A FAMÍLIA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA- À LUZ DE UMA ANÁLISE SOCIOLÓGICA E JURÍDICA

A FAMÍLIA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA- À LUZ DE UMA ANÁLISE SOCIOLÓGICA E JURÍDICA. 1

Lutiane Margarida Ferreira e Silva

Introdução-justificativa

        A primeira experiência do ser humano é em família, é através desta que o indivíduo se socializa se sente acolhido, forma sua personalidade na sua individualidade e constrói pontes. Essas, o ligará com determinadas situações e fará desse indivíduo em construção, alguém capaz de administrar e resolver suas relações futuras.

A influência que essa família exercerá sobre essa criança, será o traço maior, é o que nos trouxe a uma reflexão e uma inquietação, dando início aos trabalhos e pesquisas deste.

Ou seja, indivíduos seguros e bem sucedidos emocionalmente, serão reflexos de uma relação que foi criada a base de respeito, disciplina, auto-controle e acolhimento.

Nessa seara, passamos a enfatizar os resultados positivos em conjunto com a escola e o seu processo educacional. A priori, acostumava ver na criança o único responsável pelo seu insucesso escolar, se a criança não ia bem à escola, não tinha um índice de aprendizagem satisfatório, a culpa era exclusivamente dela, não se buscava conhecer ou discutir, o que seria o “pano de fundo”, a consequência desse malgrado “não aprendizado” e o processo educacional era tido como inexitoso.

        Doutro norte, o Estatuto da Criança e Adolescente, Lei nº 8.069/1990, vem com foco primordial na doutrina da proteção integral da criança e o melhor interesse, fornecendo bases sólidas para que, todos unidos em um só propósito, buscassem condições favoráveis para amenizar tantos problemas.

        A Família deve ser tida como co-autor desse processo ensino-aprendizagem, unindo-se aos professores, coordenadores para que, juntos ofereçam um trabalho de acolhimento no ambiente escolar, sendo parceira constantemente nessa empreitada

        Para Içami Tiba, em seu livro “Quem ama educa”, reforça nossa pesquisa concluindo que, crianças que possuem dentro de seu lar, uma família que ensina o afeto, respeito, disciplina, limites e a se conscientizar do meio em que se vive ao serem inseridas no processo aprendizagem, serão pessoas mais seguras, com coordenação motora satisfatória e consequentemente um aprendizado eficaz.

Referencial teórico - 4 páginas

Para Maria Berenice Dias, A Família é uma construção cultural, que dispõe de estruturação psíquica, na qual todos ocupam um lugar, possuem uma função-lugar de pai e lugar de mãe, lugar dos filhos. Essa estrutura familiar que interessa investigar e preservar em seu aspecto mais significativo, como um LAR: LUGAR DE AFETO E RESPEITO deve buscar ser o alicerce da criança em seu processo de desenvolvimento, dentro e fora de casa, sendo esse seu segundo momento de encontro com o novo, consigo mesmo, ou seja, o seu desenvolvimento escolar inicial.

A família é o primeiro grupo, agente socializador do ser humano, a primeira lei que a criança conhecerá, do pai e da mãe, o que nos remete à ideia de civilização e a imposição de limites.

Imperioso que seja demarcado seu espaço, inevitável se faz a intervenção de uma família, que lhe seja ensinado que com amor, respeito e segurança afetiva, fará com que, ao sair de casa para ir a escola, essa criança crie no seu universo, uma aventura construída com bases sólidas, aonde a criança carregará consigo, todo ensinamento advindo do que lhes fora ensinado dentro de casa.

É desafiador o questionamento de como tem sido a estrutura familiar atual, será que existem crianças órfãs de pais vivos? Qual é a base educacional que as crianças recebem hoje? O pode tudo? Quais estão sendo seus exemplos? Quem são seus heróis? Onde buscar uma resposta para sanar tantos questionamentos?

“Ademais, educar é uma arte difícil, porém não impossível, sabemos que cabe aos pais a imposição de limites, de explicar a linha imaginária dessas cabecinhas”. Assim define Berenice!(2017).

Percebemos que, com a modernização, grandes conquistas foram feitas e não há o que contestar mídias mais rápidas, conferências simultâneas, ligações via watsapp, respostas virtuais, transmissões em segundos, evolução na ciência, telefones mais modernos, mais jogos e o inevitável, a falta de tempo. Seria esse o mal do século?

Doutro norte, a família deve ter em mente a importância de sua participação no ambiente escolar, esse é o suporte que falamos, essa preparação deve ser iniciada assim que a criança começa a ter domínio de sua fala e compreensão do mundo.

O artigo 226 da Constituição da República de 1988 diz que: “a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado”. Em contrapartida o artigo 19, da Lei 8.069/90  dos Direitos Fundamentais, diz que” Toda criança ou adolescente tem direito de ser criado e educado no seio de sua família e excepcionalmente em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de entorpecentes”.