seu cunhado D. Francisco, daí resulta os sentimentos de culpa. Vive num ambiente social repressivo do qual não se consegue libertar.
Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão: Representa a elevação ao divino da vontade humana.
O Padre Bartolomeu era um homem influente, frequentador da corte, tendo exercido várias funções. Embora fosse apelidado de forma cómica de Voador por ter feito voar balões no Paço, o seu projeto foi apadrinhado pelo rei D. João V, que lhe cedeu para o efeito a quinta do duque de Aveiro, em S. Sebastião da Pedreira. Ainda assim e apesar de todas as suas aptidões, não foi ele, mas antes o músico Domenico Scarlatti que foi encarregue, por D. João V, de ensinar a infanta Dona Maria Bárbara a tocar cravo.
Entretanto, o Padre começa a duvidar de um dos dogmas mais importantes da Igreja Católica – o da Santíssima Trindade – que defende que, apesar de Deus ser uno em essência, é trino em pessoa, ou seja, Deus é
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