Trabalho sociologia covid + sociologos
Por: Camila Sepulveda • 22/9/2021 • Trabalho acadêmico • 1.370 Palavras (6 Páginas) • 138 Visualizações
KARL MARX
Karl Marx, indignado com as condições da realidade, na qual ele estava inserido, afirmando que a sociedade se mantém com base na luta de classes, um dos fatores que deu origem ao capitalismo.
Logo, desenvolveu a Teoria do conflito, cuja aborda uma questão importante dentro de um contexto marcado pela revolução industrial, em que defende que a divisão da sociedade em classe burguesa e operária gera conflitos devido a desigualdade causada entre as classes sociais, já que a classe trabalhadora está nas mãos da dominante. Assim o conflito é resultado direto da divisão social pelo poder e riqueza. Isto é, ela esquematiza como cada indivíduo reage diante de um sistema que enaltece certas posições sociais, isso evidencia uma óbvia desvantagem de uns em relação aos outros. Dessa forma, fomentando um conflito natural e que continua perdurando com o passar do tempo. Dentro de sua teoria, o mesmo propõe uma estratégia de mudança, a revolução do proletariado e também um projeto utópico, uma sociedade sem propriedade privada e portanto, sem classes, atribuindo um papel mínimo ao Estado.
Trazendo esta teoria para os dias de hoje e relacionando com a situação atual de pandemia do COVID-19 em que o isolamento social é fundamental, nos encontramos em uma situação economicamente complicada e instável. Levando isso em consideração é possível dizer que a burguesia, por possuir controle sob a riqueza e o poder, não sofre tantos danos economicamente quanto o proletariado, que depende exclusivamente do trabalho para sustentar-se. A posição de privilégio da burguesia permite que a situação de isolamento social não afete seu estilo de vida. Já o proletariado, que não tem condições de se manter economicamente sem trabalhar, é obrigado a se expor a chance de contrair um vírus responsável por milhares de mortes no mundo inteiro.
É possível compreender também que a questão de moradia é um adendo à equação, já que essa diferença de classes ressalta que o isolamento social é mais fácil e agradável para a burguesia, que possui elevada qualidade residencial, em comparação ao proletariado.
Ademais, por um lado temos a parte da classe dominante que, por estar em uma posição privilegiada, se acha no direito de colocar suas próprias vontades e desejos acima de recomendações governamentais que prezam pelo bem estar e saúde da população em um total. Por outro lado, temos a parte da classe oprimida que por falta de informação e entendimento sobre a gravidade da situação, acaba não seguindo estas recomendações. Sendo assim, enfatizando que o Estado tem um papel mínimo.
Em suma, a Teoria do conflito, desenvolvida no século XIX, apresenta similaridades com o cenário contemporâneo, provando-se uma tese atemporal, uma vez que se relaciona tanto com as circunstâncias da revolução industrial, quanto com a pandemia de um vírus altamente contagioso.
MAX WEBER
Max Weber, possuía uma visão bem crítica da sociedade em meados do século XIX. Sendo assim, contribuiu com o desenvolvimento da Teoria Interacionista, que consiste na construção do conhecimento como um processo de interação e reciprocidade. Assim, não só o pesquisador ou o agente adquirirão conhecimentos, mas também o objeto de pesquisa. As principais palavras-chave para compreensão da tese são: tipologia da ação social, da dominação e tipo ideal.
Weber interpreta por “ação social” qualquer ação realizada por um indivíduo em um meio que, no entanto, possua um sentido; valor e motivações determinados por agentes como, política, religião, economia. No entanto, são necessárias classificações para um conceito tão abrangente como o mesmo, como por exemplo, a ação social racional (fins), racional (valores), afetiva e tradicional.
Além da ação social o sociólogo também explica o termo "dominação social" que representa uma probabilidade de deparar a obediência a uma regra de determinado conteúdo entre pessoas estabelecidas, a mesma é classificada em três diferentes ocasiões ,a dominação legal, tradicional e carismática. E por fim, a concepção de “Tipo ideal”, resume-se para que uma dada situação social possa ser analisada principalmente quando se trata de generalizações, torna-se necessário criar um “TIPO IDEAL”, que será um mecanismo que orientará a investigação e a ação do ator, como uma espécie de parâmetro normalmente uma simplificação e generalização da realidade.
Analisando os dias de hoje, com a situação atual de pandemia do COVID-19, percebe-se a coerência em relação a Teoria Interacionista, o isolamento social, por si é um claro exemplo da própria tese, pois reflete todos os conceitos, uma vez que a quarentena implica em uma ação social que possui valores, finalidade e também em um apelo sentimental, já que nada ainda foi estabelecido como obrigação ou ordem pelo governo, mas sim como uma recomendação com base em dados no que vem acontecendo em outros países.
No entanto, fica evidente a questão da dominação racional-legal, que se aplica à economia, política, religião, trabalho. A base do desempenho é a crença na legalidade das regras vigentes, que definem uma hierarquia na estrutura social, e na autoridade dos dominantes. No cenário da pandemia esta dominação é bem visualizada no quesito política já que indicações passadas por responsáveis, como ministro da saúde e líderes de instituições como a Organização Mundial de Saúde (OMS) são mais representadas do que a do superior, o presidente Jair Bolsonaro.
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