A ciencia de Popper
Por: camilafbrito • 17/11/2015 • Dissertação • 1.496 Palavras (6 Páginas) • 682 Visualizações
O conceito de falseabilidade para Popper
O conceito de falseabilidade é uma discussão fundamental para Karl Popper (1902-1994), que no final do século XX, que propôs que a falseabilidade vem de encontro com a nova maneira de fazer ciência. É de extrema importância no cenário da epistemologia, pois mostra que uma afirmação pode ser falsa através de uma experiência ou de uma observação.
A possibilidade de a ciência ser refutada constituía para o filosofo a própria da essência da natureza cientifica, é preciso que ela tenha uma “capacidade de explicação” e Popper usa de exemplos em “Conjecturas e Refutações”, de grandes teorias como a da relatividade de Einstein (como a mais importante), a da historia de Marx, a da psicanálise de Freud e a psicologia individual de Alfred Adler pra exemplificar como elas têm uma aparente verdade, que elas permitem ser refutadas, pois uma teoria só é cientifica se ela pode ser refutada. “Pode-se dizer, resumidamente, que o critério que define o status cientifico de uma teoria é sua capacidade de ser refutada ou testada” (Página 66).
Popper propôs uma maneira de testar as teorias, para provar a qualidade das mesmas e sua veracidade, para ele, a ciência era baseada na observação e teorização,é preciso verificar e justificar as teorias cientificas , fazendo com que o que não fosse observado, não poderia ser definido. Somente a observação não era suficiente para provar que uma teoria científica era válida, seriam necessários os conceitos de falseabilidade, pois “A ciência começa, portanto, com os mitos; não se origina numa coleção de observações ou na invenção de experimentos, mas sim na discussão crítica dos mitos, das técnicas e das práticas mágicas” (Página 80)
Sendo assim, as teorias serão válidas quanto mais falseáveis forem e mesmo assim conseguirem responder aos problemas científicos aos quais foram propostas. Com a falseabilidade Popper separou, por exemplo, a Astrologia do âmbito científico por não existir nenhuma forma de realizar experiências que a refutem, sendo impossível provar sua validez ou invalidez. Desse modo, segundo ele, as religiões também são excluídas da ciência pelo mesmo motivo.
Pensando no ponto de vista em que é necessário que exista observação, mas que somente ela não consegue verificar o critério de verdade de uma teoria,. Em principio, todas as teorias são tentativas, conjecturais e hipotéticas, mesmo que não se possa duvidar delas.
Uma hipótese científica pode ter várias afirmações positivas para se tornar verdadeira, porém, uma única afirmação falsa a transforma em uma teoria ou lei inválida. Isso garante que, para que uma teoria seja válida, é necessário que não exista nenhuma prova que venha a ser negativa.
Um exemplo é a hipótese de que o Sol nasce todos os dias. Ela pode se aproximar da verdade até o Sol não nascer mais, seria o conceito da falseabilidade invalidando a hipótese. Essa afirmação vem da indução, ou seja, a observação não pode ser considerada um critério de verificação usado isoladamente, pois o sol pode não nascer amanhã, ou pode ser que aconteça um fenômeno especifico em que mude o fato em que o sol não apareça, sendo assim a afirmação perderia seu valor de verdade.
Tendo em mente que a indução pode ser considerada como hipótese, Popper defende a teoria científica, que pode ser de nível singular ou universal, a teoria universal só poderá ser se for falseável, chegando assim mais próxima da verdade.
Popper aborda o problema da indução como um problema que seria como uma indagação sobre a validade dos enunciados universais que usam da experiência, (das hipóteses). A descrição de uma experiência, resultado de um experimento ou observação, não pode, todavia, ser um enunciado universal, sendo, sempre, um enunciado singular. Dessa maneira, a verdade de um enunciado universal se resume à enunciados singulares os quais se sabe, por experiência, serem verdadeiros. Sendo assim, o enunciado universal baseado em inferência indutiva. Para estabelecer um meio de se justificar tais inferências indutivas, torna-se necessária a determinação de um princípio de indução, que seria um enunciado capaz de ordenar as inferências indutivas de maneira logicamente aceitável. Para exercer tal função, esse princípio de indução deve ser um enunciado sintético cuja negação não se mostre contraditória mas seja logicamente possível.
As teorias universais são não excludentes e, portanto, devem ser testadas. Assim como o exemplo do sol, em uma população de cisnes brancos, a hipótese de que todos os cisnes são brancos é inutilizada quando aparece um cisne negro. Todos os cisnes terem nascido brancos não garante que os próximos nascerão da mesma cor. Esse critério serve para se fazer uma estatística, uma média, mas não como uma prova cabal, pois ela pode ser refutada. Sendo assim, “... Ou seja, o problema lógico da indução se origina na descoberta de Hume (tão bem expresso por Born) de que é impossível justificar uma lei pela observação ou por meio de experiências, uma vez que ela “transcende sempre a experiência”; no fato de que a ciência enuncia e usa leis todo o tempo.” (Página 84)
Baseando-se no desafio de alcançar um critério que diferencia as teorias empíricas verdadeiramente científicas das teorias “pseudocientíficas”, o critério da falseabilidade é a sua solução para o problema, pois uma teoria científica é a viabilidade de a submetermos a testes empíricos genuínos, isso é basicamente verificar se esses testes podem resultar em falsificação ou refutação.
Mesmo que uma teoria seja compatível com tudo que alguém possa observar e mesmo que essa pareça estar totalmente confirmada somente pela experiência, e não tendo uma prova científica a sua justificativa tende a ser irreal.
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