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A filosofia e seu futuro

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Por:   •  2/10/2013  •  Artigo  •  564 Palavras (3 Páginas)  •  279 Visualizações

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Se tomamos essas duas formulações acima - de filosofia e de futuro -, temos então que a filosofia e seu futuro, ou mais exatamente, o futuro da filosofia, pode ser vislumbrado através de um enunciado mais ou menos desse tipo: "conversaremos sobre metafísica, epistemologia, ética e estética talvez mais pensando em construir esperanças do que resolver problemas, ainda que possamos estar, sempre, aparentando querer resolver problemas". Esse é o futuro da filosofia? Sim, pelo menos é o futuro que eu desejo para a filosofia, e o que eu vejo que vai ser a filosofia. Mais ainda, entendo que isso será assim pelo fato de que ela, a filosofia, está sendo saudavelmente corroída pela velocidade, precisão, alcance e confusão do mundo informatizado, em especial, aqui, o mundo "internetalizado", ou, um mundo completamente "internetalizado". Por que?

A internet não é um meio a mais de comunicação. Vários autores, vários pensadores, olham para ela para a verem como mais um meio de comunicação, uma espécie de continuidade da revolução desencadeada com a invenção da imprensa moderna. Mas eu creio que quem pensa assim está errado. A internet é velocidade de comunicação, é precisão de comunicação, é alcance de comunicação, mas, é também, e sobretudo, uma confusão dos diabos, mixagem do que jamais foi sequer pensado em ser mixado não no espaço-tempo, mas quase que rompendo com a idéia mais ou menos comum de espaço-tempo que temos cultivado (espaço-tempo virtual, que não é o oposto de espaço-tempo real, e que ainda estamos por entender o que é). E é nesse aspecto que o mundo virtual mais se apresenta disposto a fazer com a filosofia o que a filosofia parece, pelo menos aos meus olhos, querer fazer consigo mesma daqui para a frente.

O mundo virtual nós dá a chance de potencializar de modo jamais visto nossas fantasias e, mais que isso, ele cria fantasias (que não pedimos nem sonhamos!) por ele mesmo, quase que por um erro de nossa digitação ou de nossa relação, qualquer que seja ela, com os computadores ou similares. Ora, a nossa conversa sobre filosofia ¾ lembrando a nova definição: "filosofia é mais criação de esperanças vagas e menos trabalho de solução de problemas ainda que no cotidiano ela nos pareça uma tarefa de solução de problemas" ¾ não sobreviveria sem o erro, o bom erro (bons erros, eu assim entendo, são os erros que nos levam às mudanças de paradigmas). O erro é o jump dos filósofos e professores de filosofia. O erro é a overcome dos filósofos, dos professores de filosofia e da própria filosofia. Se conversamos pouco de filosofia, erramos pouco em filosofia. Se conversamos com poucas pessoas, podemos ter grandes erros, mas creio, não serão bons erros. Se não andamos aleatoriamente, erramos menos ou, no mínimo, erramos de maneira pouco produtiva. A filosofia "internetada" é a mixagem que precisamos para potencializar a probabilidade de bons erros, levando tal número probabilístico ao infinito, dado o cruzamento de enunciados sobre campos parecidos ¾ metafísica, epistemologia, ética e estética ¾ vindos de fontes que não somos mais nós, mas sim a própria "www", como ela quer, da "cabeça" dela. A "www" é, então, um grande ser vivo que vai criando esperanças enquanto fala, esperanças que às vezes são mais que vagas, são indecifráveis;

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