As Evidências Científicas da Fome Dispensável Josué de Castro
Por: vanessapeixe • 21/9/2020 • Resenha • 643 Palavras (3 Páginas) • 166 Visualizações
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
Bacharelado em Nutrição
1º Período
Vanessa Carvalho Peixinho
RESUMO
As evidências científicas da fome dispensável.
Josué de Castro
Em um contexto mais amplo do estudo voltado para a fome no Brasil, Josué de Castro apresenta a fome endêmica e epidêmica, denunciando com embasamento científico aquilo que já estava posto na nossa sociedade, bem como em outras partes do mundo. Colocando assim como sendo a “conspiração de silêncio em torno da fome [...], só explicável por interesses e preconceitos de ordem moral [...], política e econômica [...], que tornaram a fome um tema proibido [...]” (CASTRO, 2001, p. 12).
Demonstra ainda através de seus estudos que a prevalência tecnológica mundial tinha condições de produzir alimentos suficientes para saciar a fome e amenizar a desigualdade social, mensurando que dois terços da humanidade que vive negligenciada devido a falta de uma visão coerente e articulada do problema.
Defende Josué que a alimentação necessária para a população deve ser observada e combatida pelas questões biológicas, econômicas e sociais, partindo do pressuposto da necessidade básica e das ações e reações dos seres vivos diante das influências do meio.
Com bases em duas regiões do Nordeste, cujos estudos apontam como sendo problemáticas, encontrando nestas situações endêmicas relacionadas à fome. As observâncias das questões alimentares evidenciam situações nutricionais gerais destoantes das respectivas condições físico-climáticas. Devido à implantação da área Açucareira Nordeste, constata o autor que a implantação trouxe sérios transtornos ambientais, devido à especulação agrícola que de forma desordenada veio a ceifar inúmeros hectares da floresta nativa em solos agrícolas, impactando nas mudanças sociais.
Tal afirmativa demonstra um cenário preocupante que teve como resultado a escassez de alimentos daquela região do Nordeste, sobretudo com ênfase na exploração da terra, utilitária apenas para a monocultura da cana-de-açúcar cujas bases se sustentam nas questões latifundiárias, o esgotamento do selo, a presença da erosão que de forma irreversível se estende.
Como reflexo da produção açucareira encontramos a entressafra, período o qual os trabalhadores ficam desempregados, alem do impacto ambiental visto ao despejo dos resquícios da produção de açúcar depositados nos cursos d’água, contribuindo com a poluição de fontes naturais. Porem aponta Josué de Castro a evidencia de uma melhor condição alimentar nas regiões litorâneas do Nordeste, devido ao consumo de pescados, crustáceos e demais produtos existentes não somente derivados do mar.
Entende o autor que devido à evaporação e a salinidade do solo, os recursos hídricos se tornam escassos não se estendendo a região banhada pelo do Rio São Francisco. Desta forma, a predominância se deu através da pecuária extensiva tendo seu início no final do século XVI.
Para Josué de Castro o habito alimentar do sertanejo é rico e energético que atendendo as necessidades nutricionais, mesmos estes passando por adversidades climáticas que impactam diretamente na sua qualidade de vida. Fatores como a imunidade do sertanejo a enfermidades contribuem para garantir a sobrevivência naquele meio geográfico, ou por vezes se submetem a ingestão de alimentos exóticos que podem trazer risco a saúde.
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