O Histórico e Características das Esquetes
Por: mittchellv • 12/5/2016 • Resenha • 1.047 Palavras (5 Páginas) • 2.039 Visualizações
DEFINIÇÃO
A palavra esquete vem do inglês, Sketch, que quer dizer esboço ou rascunho. É uma encenação curta, no máximo dez minutos de duração. Pode ser apresentado em forma de monologo ou por meio de diálogos entre duas ou mais. No segundo caso, utiliza-se de poucos atores. Pode ser improvisado ou não. Geralmente é cômico e faz uso de linguagem informal. Nos esquetes cômicos o humor é conseguido, em sua maioria, através de repetições de uma ação ou fala, uso de exageros e apresentação de uma ação inesperada, surpreendente. O principio motor do esquete é a sátira, às vezes grotesca e burlesca da vida cotidiana.
HUMOR NO TEATRO DE REVISTA
O surgimento do esquete é turvo, mas encontram-se traços do seu surgimento nos Teatros de Revista e no início das transmissões de rádio. Os Teatros de Revista tem suas raízes nos teatros musicados parisienses (Valdevilles) que tinham suas apresentações cênicas autônomas na tentativa de romper com o monopólio mantido pelo governo, no século XVIII. Proibidos de encenar algo sério, foram forçados a apresentar suas peças no circuito popular. Tornando-se atrações nos bairros franceses operários e no Teatro de Bouffes Parisiens, fundado por Jacques Offenbach. Onde circulavam poetas, pintores e dançarinas. Os textos tinham um caráter caricatural e retratavam a burguesia, seus modos e a hipocrisia da sociedade capitalista que nascia. Tinha um enredo brejeiro, situações imprevistas, um final feliz e moralístico, andamento rápido e falas que eram entremeadas por cançonetas.
No Brasil, artistas franceses inovaram as peças teatrais, transformando-as em operetas, ações curtas de caráter satírico. E a medida que as peças foram sendo adaptadas, compondo-se de diversas influências, nasceu o Teatro de Revista Brasileiro, no século XIX, característico do Rio de Janeiro. A opereta, comédia musicada, foi marcada pela peça de Arthur Azevedo, O Rio em 1877, que narrava acontecimentos políticos e sociais daquele ano, de forma humorística. O movimento também ficou popular na Itália, Alemanha e Portugal. No Brasil, a mistura de sátira e crítica resultou no que se convencionou chamar de burleta.
HUMOR NO RÁDIO
O Humor também esteve nos primórdios do rádio. Esquetes eram apresentados por dois ou três atores, sempre com um final engraçado. Eram como anedotas sendo radiofonadas. Uma nova maneira de interpretar, fugindo na maneira apresentada no teatro, chamando assim a atenção do publico. Nos anos trinta quadros de humor se alternavam com musicais nos programas de rádio. Em 1934 surgiu o primeiro quadro de humor periódico.
Programas como As aventuras de Nhô Tonico, As aventuras da Vila Arrelia e o programaChiquinho, Chicote e Chicória, e ainda a Escolinha de Dona Olinda, apresentados por Vittal Fernandes fizeram muito sucesso e tinham como características atrair o público com um humor simples que falava do cotidiano e do modo de ser paulistano.
Na Rádio Nacional, programas como Balança mais não cai, que se passava em um edifício no qual vários personagens interagem era sucesso de público e crítica; e PRK – 30, um programa voltado a fazer humor e zombaria dos próprios programas de rádio do momento.
Em geral, os programas humorísticos da Rádio Nacional eram apresentados ao vivo, na presença de um público que lotava o auditório da emissora. Engana-se, contudo, quem pensa que a direção do programa transformava o palco num teatro, onde os atores representariam seus personagens. Nada disso. Na verdade, os humoristas formavam uma espécie de “cortina cômica”, um ao lado do outro, com o texto nas mãos, que liam na medida em que entravam em “cena”. Claro, os atores faziam caras, caretas e trejeitos, mas não iam além disso. O humor estava presente no texto – e na interpretação pela voz dos humoristas
A década de 1940 foi o marco decisivo para a permanência do humor na rádio, surgem lendas do riso radiofônico como Chico Anísio e Renato Murse. O Cassino do Chacrinha, estreia em 1942, e multidões se encantam com o humor debochado do apresentador, mas tarde no entanto, seu programa vai para a televisão.
Com o declínio do rádio, na década de 1960, atores e produtores migraram para a televisão. O mesmo, é claro, se deu com produtores, diretores e redatores, que transplantaram para a TV os mesmos programas que faziam no rádio, como o Balança mas não cai e o PRK-30. Bem verdade que tal experiência não deu certo – e não deu porque os programas citados foram criados especialmente para o rádio, cuja linguagem não é a mesma que a da TV. Esta, mais adiante, na medida em que foi se consolidando, criou os seus próprios programas.
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