ASPECTOS INTERDISCIPLINÁRIOS COMO CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTOS EM SAÚDE E CUIDADO
Tese: ASPECTOS INTERDISCIPLINÁRIOS COMO CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTOS EM SAÚDE E CUIDADO. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Lilianlanaumc • 25/11/2014 • Tese • 1.159 Palavras (5 Páginas) • 293 Visualizações
A INTERDISCIPLINARIDADE COMO CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
EM SAÚDE E ENFERMAGEM
O setor saúde é chamado a responder a uma pluralidade de necessidades e especificidades, às mudanças demográficas, às condições sociais, às mudanças epidemiológicas, centrando-se no ser humano, individual ou coletivo.
. Convivemos com a necessidade de diferentes abordagens para entender a realidade e enfrentar os problemas que se apresentam, buscando múltiplas teorias para explicá-los.
Uma abordagem interdisciplinar, com o olhar da complexidade em saúde, se caracteriza pela necessidade de aporte de outros conhecimentos, principalmente das Ciências Humanas e Sociais à saúde.
A nova visão de saúde coletiva e pública, em construção na América Latina, traz a necessidade de uma sistematização do conceito de saúde, situando suas potencialidades de constituição de um conhecimento interdisciplinar.
Novos paradigmas trazem novas formas de pensamento e de visão de mundo.
A idéia de interdisciplinaridade já vem desde os filósofos gregos com a possibilidade de formar um homem integral, voltando à discussão nos tempos atuais, na década de 60, com os trabalhos de Gusdorf, Piaget, Bastide, Jantsch, dentre outros, com a possibilidade de unir os conhecimentos que vão se fragmentando nos espaços especializados.
Vivemos a hiperespecialização em todas as áreas do conhecimento, os problemas fundamentais e os problemas globais são despejados das ciências disciplinares.
Ao discutirmos os conceitos de interdisciplinaridade, é comum a visão de uma resposta à fragmentação do saber para a construção de um saber que dê conta da totalidade da realidade, o saber unitário. O real está em constante movimento, em constante relação entre o geral e o específico, o universal e o particular, entre o uno e o diverso.
Não existe uma metodologia interdisciplinar, pois não podemos ter essa pretensão
de prever o imprevisível diante da dinamicidade da realidade.
Não há simplesmente a unidade, mas há unidade na diversidade, universal e particular. Não se pode conceber unidade sem multiplicidade; só há unidade quando há um referente, que no caso é a multiplicidade. A unidade é dialética, pois é multiplicidade em movimento.
A discussão sobre a interdisciplinaridade entre as ciências articulando os saberes de outras áreas demonstra que “pela lógica da produção/construção do saber e por sua autonomia, as ciências não são fragmentos de um saber unitário e absoluto. Sua gênese não provém daí”.
A verdade que acreditamos não se trata de uma verdade definitivamente adquirida, mas de uma reflexão que cada um de nós deve realizar a respeito das questões que se colocam em nossa sociedade, com pontos de vista diversos. Considera-se a verdade não como algo que se impõe como dogma, mas sim, daquela que é alcançada através do diálogo e da polêmica, pois tal verdade traz em si a força da dialética.
A categoria da totalidade justifica-se “enquanto o homem não busca apenas uma compreensão particular do real, mas pretende uma visão que seja capaz de conectar dialeticamente um processo particular com outros processos e, enfim, coordená-lo com uma síntese explicativa cada vez mais ampla”.
Assim, a totalidade é aberta, ligada ao movimento do real e em constante processo no seu desenvolver. Existem contradições no seio da totalidade que levam ao reconhecimento do real como histórico. A totalidade concreta “não é algo que tenha uma existência em si. Ela é o processo de criação de sua estrutura porque é vista como uma produção social do homem”.
Concluímos então que, quando pensamos em unidade na interdisciplinaridade, estamos adotando esta visão de totalidade, considerando o tempo, o espaço e o contexto (social, ético, político, econômico e outros) que constituem o real, num movimento dialético, complexo, considerando as suas múltiplas determinações.
O problema da complexidade nos coloca “da dificuldade de permanecermos no interior de conceitos claros, distintos, fáceis, para concebermos a ciência, para concebermos o conhecimento, para concebermos o mundo em que estamos, para nos concebermos
a nós na relação com este mundo, para concebermos a nós na nossa relação com os outros e para nos concebermos a nós na nossa relação com nós mesmos que é, afinal, a mais difícil de todas’’.
Necessitamos de “uma cabeça bem-feita”, que significa
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