A Ética de Kant

A ética de Kant:

Vida e Obra: Kant foi um filósofo alemão do séc. 18, considerado um dos cultos mais importantes. Foi toda a sua vida professor, ensinou e escreveu sobre temas muito importantes. Escreveu até um livro sobre as causas geológicas do terramoto português de 1955. A sua importância reside em 2 aspetos fundamentais para a ciência: fundamentou a base do conhecimento moderno e também para ética fundamentou a importância dos valores: justiça, liberdade e dignidade acima de tudo.

Os critérios de uma boa ação: O que conta para uma ação ser boa é a sua intenção, por isso esta ética é chamada de “Deontológica”, vem da palavra grego “Deon” que significa intenção ou principio que orienta as nossas ações. Para uma intenção ser boa tem de respeitar os seguintes critérios: 1- A nossa intenção pode servir de exemplo para todas as pessoas do mundo; 2- A nossa intenção respeita a dignidade de todos, a dignidade dos outros e a nossa (dignidade significa tudo aquilo que nos faz ser pessoas melhores.) Por exemplo: ajudar uma pessoa com intenção de a ajudar a ultrapassar as suas dificuldades é uma boa ação mesmo que tenha uma consequência má (pode não aceitar a ajuda ou revoltar-se contra nós). Pelo contrário, roubar é uma má ação pois não serve de exemplo para ninguém e não respeita a dignidade de ninguém.

O imperativo de categórico e hipotético: Imperativo significa ordem. Neste caso, é ordens que a nossa consciência nos dá, com muita força e à qual não conseguimos fugir. Por exemplo: somos incapazes de torturar alguém ou de não acudir alguém- são imperativos de consciência e chamam-se sentido de dever ao qual a ética de Kant se apoia. Quem tem essa consciência são pessoas bem formadas e para formar a nossa consciência pensamos nestes problemas e estudamos exemplos de boas ações. O imperativo de consciência é categórico quando fazemos o bem porque compreendemos que é o que está certo não olhando para as vantagens. O imperativo de consciência é hipotético quando fazemos o que está bem porque olhamos para as vantagens, caso não nos dê nem realizamos essas ações.

Ações contra o dever, conforme o dever e por dever:  Numa situação em que a estrada tem limite de velocidade podemos ter 3 situações éticas: um condutor que não respeita o limite de velocidade porque conscientemente não se preocupa com o perigo de acidente (ação contra o dever); um condutor respeita o limite de velocidade porque não quer ser multado, serve-se do imperativo hipotético (ações conforme o dever);  um condutor respeita o limite de velocidade porque compreende que é o que está bem e serve-se do imperativo categórico (ação por dever).

Autonomia e heteronomia da vontade: A nossa vontade/ intenção de fazermos o bem diz-se que está em autonomia quando fazemos porque compreendemos que é o que esta certo e também porque nos sentimos na obrigação e diz-se que está em heteronomia quando fazemos o que está bem porque as leis obrigam e porque estão pessoas a ver, ou seja, recebemos prémio quando fazemos o bem e recebemos castigo quando fazemos o mal. Em autonomia, nós mandamos em nós mesmos e somos pessoas superiores. Em heteronomia, somos mandados por situações exteriores e somos pessoas inferiores.

A felicidade segundo a ética de Kant: Pensamos que uma ética nos obriga a agir por dever de consciência, por vezes não nos traz vantagens e até nos dá castigos. Mas esta ética traz-nos uma felicidade mais verdadeira e profunda. É uma felicidade interior que nos traz sentimentos do dever que cumprimos e de nos sentirmos pessoas superiores a quase todas outras (reis, generais e papas), porque usamos o nosso tempo de vida para tornar o mundo em que vivemos melhor- este é o verdadeiro motivo da felicidade.