A moda influencia a personalidade? A importância da moda na construção da identidade.
Por: joao victor chiquito • 9/12/2016 • Trabalho acadêmico • 593 Palavras (3 Páginas) • 3.187 Visualizações
A moda influencia a personalidade?
A importância da moda na construção da identidade.
“Conjunto de opiniões, gostos, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos.” Essa é a definição de moda segundo o dicionário; A moda é coletiva.
As origens da moda provavelmente estão próximas das origens das civilizações humanas, e de forma natural ela se expressa fortemente ainda hoje em meio a uma sociedade que busca o individualismo. Portanto seria um pouco contraditório atribuir importância à moda na construção da identidade individual, visto que a moda em sua essência é coletiva. Posto este conflito entre individualidade e coletividade à análise, vale questionar até que ponto a coletividade afeta o individualismo, ou seja até que ponto a personalidade de um indivíduo é legítima.
Para Simmel (1904), a moda era necessariamente uma expressão das classes superiores, que buscava ser copiada pelas classes inferiores formando, nesse movimento de distinção e imitação, aquilo que se conhece hoje como “moda”, com suas mudanças cíclicas. É a emulação_ o desejo de superar ou igualar a outrem_ que cria a dinâmica da moda. (GUIMARÃES, 2008 apud SIMMEL, 1904)
Com base desse ponto de vista, a moda no passado era usada como forma de separação entre as classes pobres e a mais abastadas, agregando valores aos indivíduos que se vestiam daquela forma, pré-julgando-os com características daquele grupo social representado por suas vestimentas. Essa discriminação fazia com que os indivíduos, mesmo não pertencentes a classes sociais altas, buscasse se vestir como pertencente a tal, para que fosse carregado de mais valorização social.
Esse comportamento representativo perpetuou-se até os dias atuais sendo possível observar várias vestimentas de alto padrão social sendo falsificadas e amplamente procuradas pelas classes financeiramente inferiores que, propositalmente, não teriam acesso ao símbolo genuíno criado e restrito através do preço para as classes mais altas.
Portanto a moda é atualmente usada como um artifício de separação, mantido pela burguesia, classe a que pertencem muitos indivíduos com poder sobre as demais classes, porém com desprovimento de consciência crítica desenvolvida, o que promove a manutenção das formas de separação entre os seres de sua própria espécie. Tal falta de consciência crítica e consciência de classe também afeta as classes mais baixas, fazendo com que estes indivíduos tentem se apossar de símbolos utilizados pelas classes altas como forma de diferenciação deles com os próprios indivíduos.
Diversificando o cenário segmentado, existem outros grupos que procuram se diferenciar da sociedade como um todo, porém com fatores não necessariamente econômicos. Esses grupos também vão se utilizar da moda como forma de simbologia arraigada às características daquele grupo de indivíduos, permitindo inclusive a produção de cultura popular, seja ela urbana ou rural, que também afetará de certa forma a sociedade, inclusive os indivíduos de classes sociais mais abastadas. Como exemplo a cultura Hippie, hip hop, funk, sertanejo, etc.
A identificação do indivíduo por um desses grupos, fará com que ele se adeque a alguns costumes e comportamentos já pré-determinados e mesmo assim o indivíduo terá a sensação de exclusividade, pois, ao olhar para fora de seu meio, perceberá uma grande diversidade cultural. Essa sensação de individualidade dificultará a percepção das características comuns entre as culturas e as pessoas, gerando discriminação.
Portanto, a moda é parte de uma simbologia cultural de grupos sociais, grupos onde as pessoas são identificadas e caracterizas por esses símbolos permitindo uma homogeneização das personalidades dentro dos grupos, porém uma diferenciação fora deles, Permitindo que a moda continue sendo coletiva mesmo que contendo adaptações a estilos e a formas de discriminar.
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