A partir da Introdução do Livro "Um toque de Clássicos" e o filme "Dans"

A partir da Introdução do Livro "Um toque de Clássicos" e o filme "Dans"

A Sociologia (como ciência) entra na história no século XIX por Auguste Comte, porém ela já existia numa forma “autônoma”. Ela surge para sanar a necessidade de estruturação social da época, pois para Comte era de vital importância o princípio: “ciência, da previdência, previdência daí ação”, ou seja, para poder saber como agir na sociedade da época que estava em intensas transformações teria-se de conhecer as leis sociais, assim podendo prever racionalmente os fenômenos e agir com eficácia. Foi em meados do século XVI que surgiram tais transformações na organização política e jurídica, assim como nos modos de produção e comercialização. Estas estão intrinsecamente ligadas ao avanço do capitalismo na Europa ocidental.

Com o aumento da industrialização houve a modernização da agricultura e assim muitos que dependiam do campo para viver foram obrigados a sair em busca de um novo trabalho. Esse êxodo causou a aglomeração de pessoas em centros e levou ao crescimento desordenado da urbe. A falta de planejamento e alta desorganização com que as cidades cresceram promoveu vários problemas ligados à insalubridade e falta de saneamento, como a proliferação de doenças e aumento da mortalidade. Neste cenário, a desigualdade entre os ricos e todo o resto da população era mais do que explícita.

As condições de trabalho nas fábricas eram desumanas, com uma jornada de trabalho extremamente longa, salários baixíssimos e falta de direitos trabalhistas básicos. A mão-de-obra não era formada apenas por homens, mas também por mulheres e crianças. Estes empregados passavam seus dias em locais úmidos e frios, com alimentação escassa, sofrendo abusos constantes - desde verbais até sexuais - e sendo mutilados e mortos pelo maquinário pesado. Caso decidissem afrontar seus superiores, recebiam multas e tinham redução em seus ganhos, que já eram insuficientes.

Com o sentimento de descontentamento geral - e com a influência das novas correntes de pensamento individualistas que acompanhavam as recentes revoluções - eclodiram revoltas que tinham por objetivo demandar direitos e melhores condições de trabalho que foram sendo conquistados aos poucos.

Algumas mudanças ideológicas também foram importantes nesse processo. Quando se começa a questionar a autoridade da Igreja como única e irrefutável - Reforma Protestante - se abre um espaço para a consciência individualista e a novas correntes de pensamentos.

Desse modo, os estudos da esfera social se tornaram necessários e inevitáveis, ajudando a compreender mais facilmente o racionalismo e o empirismo, escolas opostas que passavam a dominar os pensamentos da sociedade naquela época e foram essenciais para o fortalecimento da modernidade na Europa.