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Antropologia E ética Em Adam Smith

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Por:   •  8/10/2014  •  1.492 Palavras (6 Páginas)  •  492 Visualizações

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Antropologia e ética em Adam Smith

Antropologia é a ciência que estuda o homem, seu comportamento,

suas realizações, sua evolução e suas relações com o meio. Ocupa-se da

humanidade em todas as suas dimensões.

A ciência da ética está relacionada ao estudo fundamentado dos

valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade. Os

conhecimentos extraídos dessa observação, tentam explicar as regras morais

de forma racional, científica, teórica e metodológica.

Em “A Teoria dos Sentimentos Morais” Adam Smith busca, através da

antropologia, verificar a origem de nossas ideias morais – e consequentemente

éticos - e relacionar os fenômenos de percepção moral às suas normas. Se faz

valer dessa metodologia para encontrar a melhor fórmula para que o ser

humano seja capaz de agir dentro das regras de moralidade.

A sua teoria se desenvolve a partir de dois princípios gerais e distintos:

a) os objetos primários de nossas percepções morais são as ações de outros

homens; b) nosso juízo moral sobre nossa própria conduta são aplicações

sobre nós mesmos de decisões já proferidas a respeito da conduta do nosso

próximo. O fundamento antropológico não poderia deixar de ser, portanto, a

própria conduta humana e sua manifestação no meio em que vive. O juízo

moral, por sua vez, nos traz a aplicação nos costumes das noções obtidas por

meio dessa observação.

As diferenças morais são percebidas não pela razão, mas pelo

sentimento, dando forma a um ‘senso moral’. Tanto os juízos morais relativos à

nossa própria conduta, como os que tecemos em relação ao nosso semelhante

desencadeiam uma perspectiva de conduta certa ou errada e,

consequentemente, a atribuição de mérito ou demérito ao agente.

Adam Smith reconhece que há sentimentos de afeições e desafeições

que residem na alma humana, mas para neutralizar seu campo de pesquisa

utiliza a figura do espectador imparcial, que busca um julgamento moral justo.

Esse distanciamento decorre da ponderação de todos os elementos envolvidos

no acontecimento para então formar seu juízo moral. Além de cada indivíduo

ser observador dos outros, o é também de si, situação na qual deverá manter o

mesmo comprometimento.

Assim, embora exista diferentes motivações nas ações humanas, é

nelas que reconheceremos o mérito moral de cada uma, diante de uma posição

de um expectador imparcial e assim revela os princípios que coordenam a vida

em sociedade. Frise-se que para Smith os sentimentos não se classificam

como bons ou maus, mas ele parte do princípio de que todas as pessoas

primeiramente são inclinadas ao cuidado e amor próprio. Ao mesmo passo que

além de buscar seus interesses pessoais, o homem também se inclina a se

preocupar com os demais – condição inerente até mesmo ao ser menos

virtuoso de todos os homens.

Assim, o teórico afirma que por mais egoísta que alguém seja, alguns

princípios de sua natureza o farão se interessar pelas outras pessoas e, mais

do que isso, considerar a felicidade delas necessária para si mesmo. O

instrumento utilizado para mensurar a emoção do outro será a imaginação,

colocando em consonância os seus sentimentos com os alheios.

Para Adam Smith, não há outra maneira de formarmos uma opinião –

ideia – senão se colocando no lugar do outro. Esta atitude nos proporciona

uma reação (um sentimento) semelhante à que percebeu o ser observado em

determinada circunstância. Daí, então, a nossa fonte de interesse pelo próximo.

Assim, ao presenciarmos uma pessoa sendo injustiçada por algum motivo,

reagiríamos em uma atitude de revolta por vislumbrar a sensação de passar

pela mesma situação. Através da observação humana Smith destaca uma

reação análoga do observador, atento a todas as circunstâncias, em detrimento

à do ser observado.

Smith coloca a imaginação como um instrumento que demonstra como

os sentimentos éticos são formados, em um contexto onde as normas são

construídas socialmente e não passam de convenções construídas por todos e

decorrentes da vida em sociedade. Nessa perspectiva, a vida social é a fonte

das regras morais que norteiam as ações dos indivíduos.

A nossa experiência anterior, portanto, nos leva ao saber de que

determinada circunstância naturalmente provoca sentimentos habituais

correspondentes. Por outro lado, uma reação inesperada que vá de encontro à

habitual, sinaliza a inconveniência de nossas emoções. O sentimento de

aprovação moral será desencadeado pela

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