Resenha do Artigo: Da Antropologia à Ética - A Questão da Corporeidade
Por: Jardel Bandeira • 9/9/2018 • Resenha • 523 Palavras (3 Páginas) • 325 Visualizações
Na dialética da História a corporeidade tem sido objeto de pesquisa e estudo desde os primórdios da filosofia grega até a contemporaneidade. Os platônicos acreditam que o homem é a alma. Já os aristotélicos vêem no corpo uma parte essencial do homem. Entretanto, ambos sustentam que a alma seja mais perfeita que o corpo e que exerça sobre ele uma atividade causal. O estudo se dedicou a fenomenológica (que estuda o próprio corpo, como é sentido, experimentado, vivido) e não a aspectos científicos, mas não descartando a sua importância.
Em 1970, as mulheres iniciaram um movimento de libertação pedindo o fim das leis contra o aborto, em seguida os homossexuais se beneficiaram do slogan “Nosso corpo nos pertence! ”. Esses movimentos levaram diversas questões ao centro dos debates culturais. Entretanto, com os avanços científicos médicos sobre o corpo possibilitou programar geneticamente o tipo físico de uma pessoa, fazer clonagem ou transplantes de órgãos, com isso a questão que surge é: meu corpo será sempre meu corpo?
A criação de novos medicamentos não reduziu o número de enfermidades, mas sim diluiu as doenças, pois ao mesmo tempo em que se trata uma infecção bacteriana, induz ao desenvolvimento de uma outra doença. O que se sabe é que o corpo ainda é controlado pelo sistema para que a pessoa voltar o mais rápido possível para o trabalho, para a escola, para a fábrica ou para o escritório otimizando o seu funcionamento. Isso pode ser um dos fatores da infelicidade.
Com o avanço tecnológico, diversos tipos de exames podem analisados pelo médico sem a necessidade de encostar um dedo no paciente, a falta de atenção e a rapidez muitas vezes causa um distanciamento entre médico e paciente. Se por um lado há pessoas que pedem exames completos para os médicos, por outro há quem não procura o médico para evitar de encontrar doenças. A tecnologia já possibilita implante de chips para tetraplégicos, implante de órgãos e sangues sintéticos.
Na arte do século XX, a possibilidade de fazer diversas plásticas no corpo fez ele se tornar algo artístico: passa das condições de objeto da arte para a de sujeito ativo e de suporte da atividade artística. A banalização da tecnologia está fugindo do controle, muitos hospitais já substituíram a enfermeira tutelar por câmeras.
O corpo está encarregado de expressar a ajuda, o carinho, a atenção às necessidades do outro. Mas no momento estamos diretamente em face do corpo e do sexo, com sua aparência enigmática, ao mesmo tempo obsessiva e frígida, brutal e familiar, nua e indiferente. O corpo se tornou mais importante que nossa alma tanto no conjunto quanto em suas partes singulares. Daí a responsabilidade social e moral de ressignificar a própria corporeidade unindo o corpo concreto com o corpo espiritual. Dessa forma, é de fundamental importância que tanto os médicos quanto toda a equipe multiprofissional não só a parte biofísica do indivíduo, mas também os aspectos biopsicossociais no tratamento da doença e na cura da mesma. Além disso, ponderar as individualidades de cada pessoa, respeitando-as e deixando o paciente seguro garante, que o mesmo tenha um melhor atendimento e uma maior expectativa de cura.
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