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Mídia Locais e suas interfaces com a mídia comunitária

Por:   •  30/3/2016  •  Resenha  •  670 Palavras (3 Páginas)  •  560 Visualizações

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Mídia local e suas interfaces com a mídia comunitária no Brasil

Em síntese, a mídia local e a comunitária possuem suas próprias especificidades, porém quando postas em contraste é possível observar um intercâmbio de conteúdos e apropriações de modelos de comunicação. O texto analisa o crescimento da mídia local em detrimento às modificações no cenário comunicativo, motivadas pela valorização do local e potencial mercadológico que ele apresenta. Em uma primeira instância, a mídia local se ocupa de assuntos mais gerais (violência urbana, política local, serviços públicos) e tende a reproduzir a lógica dos grandes meios de comunicação. Os meios comunitários, por sua vez, trabalham com pautas de interesse mais especifico de segmentos sociais, visa uma mobilização social e dilui fronteiras entre o emissor e o receptor.

Há uma certa dificuldade de distinção entre as duas mídias em questão; essa dificuldade deriva-se de três fatores principais: a impossibilidade de definir fronteiras precisas entre o local e o comunitário; o conteúdo e praticas comunicativas dividas; e a apropriação errónea do termo “comunitário” de forma à atrair e fidelizar um público.

O primeiro ponto diz respeito à impossibilidade de definir fronteiras precisas entre os espaços comunitários, locais e regionais. A comunidade se situa dentro de um espaço local, e o espaço local é sempre mais amplo e diversificado do que uma comunidade. Deste modo, é impraticável uma separação objetiva entre ambos. A comunidade se distingue do local pelo elos criados entre a população e seu espaço: sentimentos de pertença, engajamento social e cultura comum.

O segundo fator aponta as dificuldades de separar determinados conteúdos como sendo próprios de uma mídia local ou comunitária. As pautas regionais atendem à um público mais especifico e, já que não há “reservas de conteúdo”, um determinado objeto (assunto) pode se fazer válido tanto à um veículo de comunicação local, quanto à um de caráter comunitário.

O terceiro aspecto é a idéia fictícia - manipulada por veículos de massa - de uma mídia comunitária, onde os interesses são meramente financeiros em oposição ao incentivo à participação popular e colaboração no exercício de cidadania. Surge um interesse pela regionalização de produção pela potencialidade econômica que ela apresenta e a valorização do local por parte da população. O objetivo principal é gerar lucro da verba publicitária de anunciantes e, no caso de jornais impressos, há uma queda nos preços de produção e circulação. Esses veículos não remetem às caraterísticas de uma mídia comunitária: mobilização social, caráter educativo, etc; apenas se apropriam de um modelo consolidado para lucrar.

Apesar das aparentes dificuldades de diferenciação, e as interfaces divididas por ambas mídias, há um claro contraste entre suas principais características e base de funcionamento.

A comunidade é mais do que um aglomerado de pessoas - ela pressupõe a existência de elos mais profundos. Seguindo esse raciocínio - não é suficiente lidar com assuntos locais para que um meio de comunicação seja considerado comunitário. É necessário uma resposta por parte do público; uma participação direta das pessoas do próprio lugar na programação e gestão do veículo comunicacional. Quem produz as mensagens, não é necessariamente um especialista, mas um cidadão comum. O veículo deve ser intrinsecamente ligado ao desenvolvimento comunitário e direitos dos cidadãos e manter-se fiel à realidade concreta de cada lugar.

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