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A Criação em Tomás de Aquino

Por:   •  14/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  916 Palavras (4 Páginas)  •  291 Visualizações

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FACULDADE JOÃO PAULO II

LICENCIATURA EM FILOSOFIA

FREI JOÃO PAULO GABRIEL MENDES DE MORAES,OFM

A CRIAÇÃO DIVINA EM TOMÁS DE AQUINO

MARÍLIA

2017

A CRIAÇÃO EM TOMÁS DE AQUINO

Para os Neoplatônicos, o termo emanação designa o oposto que o conceito de criação quer significar. Seu pensamento mostra que o que emana é da mesma natureza daquilo do qual é emanado.

Em Tomás, o termo emanação está junto com o conceito de criação. A emanação, aqui, nos reporta a emanação universal do efeito mais universal que há, o esse (Ser). Por consequência, ela se refere também a primeira causa universal, aquele que é a causa de todo ser, Deus (CAMPOS, p.1).

Temos que o ato criador consiste em que: Deus, na criação, cria pela emanação de todo o ser a partir do não ente, a totalidade dos entes.

A criação pode ser vista por dois eixos: a) o ato que Deus cria. Onde a criação constitui-se como sendo o ato pelo qual, Aquele que é, isto é, o Ato Puro de Existir, produz a totalidade dos atos finitos de existir; b) o efeito deste ato criador. As criaturas são oriundas do ex-nihilo (a partir de) por meio da criação.

“Deve-se dizer que a criação não é uma mudança, a não ser segundo o nosso modo de conhecer” (GILSON, p. 178), uma vez que para os físicos, um ato qualquer, é uma mudança. No entanto, parte de um ponto inicial.

Se Deus, portanto, não pudesse agir partindo de algum pressuposto, este não seria causado por ele. Nada pode existir nos entes que não seja a partir de Deus, que é a causa universal de todo ser.

A criação, portanto, consiste no ato pelo qual o Ato Puro de Existir produz, direta e indiretamente, o ato de existir das criaturas. Do esse subsistens, sem mediação alguma procede o esse (ser) das criaturas. O fato é que os atos que nascem desta operação não são da mesma natureza do ato criador.

Com efeito, segundo Tomás de Aquino (1996 p. 970, apud Campos, p.09 ), a ordem das operações corresponde à ordem dos agentes, sendo o mais nobre agente, a mais nobre operação. Por isso é necessário que a primeira operação seja própria do primeiro agente (...) Logo, a criação é operação própria de Deus, que é o primeiro agente.

Então, pode-se chegar a conclusão de que possuem o ser apenas as coisas que subsistem em seu próprio ser. Sendo essas, por excelência, substância. É pela concessão do ato de existir às substâncias tiradas do nada (criadas) para o estado de entes que Tomás restringe a sua noção de criação.

Deus, por ser o Ato Puro de Existir, sua própria essência, cria o ser das coisas que lhe são semelhantes, exatamente em virtude de possuírem o ser.

O existir é o primeiro efeito, o mais universal de todos. Tal efeito deve ser deputado como privativo à causa mais universal, da causa primeira, Deus. Tomamos as palavras de  Tomás de Aquino para melhor entendermos essa hierarquia de Deus na criação.

Só a ele cabe criar, pois somente ele é por excelência o ser, vive em virtude de seu próprio ser, cuja essência é ser mesmo, poderia produzir o ser de todas as coisas das quais o ente se predica. Deus é o máximo ente “Tudo o que é máximo num determinado gênero é causa de tudo o que é deste gênero” (AQUINO, S.T, II, XV).

Podemos então gerara a pergunta acerca da liberdade de Deus, uma vez que ele vive em virtude de si mesmo, então por que Deus cria?

O real motivo pelo que Deus cria, é por que ele quer. Em sua total liberdade.

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