Resenha Filme “Cidade dos Sonhos”
Por: carlafaya • 28/9/2023 • Resenha • 365 Palavras (2 Páginas) • 109 Visualizações
Após assistir e analisar o filme “Cidade dos Sonhos”, considero que é uma obra extremamente humanista e de difícil compreensão, um misto e paralelo entre realidade e sonho. O diretor David Lynch explorou o lado mais enigmático e fugiu completamente do padrão de filmes hollywoodianos.
Para os apreciadores do cinema e do intelecto, é um prato cheio para a reflexão. Um dos poucos filmes que assisti e não consegui entender o contexto da obra. Uma mescla de suspensa e enigmas do início ao fim, que prende o espectador ao ponto de questionar o que é sonho de realidade.
Cidade dos Sonhos é um projeto 100% original, que mergulha no próprio inconsciente de sua protagonista Daiane, desafiando o público a decifrar dezenas de códigos e mistérios que rondam a trama, razão pela qual considero uma obra extremamente inteligente e fora do contexto do cinema atual. É curioso que, praticamente quase toda a narrativa do filme se passa no sonho e David Lynch chama a atenção a todo momento para isso, trazendo um ar de incoerência do início ao fim. Ademais, é original o filme ser atemporal, brincando o tempo inteiro com a ordem cronológica dos fatos.
Entretanto, é interessante ressaltar que em diversas cenas, o diretor deixa pistas de que determinada situação está fora da realidade, como é o caso das primeiras cenas na lanchonete, em que dois rapazes estão conversando e os objetos da mesa mudam de posição, a partir dessa cena que eu comecei a entender que poderia ser um sonho. Outro ponto interessante é o fato do “monstro-mendigo” - que poderia representar a culpa do inconsciente da protagonista -, em diversos momentos aparecer na trama, reforçando a ideia do “mal”, do obscuro, talvez remetesse o lado sombrio e do arrependimento de Daiane ao encomendar a morte da sua amada Camila? É claro que temos várias explicações e interpretações, porém a trama não demonstra clareza, aliás, o que diretor evidencia é que nem tudo sobre nós mesmos pode ser dito e interpretado, talvez seja esse o ponto crucial da trama, demonstrar as diversas faces do inconsciente por meio de interpretações ilógicas que remetem o espectador a pensar e tentar decifrar a mente humana.
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