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A INTERFERÊNCIA DAS DROGAS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Trabalho Universitário: A INTERFERÊNCIA DAS DROGAS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  15/11/2013  •  2.315 Palavras (10 Páginas)  •  2.240 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

Tendo como pórtico de nossos estudos uns dos problemas que mais desafiam, nos presentes dias, autoridades, educadores e a sociedade como um todo – o consumo de substâncias lícitas e ilícitas entre jovens e adolescentes -, trabalhamos no sentido de compreender as origens e principalmente, repercussões dessa ingestão na vida do usuário. Todavia, o ponto óptico adotado implica na visualização do usuário como aluno de uma instituição pedagógica, ou seja, inserido no ambiente escolar, tratando, por conseguinte, das implicações do consumo de drogas no processo de aprendizagem. Evidenciamos os prejuízos dessas no âmbito estudantil e tratamos sobre as possíveis causas da condução dos jovens a essa prática, mostrando a responsabilidade da instituição familiar em estimular as adoções dessas experiências. De forma menos manifesta, dissertamos sobre os termos desenvolvimento e aprendizagem, tentando retirar suas cápsulas de condicionamento que os restringem a conceitos não-abrangentes de seus reais significantes. Para atingir esses propósitos, revisitamos estudos psicopedagógicos como os de José e Coelho (1991), reflexões educativas nas propostas de Rubem Alves (2004), Flávio Gikovate (2001) Paulo Freire (1996) e valemo-nos do repensar da aprendizagem, oriundo da obra de Lajonquière (1996).

Tal escrito dispor-se-á da contextualização dos estudos e discussões em pauta, desenvolvendo tópicos que pretendem tornar a visar idéias e conceitos agregados ao aprendizado, seguidos de sucintas informações sobre nosso objeto de estudo – as drogas – e seus impactos nas zonas familiar, estudantil e social.

2 DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM

2.1 A desenvolução da criança/adolescente e o processo de aprendizagem

Para dar princípio a esta discussão, faz-se proveitoso compreender o significado que o vocábulo desenvolvimento, ou desenvolução, carrega ao aliarmo-lo à figura do jovem aprendiz. Mais do que restringi-lo ao crescimento físico – estatura, comprimento dos membros e/ou demais processos indicadores da maturação de um indivíduo -, deve-se enxergá-lo com um significante muito mais abrangente. Desenvolvimento, segundo José e Coelho (1993, p.10), “define o processo ordenado e contínuo que principia com a própria vida, no ato da concepção, e abrange todas as modificações que ocorrem no organismo e na personalidade”. Ou seja, não se resume somente às mudanças nas estruturas corporais, mas amplia-se e compila os comportamentos da criança, “resultantes do crescimento e amadurecimento físicos e da estimulação variada do ambiente”.

Outro conceito que carece ser desmistificado é o de aprendizagem: comumente, há uma encapsulamento deste. Restringir tal processo à vida escolar do aluno e aplicar no professor, de forma restrita, a incumbência de desenvolvê-lo social e intelectualmente é um dos mais prejudiciais vícios da sociedade atual. Pelo contrário, a aprendizagem é construída também a partir das relações com familiares ou outros com os quais o adolescente concatena laços de amizade - ela inclui hábitos e princípios que lhe foram ensinados desde a infância. Isto é, o aprendizado assemelha-se a um fenômeno dialógico no qual a personagem sofre “estimulação ambiental” oriunda de todos os lados, seja de cunho social, intelectual ou emocional.

A família ganha, por conseguinte, uma posição de destaque nesse curso - mesmo que inconscientemente, os pais influem sobre o comportamento de seus filhos. Isso acontece porque a criança guarda a capacidade de reter os sentimentos de seus familiares em relação a ela. Não é à toa, portanto, que um lar desestruturado gera filhos marcados e desenganados consigo mesmos: “Uma criança que é desprezada aprende a desprezar-se; uma criança que é amada e aceita tenderá a desenvolver atitudes positivas para a formação do seu autoconceito”.

Da mesma forma, sobre esse ponto Gagné (apud JOSÉ, COELHO, 1993, p.12) comenta:

“dizem que a experiência é o maior dos mestres; isto significa que os acontecimentos vividos pelo indivíduo em desenvolvimento – em sua casa, em seu meio geográfico, na escola e em seus vários ambientes sociais – determinarão o que ele vai aprender e, também, em grande parte, a espécie de pessoa que se tornará”.

Logo, para que a criança se desenvolva da forma devida, ela deve se sentir em um ambiente que esteja equilibrado e lhe forneça a sensação de segurança, onde suas necessidades podem e devem ser sanadas. Todavia, muitas das crianças e adolescentes, hoje, não encontram em seus lares esses sintomas, o que justifica grande parte dos problemas de aprendizagem e as situações de riscos aos quais estão suscetíveis.

2.2 Problemas de aprendizagem

Os problemas de aprendizagem apresentam-se como dificuldades e empecilhos enfrentados pela criança/adolescente durante o processo de assimilação intelectual. Usualmente, os termos “problemas” e “distúrbios” de aprendizagem serão aqui empregados como sinônimos, já que há discrepância quanto à diferença dos dois até mesmo entre autores que os estudam de forma exclusiva. Isso ocorre devido à tenuidade da linha que separa ambos.

A agressividade, por exemplo, configura-se como um distúrbio comportamental, o qual pode manifestar-se de várias formas: em alguns casos, somente como um impulso súbito de choro, esperneio e gritos; já em outros mais extremos, como um ataque direto ao provocador do momento de ira (pais, professor, colegas). Hoje, ainda é usual ter contato com casos de agressão ao professor derivadas de alunos que apresentam o distúrbio - o qual nasceu na rejeição, agressividade, ameaças e alheamento de seus pais.

Quanto aos fatores ocasionadores dos problemas de aprendizagem, esses foram divididos por JOSE em três naturezas: fatores orgânicos (saúde física – seja no plano corporal ou mental –, alimentação inadequada, etc), fatores psicológicos (inibição, ansiedade, sentimento generalizado de rejeição) e fatores ambientais (o tipo de educação familiar, a influência dos meios de comunicação e amigos). Mediante a identidade de nossa pesquisa, tratamos de maneira mais abrangente o último aspecto e focamos no papel dos laços familiares para a construção da identidade da criança/adolescente.

A família é a primeira instituição social em que a criança se enquadra, logo, uma má estruturação nesse pilar reflete todo um cenário de desequilíbrio social e emocional, o que justifica, portanto, grande parte dos distúrbios de comportamento. Seja por causa do divórcio ou morte dos pais, seja

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