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A Filosofia da Religião

Por:   •  14/6/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.396 Palavras (6 Páginas)  •  181 Visualizações

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Disciplina de Filosofia da Religião[pic 1]

2021/2

Prof. Dr. Rogério Passos Severo

Discente: Umberto de Bem Maciel - 00326075

1. Crenças religiosas podem ser justificadas por meio de razões, indícios empíricos, intuições, sentimentos e/ou experiências subjetivas. Apresente e avalie a força justificatória de algumas dessas vias de justificação.

No decorrer do curso, os diversos argumentos apresentados para a justificativa das crenças religiosas demonstraram não apenas a importância que tais crenças têm para os povos, mas que sim, algo além da nossa visão “turva” existe. O artigo publicado por Agnaldo Portugal, “Bertrand Russell e o Debate Atual Sobre Fé e Razão”, no qual ele analisa os argumentos dados por Russel no texto “Porque não sou cristão”, de 1927, e as respostas apresentadas por diversos autores em tal artigo, é um ponto de partida a ser considerado para demonstrar a justificativa nas crenças religiosas. Russell, por ser uma referência na matemática, lógica, filosofia, entre outras matérias, se torna um oponente com argumentos fortes e lógicos a serem considerados. Swinburne  (um dos autores citados no artigo de Portugal) se propõe justamente a demonstrar que, para todo argumento contrário feito por Russell, é possível argumentar a favor da existência de Deus, e embora a existência de Deus não possa ser provada, podemos obter um apoio consistente.

Dos argumentos apresentados por Swinburne, três contrários se destacam, e sugerem que muitas máximas podem ser rejeitadas por causa de suas limitações cognitivas em relação à existência de Deus:

1) Ciência parece demandar um complemento metafísico;

Tais argumentos mostram que a própria ciência começa com argumentos muitas vezes improváveis e, segundo Swinburne, “a investigação científica começa com o pressuposto de que há um mundo a ser pesquisado” (Portugal, p. 416), o que evidencia as limitações da investigação. A ciência deste universo. Mas, como Swinburne coloca, não podemos limitar a “existência do universo físico a um fato bruto, que não carece de explicações” (p. 416), então confinaríamos o universo ao que é conhecido e ignoraríamos a existência além da consideração científica, ou a possibilidade de que outra realidade exista. A própria ciência pressupõe o universo existente, e isto não prova que outra realidade não exista.

2) Teísmo é uma tese metafísica que não se baseia em leis, mas em intenções;

Como explica Swinburne, o teísmo não se baseia em "leis naturais e condições empíricas" (p. 416), mas em "intenções, crenças e poderes" e não pode ser limitado a leis científicas. Por exemplo, restringir a crença a modelos científicos acabaria por estabelecer a impossibilidade da própria crença, porque não seria possível demonstrá-la através de palavras, tendo em vista que a crença se baseia em uma condição singular e não poderíamos aceitar a existência de milagres, por exemplo.

3) Simplicidade do Teísmo

Swinburne explica que Deus é a tradução da simplicidade, que Deus é “um ser incorpóreo onisciente, onipotente e infinitamente bom” (p. 417), argumento que fundamenta o teísmo, de modo que Deus seria “uma pessoa de tipo mais simples do que os seres humanos” (p. 418), e desta forma, Deus não teria os limites que interferem nos humanos e “sua percepção do que é certo, sua decisão de fazer o que é certo e a realização do que é certo, o que é muito mais complexo no caso humano.” (p. 419). Deus não seria explicável pela ciência, Deus estaria além da ciência e não poderia ser considerado dentro do escopo da pesquisa científico.

É fácil observar que a justificativa contrária para a fé, para as crenças religiosas, é rebatida com argumentos muito mais consistentes do que pontos como “se Deus existe, então me mostra ele”, ou “qual garantia você me dá que isto foi um milagre?”. Nos pontos demonstrados acima, o próprio argumento ateísta é descartado por si só, apenas usando de seus próprios argumentos contrários. Como dito por Otto, a dificuldade em demonstrar claramente uma experiência religiosa por aquele que a vivencia, já é o primeiro ponto de fé a ser superado por aquele que crê. Ou como apresentado por William James, onde ele diz que os homens tentam descrever suas percepções do sagrado, muitas vezes sendo possível atingir um nível muito grande de detalhamento, mas tal experiência é algo indescritível e é comum a todos que passam por tal experiência, afirmar que a única forma de alguém entender uma experiência religiosa, é experienciando tal fenômeno. Visto isso, as crenças religiosas não são demonstradas por fatos científicos, mas sim por experiências subjetivas, ou razões, indícios, que vão muito além do “ver para crer” e sim do “crer para ver”.

Minha conclusão é que argumentos contrários as crenças religiosas fazem uso apenas de pontos que a própria crença necessita para existir. Ou seja, Deus não se revela para aquele que necessita de provas materiais. Se partirmos do exemplo de que é impossível desenhar um círculo perfeito, que tal possibilidade só existe na minha mente, Deus, sendo sinônimo da perfeição, bondade absoluta, só pode existir em minha singularidade. Parafraseando Letícia Luiz Rodrigues, no artigo “A prova cosmológica da existência de Deus em René Descartes”,  Deus sem dúvida existe, e essa certeza é demonstrada pela imperfeição da Res Cogitans e pela ideia de perfeição que ela possui. Ou seja, a ideia de Deus não pode existir sem o próprio Deus como sua causa. Sendo assim, a causa do efeito é o próprio Deus, que é perfeito, infinito e existente.

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