A - Filosofia e Ética
Por: Vivian Roque • 15/3/2021 • Trabalho acadêmico • 1.072 Palavras (5 Páginas) • 324 Visualizações
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Curso de Administração Pública
Disciplina: Filosofia e Ética
Questões da Atividade à Distância
1) Como se deu a passagem da cosmologia à metafísica.
Marilena Chauí (1994) aponta que a filosofia nasce de duas premissas: admiração e espanto. A partir destes postulados, esta área do saber visa responder ou buscar respostas acerca de perguntas sobre a existência do mundo. Tais questionamentos levaram Aristóteles e Platão a buscarem justificativas racionais para a gênese de um mundo ordenado – o cosmos –, dando origem assim à cosmologia.
A pesquisadora afirma ainda que a busca deste princípio que gera e ordena tudo que há e ocorre na natureza se subjaz à procura de uma potência natural contínua e infinita, reconhecida pelos primeiros filósofos como physis. Chauí (1994, p. 266) postula que a cosmologia se caracterizava como “explicação racional sobre a physis do Universo e, portanto, uma física.”
2) O que significam as palavras metafísica e ontologia? Quem empregou pela primeira vez?
De acordo com Marilena Chauí (1994, p. 266) a metafísica (do grego: ta meta ta physika) significa “aqueles [escritos] que estão [catalogados] após os [escritos] da física”. A filósofa afirma que essa palavra foi empregada pela primeira vez em meados de 50 a.C. por Andrônico de Rodes, o qual havia sido responsável por recolher e organizar as obras de Aristóteles que há muito haviam sido perdidas.
A palavra ontologia, por sua vez, foi considerada, no século XVII, pelo filósofo alemão Jacobus Thomasius mais adequada para designar a metafísica. Segundo Chauí (1994, p. 266), “Ontologia é composta de duas outras [palavras]: onto e logia. Onto deriva-se de dois substantivos gregos, ta onta (os bens e as coisas realmente possuídos por alguém) e ta eonta (as coisas realmente existentes). Assim, ontologia significa: estudo ou conhecimento do Ser.”
Levando em consideração os escritos aristotélicos, Thomasius considerou que a Filosofia Primeira estuda o ser das coisas, a essência de um ente ou de uma coisa. Chauí (1994, p. 267) explica que a “Ontologia diria qual é o assunto da Filosofia Primeira, enquanto [a] Metafísica diria apenas qual é o lugar dos livros da Filosofia Primeira no catálogo das obras de Aristóteles.”
A partir disso, a tradição filosófica legitimou o uso da palavra metafísica, pois, segundo a autora, Aristóteles afirma que essa área é a condição básica para o estudo de todos os seres e de todas as coisas. Dessa forma, a palavra metafísica assume uma posição de maior prestígio em relação a palavra ontologia e passa a significar “aquilo que é condição e fundamento de tudo o que existe e de tudo o que puder ser conhecido.” (CHAUÍ, 1994, p. 267).
3) Por que atribuir a Parmênides de Eléia a primeira elaboração ontológica?
Chauí (1994) aponta que Parmênides de Eléia foi o primeiro filósofo a se contrapor à cosmologia, pois ele postula que o mundo que percebemos com nossos sentidos é um mundo quimérico e feito de dissimulação. Ao fazer tal afirmação, Parmênides ataca diretamente a base da cosmologia, o cosmos.
Parmênides contrapunha-se ainda a tradição filosófica anterior a ele. Heráclito de Éfeso, por exemplo, acreditava que havia uma multiplicidade infinita de seres contrários entre si. Enquanto Parmênides afirmava que o pensamento verdadeiro exigia a identidade e a não-contradição do ser, ou seja, para ele o Ser era único e imutável.
Além disso, Parmênides postula que há uma diferença entre o ato de pensar e o de perceber. Segundo Chauí (1994, p. 269), “Perceber é ver aparências. Pensar é contemplar a realidade como idêntica a si mesma. Multiplicidade, mudança, nascimento e perecimento são aparências, ilusões dos sentidos. Ao abandoná-las, a Filosofia passou da cosmologia à ontologia.”
4) Como Platão superou o problema deixado por Parmênides?
Segundo Chauí (1994), Platão dedicou-se a tentar resolver o impasse que foi deixado pelos pensamentos de Heráclito e de Parmênides. Platão ponderou determinados aspectos defendidos por cada um dos filósofos na tentativa de conciliar as ideias divergentes de ambos.
Ao estudar Heráclito, Platão observa questões que dizem respeito
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