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ÉTICA, CONSTRUÇÃO, ESPAÇO, FELICIDADE

Por:   •  26/11/2018  •  Resenha  •  817 Palavras (4 Páginas)  •  222 Visualizações

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ÉTICA: Construção de Espaços de Felicidade
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Na temática anterior, quando se falava e se pensava sobre a liberdade, referimo-nos a ela como sendo a possibilidade da autodeterminação, da escolha e da criação. Tudo isso envolve o ser humano na sua possibilidade de agir com os outros e com o mundo e em relação a si mesmo, aos outros, ao mundo e às coisas. A realidade/prática social que se vive é fruto dessas relações que se estabelecem/são estabelecidas. É diante desta realidade que se coloca a questão da ética como a possibilidade/necessidade de se refletir sobre as escolhas/ações humanas e sobre os seus fundamentos. Ou, ainda, pensar/refletir sobre que bases poderiam/deveriam ser assentadas as nossas escolhas/ações. Em outras palavras, a liberdade de escolher/agir implica, também, a necessidade de se perguntar pelo sentido de nossas escolhas/ações. Enfim, implica perguntar pelo sentido da vida humana, pelo sentido da existência humana.

As diferentes escolhas feitas e ações tomadas no dia-a-dia pelo ser humano, de certa forma, embora não sistematicamente, são produto do seu pensar/refletir no sentido de ver/perceber qual seria a melhor escolha/ação a ser tomada/empreendida nessa ou naquela situação com a qual se vê/sente envolvido. Implícito a este pensar sobre a melhor escolha/ação está a aspiração do ser humano pelo bem viver/ser feliz. Aristóteles já ensinava isso ao dizer que toda ação humana - conhecimento e trabalho - visa a algum bem e, entre eles, o maior é a felicidade.

Segundo Gallo (2002), “toda produção histórica dos seres humanos consiste em criar condições para que o homem seja feliz. Todas as religiões, as filosofias de todos os tempos, as conquistas tecnológicas, as teorias científicas e toda arte são criações humanas que procuram apresentar condições para a conquista da felicidade” (p. 54).

Ou seja, aquilo que o ser humano busca/faz em sociedade prima, a princípio, pela possibilidade da construção de espaços de felicidade. É nesse sentido que a construção de espaços de felicidade emerge como princípio ético pelo qual podem/devem se pautar as escolhas/decisões de cada uma das pessoas que compõem a sociedade.

Construir espaços de felicidade, como princípio ético, implica perguntar, entre outras coisas, pelos motivos pelos quais fazemos o que fazemos, pelo sentido e conteúdo daquilo que fazemos e pela intenção/finalidade que se tem em relação às práticas. Algumas perguntas, nesse sentido, podem se dar da seguinte forma:

  • O que é bom para a pessoa?
  • Em que acredito? Em que sociedade acredito?
  • Que princípios tenho? Quais são meus comprometimentos profissionais, sociais (movimentos sociais), políticos...?
  • O que me faz ser a (o) profissional que sou? Como exerço minha profissão e como não gostaria de exercê-la?
  • O que já se naturalizou na sociedade que não me afeta mais, que não me sensibiliza mais?
  • A partir das diferentes respostas que damos às questões acima colocadas, é possível dizer que, a construção de espaços de felicidade como princípio ético, passa, também, pelo mundo dos valores construídos e afirmados ao longo da história, no sentido de perguntar: o que nós entendemos por esses valores e o que, por exemplo, diferentes grupos sociais entendem por esses mesmos valores?
  • A questão acima colocada pode ser desdobrada em dois pontos que merecem ser discutidos. O primeiro deles refere-se à possibilidade da coexistência de diferentes pensares, dizeres e práticas num mesmo espaço e mundo, visto que a construção de espaços de felicidade implica, também, importar-se e comprometer-se com o outro na sua diferença. Em outras palavras, falamos também de ética porque, de certa forma, estamos preocupados em bem (con)viver com todos os possíveis membros de uma sociedade (local-global). Em relação a este ponto, novas questões se colocam: Como não impor meu interesse pessoal como sendo o interesse da coletividade? Até que ponto e em quais momentos é preciso renunciar aos interesses pessoais a favor dos interesses da coletividade/do grupo do qual também faço parte? Como melhor ajudar sem (inter)ferir no bom andamento/desenvolvimento do trabalho/organização a que o grupo se propôs?

As respostas a essas questões não se dão num passe de mágica. Não há soluções prontas e disponíveis a serem colocadas em prática. As mesmas são construídas e reconstruídas a partir de um diálogo fecundo e respeitoso em busca de consensos mínimos, o que demanda levar em conta as diferentes perspectivas de cada um como possibilidades. Daí o segundo ponto: o mundo globalizado e plural de hoje traz a exigência de aceitar o outro na sua diferença sem a intenção de submetê-lo. Em outras palavras, implica aceitar o outro como ele é e permitir que ele continue sendo o que pode(ria) ser. Ou, ainda, a perspectiva do outro deve ser pensada como possibilidade. Nisto se encontra a viabilidade do diálogo e, no diálogo, a possibilidade da construção de espaços de felicidade, o princípio ético pelo qual se devem pautar as ações de cada um dos que compõem uma coletividade.

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