ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE O FILME: “TEMPOS MODERNOS” E O LIVRO: “ADEUS AO TRABALHO”
Por: adrianogurgel • 25/3/2016 • Trabalho acadêmico • 928 Palavras (4 Páginas) • 1.680 Visualizações
A.O.G – Licenciatura em Química (IFRN)
O presente trabalho tem como objetivo estabelecer um paralelo entre o filme: “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin (Charlie Chaplin), e o livro: “Adeus ao trabalho”, de Ricardo Antunes, tentando contextualizar em alguns aspectos (forma de trabalho, condições e local de trabalho, salários), buscando apresentar sua relação com atualidade.
Em se tratando do livro “Adeus ao trabalho”, autor analisa as dimensões e significados das mudanças no mundo do trabalho, e sua repercussão nas relações de trabalho e de produção, numa época de grandes invenções tecnológicas, caracterizada pela robótica, automação e microeletrônica. Neste sentido, tenta contextualizar e explicar o movimento do processo de trabalho, em que modelos como o fordismo e o taylorismo se mesclam ou são substituídos por novos modelos, como o neofordismo, neotaylorismo, pós-fordismo e toyotismo, por meio dos quais se observa uma maior flexibilização tanto do aparelho produtivo quanto da organização do trabalho e dos trabalhadores. Embora, o toyotismo seja a maior expressão deste modelo de acumulação e especialização flexível.
Em se tratando do filme “Tempos Modernos”, de forma engraçada, faz uma crítica à forma de vida atual da sociedade, a alienação do operário desse meio de produção e também a modernidade e o capitalismo crescente, representado pela grande produção/montagem em massa nas indústrias, em que o funcionário trabalhava de forma repetitiva e exaustivamente.
Charles Chaplin, evidência a relação do empregado frente às mudanças advindas da Revolução Industrial, no século XX, com a criação e expansão das máquinas, o elemento homem passa a ser o principal condutor desse meio de produção, criando valor para o capital. A nova forma de trabalho demonstra o quanto o trabalho torna-se alienado. O filme revela que as Teorias da Administração fazem-se presentes, sendo as principais as do taylorismo, forma de produção esparsa (espalhada, fragmentada) , onde o trabalho torna-se superespecializado. Entretanto, o trabalhador não pode adquirir novos conhecimentos, assim a produção em massa, faz com que o empregado não toma conhecimento dos processos de produção, apenas aprendendo a executar sua tarefa ou parte do processo produtivo.
Carlitos, personagem do filme, um dos operários, torna-se consequentemente alienado pelo trabalho que vinha exercendo nas máquinas. A alienação é a diminuição da capacidade dos indivíduos em pensar ou agir por si próprios. No caso de Carlitos, ele nunca tinha conhecimento do que produzia (como produto acabado), só tinha conhecimento de sua única função, era superespecialista no que fazia. Para entender os malefícios dessa “superespecialização”, o ator ao se distanciar do trabalho atrapalha-se em executar simples tarefas a que não estava acostumado a realizar. O trabalho executado na fábrica era repetitivo e exaustivo, como mostra o filme nas cenas em que Carlitos repete seus movimentos nas máquinas em que operava, assim acarretando graves problemas físicos e mentais no individuo. Como operário da fábrica, Carlitos depara-se com a esteira de produção fordista que aumenta o ritmo de produção a todo o momento, tornando a relação homem-máquina extremamente conflituosa, até o ponto que o personagem é engolido pela máquina, saindo de lá em uma condição de insanidade.
Fazendo uma reflexão, podemos perceber que hoje é possível estabelecer uma ligação entre os Tempos Modernos de Chaplin e os modernos tempos atuais. Vejamos: o modo de produção tornou-se cada vez mais ágil com o avanço tecnológico, e mesmo que os tempos mudem as relações de trabalho, o lucro e exploração da mão-de-obra continuam
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