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A Fenomenologia do Espírito

Por:   •  7/3/2018  •  Resenha  •  1.062 Palavras (5 Páginas)  •  279 Visualizações

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Razão e Fé em Hegel

Vida e Obra

De referir que Hegel nasceu em Stuttgart na Alemanha em 1770, estudou filosofia e teologia, devido o seu interesse pelos problemas religiosos e políticos, resolveu aprofundar seus estudos podendo assim dar aulas em algumas universidades alemãs, como suas principais obras destacamos a: Fenomenologia do espírito (1807), Ciência da Lógica (1812-10816), e Enciclopédia das ciências filosóficas (1817), Hegel acreditava que os homens seriam capazes de realizar várias coisas por isso foi um génio poderoso e teve uma belíssima capacidade sistemática e veio a falecer em Berlim na Alemanha em 1831.

Conceito de Razão e fé

Hegel citado por Reale Giovane (1991:124-125) afirma que a razão é autoconsciência, que supera a sua posição em relação com outro, enquanto a religião é o caminho da qual se chega a meta, podemos dizer que a religião é a auto consciência do absoluto, ela se expressa em forma de representação, enquanto a filosofia se apresenta em forma de conceito, Hegel distingue três etapas na fenomenologia de religião: A religião natural oriental, que representa o absoluto em forma de elementos ou coisas naturais, como astros e animais, a religião grega que representa o absoluto de forma Humana ou em forma do sujeito finito, a religião cristã, que representa o ponto culminante. Nesse sentido Hegel se encontra com o cristianismo, que se da pela encarnação, o reino do espírito que se aliena para auto possuir no seu ser outro mantendo a igualdade de si consigo, operando a síntese dos opostos,

Relação entre fé e razão

Percebe-se em Hegel que a religião assim como a razão constituem a manifestação do espírito, os dois conceitos têm mesmo conteúdo, diferem-se de como cada um se manifesta ao absoluto, a religião se expressa em forma de representação e a filosofia por meio do conceito, e Hegel sugeria que o conteúdo da religião tinha que ser tomado pela filosofia, para ser transformado em conceito, desaparecer em quanto religiosa e tornar-se razão filosófica e por sua vez a fé é justificada pela razão. (Idem:164)

Para Hegel a fé e religião é a consciência absoluta em geral e tem como objectivo vincular o mundo profano ao mundo sagrado, nessa perspectiva a religião tenta levar o homem a apaixonar-se mais de Deus. Como ele afirma “ do mesmo modo que a ciência é afim da filosofia, porque se refere ao conhecimento formal. Assim a religião, precisamente porque diz respeito ao conteúdo, é oposto deste mundo, e se aproxima da filosofia, (cfr.Hegel:1980:360).

Na ideia do autor, pode-se se afirmar que a filosofia juntamente com a religião buscam levar o homem a entender as coisas superiores a ele mesmo, ou seja, que estão para além do nosso mundo, como afirma ele, com o desenvolvimento do mundo, da cultura, a religião também se desenvolve juntamente com a filosofia, mas a religião na sua essência, mantém firmes os mais elevados valores.      

Indo na arte, vamos perceber que a razão e a fé precisam da mesma para revelar a essência divina que se encarnou, fazendo-se homem, onde a essência divina se humaniza já na estátua, ou por outra, a religião usa a própria arte para representar Deus à humanidade, como secunda Meneses (1985:188). A religião precisa de um espírito para ser conduzida, mas este espírito como afirma Hegel, deve primeiro conhecer-se a si próprio para avante conhecer o próximo, isto é, a filosofia apoia-se nas mesmas bases da religião, e o espírito para ele deve orientar a religião, ainda para ele deve em primeiro lugar ter consciência de si próprio para fazer com que a religião seja revelada com a clareza a todos povos.

Hegel é da ideia de que é complicado o homem ter conhecimento do próprio Deus, mas através do espírito que rege a religião, e até mesmo do espírito que rege o próprio homem, uma vez que é possível que o homem tenha conhecimentos das várias qualidades que Deus possui, o espírito absoluto vai enviar através de um homem a sua própria essência, com isso a fé do mundo é crer que o espírito como uma consciência-de-si vê, toque e escute essa divindade, assim a consciência-de-si não será fantasia, mas sim afectiva no crente, ou por outra, a religião é elevada da consciência-de-si/espírito divino. Nos cultos e celebrações que acontecem em várias religiões, o espírito se manifesta no homem de forma exterior e principalmente de forma interior, com isso sendo uma junção do exterior com o interior.

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