Artigo de Antropologia
Por: jonas0733 • 26/11/2018 • Artigo • 1.292 Palavras (6 Páginas) • 159 Visualizações
- INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objetivo elaborar uma abordagem acerca do tema Antropologia e Educação, bem como, relacionar tais conceitos, a fim de propiciar uma reflexão antropológica em conjunto com as ciências humanas. O debate sobre estes conceitos é pouco explorado na atualidade, visto que, são raros os antropólogos que se dedicam ao estudo da temática educacional.
Na presença da constante discussão sobre as transformações sociais e do entendimento, no qual destaca a centralidade da cultura como fundamento para a abordagem deste momento histórico, a antropologia se assume como de suma importância, visto que, possui uma colaboração no debate a cerca do desempenho social escolar na sociedade contemporânea. De acordo com o Doutor em Educação Julvan Moreira de Oliveira (2017), no interior das escolas encontram-se diferentes grupos culturais, assim,
A antropologia tem um papel inquestionável no processo de mudança paradigmática, ganhando importância para os fundamentos da educação, ampliando o campo a ser investigado, notadamente no diálogo entre cultura e educação. (OLIVEIRA, 2017).
A Antropologia é pouco tratada no contexto educacional, estando presente em alguns cursos do ensino superior, principalmente no que diz respeito à cultura, contudo, na educação básica torna-se restrita ao ensino médio, onde a disciplina de Sociologia e outras temáticas trabalham questões acerca deste assunto.
Para a elaboração do artigo, foi realizado um levantamento bibliográfico efetivado através da leitura de livros, artigos e textos relacionados ao tema, sendo estes, encontrados em bibliotecas e endereços eletrônicos. Todas estas informações aqui contidas se fazem importantes e de extrema relevância para compreendermos a relação presente entre os dois tópicos, a Antropologia e a Educação.
Como referenciais teóricos foram utilizados livros como Antropologia e Educação: Um Saber de Fronteira (2007) de Tania Dauster (org.) e Antropologia (2008) de Mércio Pereira Gomes.
- ANTROPOLOGIA E EDUCAÇÃO
A educação consiste em um processo universal de ensinar e aprender, sendo uma metodologia que, incessantemente, faz parte da nossa vida, desde que saímos do ventre de nossa mãe até a nossa morte, na qual contribui para a formação e o desenvolvimento físico, intelectual e moral de um indivíduo. Em seu processo histórico, possui uma forte ligação com a Igreja, através da obra educativa da Companhia de Jesus, ou seja, os Jesuítas iniciaram seu procedimento no Brasil através da catequização dos indígenas.
A antropologia é uma ciência humana que estuda o comportamento do indivíduo, em um sentido mais lato, pesquisa as origens, o processo de evolução, o desenvolvimento cultural, físico e material e, dentre outros contextos que englobam a cultura. Assim sendo, a mesma não se restringe a um campo específico, contudo, estuda detalhadamente a cultura de um indivíduo e de um povo.
De acordo com Luiz Gonzaga de Mello (2008),
A definição mais curta de antropologia pode ser tirada do próprio sentido etimológico do termo: Anthropos, palavra grega que significa homem e Logia, outro vocábulo helênico, que significa estudo ou ciência. Logo a antropologia é a ciência do homem. Ora-se pode objetar que não é somente a antropologia que estuda o homem. Muitas são, realmente as disciplinas científicas que se preocupam do homem, por exemplo, a genética, a sociologia, a zoologia, a psicologia, etc. (MELLO, pág. 34, 2008).
No âmbito educacional, a antropologia se encarrega como uma disciplina significante, tendo em vista o estudo do ser humano e suas culturas. Os PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais – (1998) propõem os Temas Transversais como um tratamento didático que contemple a realidade do aluno. Estes temas compreendem Ética, Saúde, Meio Ambiente, Orientação Sexual, Trabalho e Consumo e Pluralidade Cultural.
A Pluralidade Cultural engloba questões trabalhadas pela antropologia, como a diversidade étnica e cultural, na qual abarca a sociedade brasileira, percebe-se então sua relevância pedagógica. Os PCN (1998, pág. 131) colocam os conhecimentos antropológicos como um estudo das alteridades. Para Rocha e Tosta (2009, pág. 17), “a antropologia é uma forma de educação, bem como a educação só é possível como prática antropológica”, assim, é evidente a importância da relação entre a antropologia e a educação.
Com o Parecer do CNE/CEB nº 38/2006, de 7 de julho de 2006, a disciplina de Sociologia foi reintroduzida nos currículos do Ensino Médio, permitindo uma maior visibilidade da antropologia. De acordo com as Orientações Curriculares Nacionais (2006), para lecionar nesta disciplina o indivíduo deve ser formado em Ciências Sociais, curso no qual aprimora os conhecimentos sobre Antropologia, Sociologia e Ciência Política.
A Lei nº 10.639 de 9 de janeiro de 2003, prevê a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira" no currículo oficial da rede de ensino, sendo conteúdo transversal das aulas de Artes, História e Literatura. Com isso, tem-se outra possibilidade de tratar a antropologia na educação básica, envolvendo conceitos como cultura e etnicidade.
Tendo esta abordagem em vista, a antropologia se assume no contexto educacional como um estudo da cultura, algo que é intenso no campo da educação, tanto por questões sociais, quanto políticas. Com isso, a questão da cultura abrange as ciências sociais e humanas em sua finalidade mais tradicional, destacando as possibilidades do campo antropológico em detrimento dos outros campos que a conformam, como o caso da disciplina sociologia.
Portanto, tendo a antropologia como ciência, a mesma busca avaliar as diferenças e propiciar formas de intervenção sobre a realidade para além da escola, de maneira que não negue as diferenças, sendo comum nos processos educativos.
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