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As Principais Divergências que Levaram Martinho Lutero a Promover a Maior Reforma Religiosa que Ocorreu na História

Por:   •  6/7/2019  •  Dissertação  •  1.030 Palavras (5 Páginas)  •  468 Visualizações

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As principais divergências que levaram Martinho Lutero a promover a maior reforma religiosa que ocorreu na História. 

Lutero não foi o pioneiro em questionar o comportamento da Igreja Católica, já na Idade Média isso ocorreu diversas vezes, levando à morte muitos daqueles que, de alguma forma, se opuseram aos dogmas instituídos pela Igreja. Muitas polêmicas marcaram o cristianismo ao longo de sua história. A Reforma Luterana, ou Reforma Protestante como ficou conhecida, deu origem às religiões protestantes como as conhecemos até hoje, e causou grandes mudanças na História do Cristianismo.
A princípio o objetivo de Lutero não era ‘dividir’ a Igreja (o que acabou acontecendo) mas sim “reforma-la”. 
Diversas foram as divergências que levaram Martinho Lutero a promover a maior reforma religiosa da História até hoje. Uma dessas principais divergências era a venda de indulgências, com as quais Lutero entendia como uma enganação à população. Para Lutero, a fé – pura e simples, era o suficiente para a salvação. A Igreja praticava a venda de indulgências, que, na prática bastava pagar à Igreja para se livrar dos pecados e obter a ´salvação’. 
Uma outra divergência entre o pensamento de Lutero e a prática da Igreja era a venda de ‘coisas sagradas’, conhecida como ‘Simonia’, onde a Igreja negociava coisas absurdas como ‘pedaços da cruz de Cristo’, ‘lágrimas de Maria’(Mãe de Jesus), espinhos da coroa de Cristo, sangue de Cristo, entre tantas outras coisas ditas ‘sagradas’... E isto em pleno Século XVI... e os fiéis compravam acreditando que fossem objetos utilizados por Cristo ou algum santo...Lutero entendia isso como um “abuso da fé’. Vemos isso até hoje, com Igrejas vendendo coisas ‘ungidas´ por preços exorbitantes e até água sagrada vinda de Jerusalém... enfim, a história se repetindo e os fiéis continuam os mesmos em plena era da tecnologia e da informação...
Lutero também questionava o fato de membros eclesiásticos terem diferentes mulheres e filhos com elas. Ele questionava a crise moral e afirmava que existia uma ‘distância’ entre o discurso e a prática da Igreja. Ele queria a moralização da Igreja.
Lutero organizou as suas críticas à Igreja em noventa e cinco teses que, em 1517 foram afixadas na porta da Igreja de Wittenberg, tendo sido o Papa da época (Leão X), um dos alvos dessas críticas, que propunham uma grande reforma religiosa e acabaram por circular amplamente pela Alemanha. O Papa, obviamente, exigiu uma retratação de Lutero, que não voltou atrás e foi excomungado. 
Lutero não só não se retratou como reforçou as suas teses reafirmando que não achava correta a centralização do poder nas mãos do Papa, assim como a concentração das terras. Ele entendia que o correto seria a subordinação da Igreja ao Estado, o que fez com que ele ganhasse o apoio da nobreza alemã, e grande parte dos príncipes alemães se aproximou de Lutero, já que também estavam descontentes com o poder político da Igreja Católica e de uma maneira geral se identificavam com suas ideias. Isso explica o porquê Lutero, mesmo tendo sido condenado pela Igreja, foi excomungado, mas não teve punição corporal, pois recebeu a proteção militar da nobreza alemã. Foi nessa época que, refugiado no Castelo de Wartburg, começou a traduzir a Bíblia para o alemão. 
Essa atitude de Lutero deu origem às diversas religiões que tinham como referência o cristianismo. As chamadas religiões protestantes.
Em 1530, Lutero divulgou os principais preceitos Luteranos que baseavam-se em:
. A fé como o grande indício da salvação;
. Verdade religiosa encontrada apenas na Bíblia;
. Eliminação do celibato;
. Eliminação de imagens sagradas;
. Livre interpretação da Bíblia, sem a necessidade de pregadores, padres ou outros;
.  Tradução da Bíblia para a língua local ( na época só existia em latim);
.  Subordinação da Igreja ao Estado;
. Uso da língua local (o alemão) nos cultos religiosos e não mais o latim como única língua 
.  Eliminação de tradições e rituais nos cultos religiosos;
.  Dos sete sacramentos defendidos pela Igreja, Lutero sustentou apenas dois, que foi o Batismo e a Eucaristia.
.  Reforma Protestante deu origem mais tarde a um acordo de paz (tolerância religiosa) o que foi o gatilho para que surgissem diversas religiões, cada uma com seus próprios preceitos e suas interpretações ao ‘bel prazer’ da Bíblia, de acordo com os interesses vigentes na referida religião, como inclusive, sempre foi feito. 
A Bíblia, por ser uma literatura de vocabulário arcaico, torna-se de difícil leitura e interpretação, logo sempre se adequou à sua ‘interpretação’ aos interesses de cada religião. Sabemos também que a bíblia teve várias traduções ao longo da História. O que foi feito foram traduções de traduções, numa espécie de ‘telefone sem fio’, e, (particularmente) penso que suas traduções ao longo do tempo foram tentando se adequar às sociedades vigentes. Tentando inclusive ‘diminuir’ o seu caráter violento, sanguinário, machista, que retrata um deus cruel (que é o retrato de uma época). O ´deus’ de Lutero, inclusive não é o deus cruel e vingativo do Antigo Testamento’, mas sim, um ‘deus de amor’, o que agradou, à época, e agrada até hoje os seus fiéis...
Quero concluir com um questionamento: ‘Será que ainda hoje precisamos de alguma forma de controle e punição religiosa para que possamos respeitar os limites de uma sociedade? Na época em que isso era necessário, não havia justiça como temos hoje, não havia as Ciências que ajudassem a entender e propiciar mudanças no comportamento das pessoas. Hoje existem recursos ‘infinitos’ para ajudar no controle social. O tão conclamado ‘amor ao próximo’ pregado pela grande maioria das religiões, pode ser adquirido por diversos outros meios, sobretudo pela Educação e não mais por mitos religiosos. E este assunto ainda é um tabu em nossa sociedade (o fato de não precisarmos mais de punições divinas’ para manter uma sociedade fora do caos), infelizmente. O fenômeno que nos deparamos hoje, com as Igrejas (as mais diversas), orientando, controlando, cobrando dízimos (indulgências), vendendo coisas ‘sagradas’ (Simonia), influenciando seus ‘fiéis’ a ponto de interferirem na política, é algo assustador. É como se, ao invés de avançarmos em plena Era da Informação, estivéssemos regredindo à Idade Média, onde a religião, ou melhor, os líderes religiosos comandavam os indivíduos e o Estado. Lutero, apesar de religioso, deve estar se revirando em seu túmulo...

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