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Análise Do Filme "O NOME DA ROSA"

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Por:   •  30/11/2014  •  1.942 Palavras (8 Páginas)  •  623 Visualizações

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Análise do filme “O NOME DA ROSA”

“O Nome da Rosa” é um romance que se passa em 1327, século XIV, num mosteiro beneditino na Itália Medieval, onde ocorre a morte de sete monges, ao longo de sete dias e sete noites, no qual as vítimas aparecem sempre com os dedos e a língua roxos. Guilherme William de Baskerville, um monge franciscano, que é também um filósofo e utilizava-se da ciência e conseqüentemente da razão para a solução dos crimes, e um noviço que o acompanha, Adso von Melk, enfrentam a resistência de alguns religiosos do local e alguns que crêem ser obra do demônio, até que ele descobre as causas dos crimes estava ligada a manutenção de uma biblioteca, onde poucos monges tinham acesso às publicações sacras e profanas.

A informação restrita a poucos, representava a dominação e o poder. Era a idade das trevas, em que o conhecimento pertencia a poucos, e estes poucos deixavam que os outros permanecessem na ignorância.

A época em que se passa a história do filme, é a Alta Idade Média, onde é retomado o pensamento de Santo Agostinho, um dos últimos filósofos antigos e o primeiro dos medievais. Santo Agostinho defendia que a fé revelava verdades ao homem de forma direta e intuitiva. A razão é posterior à fé. Santo Agostinho estabelece precisamente que os cristãos podem e devem tomar da filosofia grega pagã, tudo aquilo que for importante e útil para o desenvolvimento da doutrina cristã, desde que seja compatível com a fé. Isto vai constituir o critério para a relação entre o cristianismo (Teologia e doutrina cristã) e a filosofia e a ciência dos antigos. Por isso é que a biblioteca tinha que ser secreta, porque ela incluía obras que não estão devidamente interpretadas no contexto do cristianismo medieval. O acesso à biblioteca, que continha o maior acervo cristão do mundo, é restrito porque também havia ali, um saber que é estritamente pagão, especialmente os textos de Aristóteles, e que pode ameaçar a doutrina cristã. O velho bibliotecário faz um comentário acerca do texto de Aristóteles: “a comédia pode fazer com que as pessoas percam o temor a Deus e, portanto faz desmoronar todo este mundo.” O dogmatismo religioso encarava o conhecimento como potencialmente perigoso para a fé cristã.

“O Nome da Rosa” era uma expressão usada na Idade Média para denotar o infinito poder das palavras.

No decorrer do filme, o monge Franciscano e Renascentista William de Baskerville, descobre que os mortos que eram encontrados com a língua e os dedos roxos, era porque eles desfolhavam os livros, cujas páginas estavam envenenadas, para que ninguém profanasse a determinação de não ler o livro. Quem profanasse, morreria antes que informasse o conteúdo da leitura. Essas mortes eram o resultado do dogmatismo religioso de um monge, empenhado em impedir que um livro julgado perdido, de Aristóteles, sobre o riso, pudesse ser conhecido.

Este é um dos aspectos mais profundos e bem conseguidos do romance: parte dos crimes que assolam a humanidade têm por base o dogmatismo intolerante de quem pensa ter o monopólio da verdade e o direito de a impor aos outros.

Refletindo em seu contexto filosófico, vemos os conceitos de certo e errado, de bem e mal, da moral cristã, do que está por trás dos conceitos e crenças atuais, mesmo que por contraste com o conjunto de questionamentos que ecoam dos séculos atrás. Vemos também, na forma utilizada para se cometer os assassinatos uma linguagem simbólica, pois o livro de Aristóteles, que representava o conhecimento, teve suas páginas envenenadas e metaforicamente podemos visualizar que a fé cega colocava como destino, que todo aquele que busca o conhecimento, morre nesta busca.

Podemos refletir dentro do contexto do filme, o misticismo, o racionalismo, os problemas políticos e econômicos daquela época, o desejo da igreja em manter o poder absoluto cerceando o direito à liberdade de todos, e vemos em William de Baskerville a representação da razão filosófica e da ciência, pois ele buscava a verdade através da razão. Ele é o espelho de Descartes, que é o pai do racionalismo.

William menciona uma frase para o seu aprendiz, na qual ele diz: “a dúvida é inimiga da fé”; esta frase sintetiza a Filosofia, pois o propósito do filósofo é o de buscar o saber e não simplesmente crer, por isso a Filosofia é a arte de questionar.

FILME – O NOME DA ROSA

Estranhas mortes começam a ocorrer num mosteiro beneditino localizado na Itália durante a baixa idade média, onde as vítimas aparecem sempre com os dedos e a língua roxos. O mosteiro guarda uma imensa biblioteca, onde poucos monges tem acesso às publicações sacras e profanas. A chegada de um monge franciscano (Sean Conery), incumbido de investigar os casos, irá mostrar o verdadeiro motivo dos crimes, resultando na instalação do tribunal da santa inquisição.

Resenha de "O Nome da Rosa"

A Baixa Idade Média (século XI ao XV) é marcada pela desintegração do feudalismo e formação do capitalismo na Europa Ocidental. Ocorrem assim, nesse período, transformações na esfera econômica (crescimento do comércio monetário), social (projeção da burguesia e sua aliança com o rei), política (formação das monarquias nacionais representadas pelos reis absolutistas) e até religiosas, que culminarão com o cisma do ocidente, através do protestantismo iniciado por Martinho Lutero na Alemanha em 1517.

Culturalmente, destaca-se o movimento renascentista que surgiu em Florença no século XIV e se propagou pela Itália e Europa, entre os séculos XV e XVI. O renascimento, enquanto movimento cultural, resgatou da antigüidade greco-romana os valores antropocêntricos e racionais, que adaptados ao período, entraram em choque com o teocentrismo e dogmatismo medievais sustentados pela Igreja.

No filme, o monge franciscano representa o intelectual renascentista, que com uma postura humanista e racional, consegue desvendar a verdade por trás dos crimes cometidos no mosteiro.

1. Contextualização

Discussão dos elementos formadores da cultura moderna, o surgimento do pensamento moderno, no período da transição da Idade Média para a Modernidade.

O Filme

O Nome da Rosa pode ser interpretado como tendo um caráter filosófico, quase metafísico, já que nele também se busca a verdade, a explicação, a solução do mistério, a partir de um novo método de investigação. E Guilherme de Bascerville, o frade fransciscano detetive, é

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